A
Assembleia Geral da das Nações Unidas abriu oficialmente sua 68ª Sessão
declarando a definição da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 e dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) como as prioridades para o próximo ano. Na
abertura do encontro, o presidente da Assembleia Geral, John Ashe, afirmou que
os próximos meses serão “chave” para a definição da nova agenda de objetivos
globais e ressaltou que o desafio dependerá de ação decisiva e de alto nível de
cooperação e colaboração entre os Estados-membros.
Ashe
declarou “A Agenda de Desenvolvimento Pós-2015: preparando o terreno” como tema
da 68ª Sessão da Assembleia Geral e convocou os Estados-membros a intensificar
os esforços para definir “um conjunto de objetivos de desenvolvimento
sustentável” à altura dos complexos desafios em nível global. O presidente da
67ª Sessão, Vuk Jeremic, disse em seu discurso que a definição da Agenda
Pós-2015 será “o projeto mais desafiador da história da diplomacia”.
O
Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou também a importância de os
países intensificarem os esforços no sentido do cumprimento dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM), conjunto de metas globais definidas em 2000
que expiram em 2015 e serão substituídas pelos ODS. “Intensificaremos esforços
para definir uma nova agenda, incluindo um conjunto de objetivos que atenderão
às expectativas das pessoas, assim como os ODM.”
Segundo
Ban e Ashe, entre os temas centrais para a Agenda Pós-2015 estão a saúde, o
desenvolvimento sustentável, a mudança climática e a luta contra a fome. Em
julho passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou relatório em que
defende que os novos objetivos de desenvolvimento sejam orientados pelos
Determinantes Sociais da Saúde, em perspectiva transversal às demais metas
globais. O relatório foi tema do Informe ISAGS de agosto.
Ao longo
do último ano, foram realizadas 11 consultas temáticas sob condução da ONU para
a definição dos novos ODS. O relatório final sobre as consultas na área da
saúde, consolidado em Botsuana em março, contém diretrizes para a inclusão do
tema na Agenda Pós-2015.
No dia 24,
na abertura dos debates de alto nível da Assembleia Geral, os presidentes dos
Estados-membros voltaram a destacar a urgência do tema. Os mandatários falaram
sobre os progressos alcançados com os ODM e discutiram a necessidade de a
Agenda Pós-2015 estabelecer objetivos universais, mas sem deixar de reconhecer
questões regionais.
No mesmo
dia, foi realizada a primeira reunião do novo Fórum Político de Alto Nível
sobre o Desenvolvimento Sustentável, que substitui a Comissão da ONU sobre
Desenvolvimento Sustentável. O tema da sessão foi “Construindo o Futuro que
Queremos: Da Rio+20 à Agenda de Desenvolvimento Pós-2015”. Estiveram presentes
o Secretário-Geral da ONU, a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, e líderes de
outros países e organismos internacionais.
Líderes da
Unasul fazem duras críticas em assuntos globais
Presidentes
de países da Unasul realizaram duras críticas durante os seus discursos na 68ª
Sessão da Assembleia Geral da ONU em diversos temas da agenda global. Foram
abordados desde a espionagem global realizada pelos EUA até o incentivo ao
consumo nas sociedades capitalistas, passando ainda por questionamentos a
práticas imperialistas de potências e ao déficit de democracia no funcionamento
dos órgãos internacionais, como a própria ONU.
A
presidenta brasileira, Dilma Rousseff, que abriu os debates de alto nível da
Assembleia Geral, afirmou que as práticas de espionagem global dos EUA
recentemente reveladas, que tiveram o Brasil entre seus principais alvos, “são
um desrespeito ao direito internacional e uma afronta aos princípios das
relações entre os países, principalmente se são amigos”. Recentemente, Dilma
cancelou uma visita de Estado a Washington em resposta à espionagem americana.
O
presidente do Uruguai, José Mujica, criticou o consumismo nas sociedades
modernas. “Parece que nascemos somente para consumir e consumir. Se a
humanidade quisesse viver como um americano médio, seriam necessários três
planetas”, afirmou. “O deus mercado organiza a economia, a vida e financia a
aparência de felicidade”, disse Mujica, que denunciou também o embargo
americano a Cuba e as práticas imperialistas nas ilhas Malvinas.
A
argentina Cristina Kirchner, por sua vez, questionou as práticas dos “fundos
abutres”, que processam o Estado argentino contra a reestruturação da sua
dívida. “Somos vítimas em série dos lobistas e dos fundos abutres”, afirmou. Já
o presidente do Chile, Sebastián Piñera, cobrou a reforma do Conselho de
Segurança da ONU. “Se queremos democracia em nossos países, não vejo razão para
não aplicar esses princípios nas decisões que afetam o mundo inteiro.”
Fonte:
http://www.isags-unasursalud.org/
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