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quarta-feira, 11 de julho de 2012

A greve nas instituições de ensino superior


"A nossa luta é pelo bem de toda a comunidade e não somente pela satisfação dos desejos privados dos trabalhadores"
Atualmente 95% das instituições federais de ensino superior (Ifes) brasileiras estão em greve. Este fato que se apresenta diante de nós revela, a meu ver, alguns incômodos coletivos. E quais são estes incômodos? Eles justificam a paralisação das atividades universitárias em todo o País que, por sua vez, provocam prejuízos tanto aos alunos quantos aos próprios servidores grevistas (docentes e técnicos)? Eu digo que sim! Os prejuízos são necessários, pois o governo, historicamente, só reconhece os indivíduos em duas situações: nas eleições e nas greves que mancham sua imagem. 
Não me parece casual que a imensa maioria dos funcionários públicos das Ifes esteja, ao mesmo tempo, reivindicando salários mais dignos, uma carreira profissional mais atraente e melhores condições de trabalho.
As pautas de reivindicação dos movimentos paredistas visam, em um futuro imediato, uma melhor condição de existência no Interior das instituições públicas de ensino que, sem dúvida, beneficiará diretamente servidores e alunos. A nossa luta é pelo bem de toda a comunidade e não somente pela satisfação dos desejos privados dos trabalhadores que exigem, dentre outras coisas, melhores salários.
Chegamos a um momento em que decidimos traduzir o discurso que afirma o valor fundamental da educação na história, na realização prática. É exatamente porque defendemos o princípio do ensino gratuito e de qualidade que estamos em conflito com o Governo Federal. Para nós, não basta ouvir da boca dos dirigentes da nação que a educação é importante e que devemos avançar neste tema. Exigimos que a educação pública no Brasil seja priorizada já!
No Ceará, os docentes da Universidade Federal do Ceará (UFC) que acreditam no direito de greve enquanto o melhor recurso de luta na correlação de forças com o Governo foram obrigados a tencionar, inclusive contra a direção de seu próprio sindicato. Esta insistiu em uma análise de conjuntura que pareceu a muitos docentes equivocada e distante dos interesses da maioria.
Autoritariamente, essa mesma direção realizou várias manobras para impedir a voz e o voto das unidades acadêmicas (Cariri e Sobral) que eram favoráveis à greve antes de 31 de maio. Uma vez deflagrada a greve, então, com a vitória da base, a tarefa agora é implantar efetivamente o movimento paredista na UFC à revelia dos antigrevistas sindicais. Temos que construir uma luta social que resulte na vitória de todos que trabalham pela educação.
Ivânio Lopes de Azevedo Júnior
Professor de Filosofia e Música da UFC- Campus Cariri
Fonte: O Povo

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