“Vivendo no limite:
quem são nossos formadores de opinião?” Este é o tema do Ciclo de Debates
Sindjorce a ser realizado nesta terça-feira (17/07), às 18h30, no Espaço
Cultural do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (SindBar). Promovido com o apoio
do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Ceará, o evento terá como convidado
especial o psicólogo Roberto Heloani (foto), professor da Faculdade de Educação
da Unicamp, da FGV e da Unimarco. Ele apresentará pesquisa de sua autoria que
revela uma radiografia dramática da saúde física e mental dos jornalistas
brasileiros. "A experiência clínica nos leva a supor que o estresse nesta
área advém sobretudo do trabalho que faz do jornalismo uma profissão de risco e
também de morte precoce", afirma.
O Ciclo de Debates
contará também com a presença do psicólogo Arthur Lobato, repórter
cinematográfico da Rede TV!, ex-diretor da Federação Nacional dos Jornalistas
(FENAJ) e do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Minas Gerais (SJMG). O
jornalista falará sobre assédio moral e suas consequências para a saúde do
trabalhador. Também fará parte da mesa de debates o advogado trabalhista Carlos
Chagas, assessor jurídico do Sindjorce.
"Parte
significativa desses profissionais (jornalistas) não alcança sequer a
aposentadoria. Ademais, a partir da implantação de novas tecnologias nas
redações nacionais, os usuários - jornalistas em sua maioria - se vêem cada vez
mais diante dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
Tais perspectivas, portanto, consideram, respectivamente, a existência de uma
relação negativa entre trabalho e saúde mental e entre modos de gestão e saúde
em geral", conclui Roberto Heloani.
Realizado
conjuntamente pelos Departamentos de Jornalistas de Imagem e Aposentados do
Sindjorce, em parceria com a FENAJ, o Ciclo de Debates faz parte do calendário
de pré-encontros promovidos para discutir o programa científico do I Encontro
Estadual dos Jornalistas de Imagem (EJIC), que será realizado em Fortaleza no
dia 1º de setembro, em comemoração ao Dia Nacional do Repórter Fotográfico,
celebrado em 2 de setembro.
Situação no Ceará
Pesquisa realizada
pelo Sindjorce, em 2010, nas redações do Diário do Nordeste, O Povo e O Estado,
constatou que 61,39% dos trabalhadores apresentavam problemas de saúde. Dores
nas costas, pescoço e articulações lideravam o ranking. Logo depois, apareciam
estresse, ansiedade, problemas de visão, dores nos braços, pernas e
articulações, dores de cabeça, depressão e palpitações.
"O jornalista,
assim como outros profissionais, tem uma rotina de vida sacrificada por conta
do trabalho. Plantões, pautas insalubres (do ponto de vista físico e emocional)
e locais de trabalho com estrutura inadequada (iluminação, computadores) são
alguns fatores que contribuem para o estresse”, avalia Samira de Castro,
presidente em exercício do Sindjorce.
No entanto, Samira
acrescenta que a recompensa financeira insatisfatória é apontada como uma das
queixas mais comuns da categoria. “O trabalhador não vê o resultado do seu
empenho laboral refletido no contracheque, ou em ganhos sociais, e cai numa
rotina de desânimo e sofrimento psíquico", afirma.
Quem são os
palestrantes
Roberto Heloani é
professor titular e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
e FGV. Livre-docente em Teoria das Organizações (UNICAMP) e pós-doutor em
Comunicação (USP), é pesquisador na área de Saúde Mental no Trabalho e Assédio
Moral/Sexual.
Psicólogo e repórter
cinematográfico da Rede TV!/MG, o jornalista Arthur Lobato desenvolve projetos
sobre saúde do trabalhador, tendo realizado dezenas de palestras em vários
estados no Brasil. Foi vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) e 2º tesoureiro da FENAJ.
Serviço:
Ciclo de Debates
Sindjorce - “Vivendo no limite: quem são nossos formadores de opinião?”
Com o psicólogo
Roberto Heloani (FGV), o jornalista Arthur Lobato (Rede TV! Minas Gerais) e o
advogado trabalhista Carlos Chagas
Terça-feira, dia 17
de julho, às 18h30
SindBar - Rua Joaquim
Sá, 545, Dionísio Torres, entre Nunes Valente e Tibúrcio Cavalcante, próximo a
Assembleia Legislativa
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