Produção de fábrica no ABC paulista está parada
desde 6 de janeiro.
Trabalhadores
dos 3 turnos da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) decidiram
nesta quarta-feira (14) manter a greve por tempo indeterminado, que entra no 9º
dia seguido, mesmo após a retomada das conversas com a montadora na véspera.
Segundo o
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, não
houve proposta nova da fabricante. Ela está disposta a discutir, mas os
sindicalistas exigem a readmissão dos 800 empregados cortados em 6 de janeiro.
Para o
secretário-geral da entidade que representa os trabalhadores, Wagner Santana, não há como negociar sem a reversão das
dispensas. Novas reuniões devem ser feitas ao longo da semana.
Toda a
produção está paralisada, apenas os setores administrativos e de
desenvolvimento continuam. O local produz modelos Gol, Polo, Polo Sedan,
Saveiro e Saveiro Cross. Na segunda-feira (12), uma passeata fechou parte da
rodovia Anchieta, que liga o litoral à capital paulista.
Outro lado
A montadora
não comentará o que foi discutido na reunião do sindicato, mas informou que vai
negociar com os trabalhadores.
“A Volkswagen do Brasil foi procurada por
autoridades representantes dos governos federal, estadual e municipal no
sentido de Sindicato e Empresa dialogarem sobre o momento da unidade Anchieta e
seus desafios de competitividade frente ao cenário de mercado."
"Sempre
aberta ao diálogo e na busca de uma solução balanceada, a companhia confirma
que retomou nessa terça-feira (13/01) as reuniões com a entidade que representa
os trabalhadores com vistas a estabelecer condições para um futuro sólido e
sustentável para a unidade Anchieta”.
No dia do anúncio das demissões, a empresa
atribuiu o corte às condições econômicas. "Em razão do cenário do setor automotivo, diversas medidas de flexibilização da
produção foram aplicadas desde 2013, como por exemplo férias coletivas,
suspensão temporária dos contratos de trabalho (lay-off), entre outras. No
entanto, todos os esforços não foram suficientes."
No ano passado, as exportações também foram
prejudicadas com problemas na Argentina. Além disso, o Gol, modelo mais popular
do Brasil há 27 anos, perdeu a liderança para o Fiat Palio no ano passado.
Tudo isto
fez com que a produção encolhesse 15%,
segundo a Volkswagen. Desde 2012, o governo brasileiro ofereceu incentivos
tributários para o setor, por meio de desconto no Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). Em troca, as fabricantes deveriam manter o nível de
emprego.
De acordo
com o Sindicato dos metalúrgicos do ABC, a
empresa já havia dito que há um excedente de 2 mil trabalhadores na fábrica. Em
dezembro, os trabalhadores rejeitaram proposta de mudanças em acordo com a
companhia que previa estabilidade de emprego na unidade até 2016.
Fonte:
http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/01/trabalhadores-da-volks-decidem-manter-greve-por-demissoes.html
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