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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Greve na Volkswagen diminui estoques e faltam modelos nas revendas

Paralisação gera problema para lojas, que têm dificuldades para reservar e entregar alguns modelos. Recesso causa transtorno na Ford
Enquanto os trabalhadores da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP), mantêm greve que já dura nove dias, as concessionárias da marca começam a sentir os efeitos da paralisação das linhas de produção. Alguns clientes não conseguem ao menos fazer a reserva de determinadas configurações dos modelos Gol, Saveiro e up!. A situação é pior pelo fato de a greve dos trabalhadores ter se iniciado imediatamente após a volta do recesso de fim de ano, que começou em 20 de dezembro, fazendo a fábrica adiar ainda mais a data de entrega de veículos aos revendedores.
Para Carlos Eduardo Martins, gerente de vendas da concessionária Recreio, na Região Centro-Sul de BH, o quadro só não é mais grave porque 2014 foi um ano fraco em vendas, deixando os pátios mais cheios, e é esse estoque que as lojas estão usando para que nem todos os clientes que vão às concessionárias com intenção de compra voltem para a casa com as mãos vazias. Porém, os modelos mais vendidos atualmente pela marca já estão em falta. O estoque de apenas seis unidades da Saveiro Cross deverá acabar em uma semana, segundo o gerente.

Para atender a demanda até o fim do mês, a loja deveria contar com pelo menos 20 unidades da picape. “A luz amarela já acendeu, e, se a greve continuar, vamos acender a luz vermelha”, explica Martins, que destacou também que só conseguiu manter o estoque mínimo por ter feito uma compra maior da fábrica no ano passado para antecipar a procura de janeiro por unidades ainda com o desconto do IPI, que volta a ser cobrado integralmente para os modelos fabricados em 2015.
Espera
Nas concessionárias Carbel e Garra, já não há nenhuma unidade da Saveiro e a espera é de pelo menos 45 dias para a entrega, mesmo assim, sem garantia de data por causa da paralisação da linha de montagem. Também há dificuldade para encontrar os modelos Gol 1.6 e a versão Take do compacto up!. “As vendas em dezembro melhoraram 20% em relação a novembro, e esse ritmo de crescimento era esperado também para janeiro, mas a greve vai atrapalhar”, informou André Corrêa Nunes, gerente da Carbel, que prevê prejuízo ainda maior em fevereiro, quando todo o estoque de 2014 estará zerado. Problema similar enfrenta a Mila, na Pampulha, que já não consegue atender os clientes que procuram pela Saveiro Cross.
Na Ford, a falta de carros já era esperada pelo recesso de fim de ano nas linhas de montagem de Camaçari (BA), de onde sai o novo Ka, e na Grande São Paulo, onde é produzido o Fiesta. Segundo a concessionária BH For, a empresa já previa certa dificuldade na oferta dos dois modelos pela alta procura e pelo recesso dos funcionários das fábricas, mas admite que, em um cenário de greve, consumidores terão grande dificuldades em comprar Ka e Fiesta.
Descontos para os compradores
Além do problema da greve, as revendas da Volkswagem e de outras marcas estão com vendas em queda em função do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros novos. Muitas concessionárias em Belo Horizonte, com o objetivo de liquidar os estoques, continuam vendendo carros com preços abaixo da tabela, o que deve durar até fevereiro. Na primeira semana, o movimento surpreendeu, mas nesta o faturamento está, em média, 40% menor nas revendas da capital. Para o consumidor, o momento é propício. Além do IPI reduzido, há promoções e bônus. Os descontos chegam em torno de R$ 2 mil até R$ 5 mil.
Nos primeiros dias do ano, a procura por automotivos novos, com o IPI reduzido, surpreendeu. A média das concessionárias ouvidas pelo Estado de Minas era de até cinco carros vendidos por dia, mas, em poucos tempo, o cenário mudou. Nos últimos dias, as vendas caíram cerca de 40%, segundo estimam. Por outro lado, os descontos estão sendo prorrogados e, algumas lojas que manteriam o IPI reduzido até meados de janeiro, como o grupo Roma Fiat, prorrogou o prazo para 31 de janeiro.
Dezembro, segundo destaca o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv), Camilo Lucian, foi o período de maior venda do ano de 2014 para o setor. “Em função do final da redução do IPI, vivemos um momento muito bom neste fim de ano. E havia a ideia de que, quem quisesse comprar um carro novo deveria aproveitar dezembro, pois janeiro seria mais caro. Mas muitas concessionárias, com o que não foi vendido, prorrogou o benefício para este mês”, comenta.
Camilo é também sócio- diretor da Banzai Honda e conta que, na sua concessionária em BH, foi mantido, neste mês, o preço antigo dos veículos . “Vendemos quase tudo que tínhamos em dezembro, e a Honda absorveu o aumento do IPI, por isso, mantivemos os valores do mês anterior”, afirma Camilo. Na concessionária BH For, revendedora Ford, já foram vendidos nesta quinzena cerca de 50 carros. Segundo conta o gerente da parte de financiamento da loja, Thiago Bello, a intenção é atrair a clientela pelo preço. “Além disso, podemos negociar emplacamentos, acessórios, entre outros”, diz. “É um bom momento para adquirir um carro novo”, completa.
O consumidor e empresário Guilherme Fernandes sabe disso. Em dezembro, ele vendeu o antigo carro e passou a pesquisar os valores e condições oferecidos pelas concessionárias e se surpreendeu com a continuidade do IPI reduzido. Ele diz que geralmente procura comprar um carro avaliando as taxas de juros do financiamento e também os valores de seguro e disponibilidade de peças para o modelo, além do seu poder de revenda. “Dou preferência aos carros que não são tão desejados, e observo todos as despesas referentes a ele. Vale muito a pena, por exemplo, comprar aquele que foi fabricado em 2014 e tem o modelo do mesmo ano”, diz o empresário, que está procurando um veículo para comprar.

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2015/01/15/internas_economia,608136/greve-ja-afeta-revendas.shtml

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