Economista
Prémio Nobel de 2008 afirma que se há
algum defeito no plano do Syriza, é o de não ser suficientemente radical. E
defende que “o resto da Europa devia dar-lhe a oportunidade de pôr fim ao
pesadelo no seu país”.
Na sua
coluna do The New York Times, o
economista Paul Krugman defende que o
apelo à mudança feito por Alexis Tsipras é de longe mais realista do que aquele
que os líderes europeus querem impor à Grécia. “O resto da Europa devia
dar-lhe a oportunidade de pôr fim ao pesadelo no seu país”, defende o Prémio
Nobel da Economia de 2008.
Krugman
defende que se o plano do Syriza tem algum defeito, é o de não ser
suficientemente radical. “A redução da
dívida e um alívio da austeridade reduziriam o sofrimento económico, mas é
duvidoso que sejam suficientes para produzir uma forte recuperação. Por um
lado, não é claro o que pode fazer
qualquer governo grego a
menos que esteja preparado para abandonar o euro, e o povo grego não está
preparado para isso”.
Líderes
europeus pediram o impossível à Grécia
Na opinião
de Krugman, a grande vitória do Syriza deve-se ao facto de os líderes europeus
terem estado a pedir o impossível. “Dois
anos após ter começado o programa da Grécia, o FMI procurou exemplos históricos
de programas do tipo do da Grécia, tentativas de pagar a dívida através da
austeridade sem qualquer redução importante da dívida ou inflação, que tivesse
obtido sucesso. Não encontrou nenhum.”
O facto é
que os planos da troika foram totalmente
irrealistas, não os de Tsipras. Krugman recorda o memorando de
entendimento, que considera um
“documento notável, da pior forma”, para afirmar que o seu conteúdo era uma
“fantasia económica”, apesar de querer parecer muito realista. O povo grego tem
vindo a pagar o preço destas fantasias, afirma.
Memorando da
troika era uma fantasia económica
Krugman
lembra as projeções do memorando, que
assumiam que a Grécia podia impor uma austeridade brutal com um pequeno efeito
sobre o crescimento e o emprego. “A Grécia
já estava em recessão quando o acordo foi assinado, mas as projeções assumiam
que esta queda seria invertida em breve”.
Pesadelo
económico e humano
O que
realmente aconteceu foi um pesadelo económico e humano, aponta o economista. “A
Grécia só atingiu o fundo do poço em
2014” e nessa altura já estava mergulhada na depressão, com o desemprego nos
28% e o desemprego jovem a chegar aos 60%. E a recuperação em curso atualmente
“mal se vê”.
“Se a troika tivesse sido verdadeiramente
realista, teria reconhecido que estava a exigir o impossível”, conclui
Krugman.
Fonte:
http://www.esquerda.net/artigo/plano-economico-do-syriza-e-mais-realista-que-o-da-troika-diz-krugman/35580
Nenhum comentário:
Postar um comentário