Os países
das Américas definiram na primeira semana de outubro uma série de medidas conjuntas
para melhorar os sistemas de saúde, avançar na cobertura universal em saúde e
trabalhar com outros setores para melhorar as condições sociais, ambientais e
econômicas relacionadas à saúde. Reunidas no 52º Conselho Diretivo da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPS/OMS), autoridades da região aprovaram o
Plano Estratégico 2014-2019 e ações nas áreas de Doenças Não Transmissíveis
(DNTs), saúde sexual, recursos humanos para a atenção primária em áreas remotas
e a saúde na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015.
No seu
Informe Anual, a Diretora da OPS, Carissa Etienne, disse que “as condições
convergem para criar um momento único para a saúde na região (...) acredito que
temos poder para fazer a mudança na saúde materno-infantil, nas DNTs, nas
doenças infecciosas, no fortalecimento dos sistemas de saúde e no acesso
universal à atenção”. “Temos a grande possibilidade de que a saúde seja uma
força impulsora da transformação”, afirmou a Diretora no documento.
Na
abertura do encontro, realizado entre os dias 30 de setembro e a 04 de outubro,
Etienne destacou a importância da saúde para o desenvolvimento econômico, a paz
e a segurança e disse que a cobertura universal em saúde representa o melhor
marco de trabalho para a OPS e seus países-membros avançarem. “A cobertura
universal em saúde não é apenas aos países com mais recursos. Está ao alcance
de todos os países das Américas. Cada país tomará seu próprio caminho para
alcançar essa meta, mas todos podemos aspirar a alcançá-la.”
A
Diretora-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, elogiou
por sua vez as Américas por sua liderança mundial em saúde pública e exortou os
países a garantir que a região mantenha a condição enquanto avança na cobertura
universal. “A região das Américas tem sido por muito tempo líder mundial na
atenção primária em saúde, e esperamos o mesmo na medida em que os países se
comprometam a alcançar a cobertura universal”. Em paralelo ao 52º Conselho
Diretivo da OPS, foi realizada a 65ª Sessão do Comitê Regional da OMS para as Américas,
dando sequência aos encontros dos demais comitês regionais da organização.
Segundo
Etienne, o 52º Conselho Diretivo da OPS terminou com “um claro consenso a favor
da cobertura universal em saúde”, tida como “essencial para melhorar a saúde e
o bem-estar”. O conceito, porém, motiva ressalvas de críticos que defendem a
ideia de sistemas universais em saúde, com foco na universalidade do sistema em
vez da cobertura. O tema foi tratado em conferência realizada pela Dra. Asa
Cristina Laurell no ISAGS, em fevereiro desse ano.
Plano
Estratégico, Pós-2015 e Determinantes Sociais da Saúde
Os
delegados presentes aprovaram também o Plano Estratégico 2014-2019, intitulado
“Em prol da saúde: desenvolvimento sustentável e equidade”, elaborado segundo
prioridades da Agenda de Saúde para as Américas 2008-2017. O plano inclui novos
indicadores de equidade e atenção materno-infantil, aborda as DNTs e o
fortalecimento dos sistemas de saúde, assim como dos sistemas de informação. E
prioriza ainda questões regionais, como doenças negligenciadas, o enfoque dos
determinantes sociais da saúde e o tema dos recursos humanos para a saúde.
No
terceiro dia, os delegados discutiram também a inclusão da saúde na Agenda
Pós-2015. Com a presença de Etienne e Chan, os presentes defenderam a
necessidade da saúde ser incorporada ao debate como um eixo fundamental. Outros
temas debatidos foram cooperação internacional, políticas de imunização e a
implementação do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e o cumprimento dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
o final, o
Brasil foi eleito para presidir o Comitê Executivo da OPS 2013-2014. O órgão é
um grupo de trabalho com vistas à reunião anual do Conselho Diretivo. A cada
cinco anos, ocorre também a Conferência Pan-Americana de Saúde, cujo último
encontro foi realizado em 2012.
Fonte:
http://www.isags-unasursalud.org/
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