Classe,
e não classes, por razões cujo exame constitui um dos
objetivos deste livro. Evidentemente, há diferença. ‘Classes trabalhadoras’ é
um termo descritivo, tão esclarecedor quanto evasivo. Reúne vagamente um
amontoado de fenômenos descontínuos. Ali estavam alfaiates e acolá tecelãos, e
juntos constituem as classes trabalhadoras.
Por classe,
entendo um fenômeno histórico, que unifica
uma série de acontecimentos díspares e aparentemente desconectados, tanto na
matéria-prima da experiência como da consciência. Ressalto que é um fenômeno histórico. Não vejo a
classe como uma ‘estrutura’, nem mesmo como uma ‘categoria’, mas como algo que ocorre efetivamente (e cuja
ocorrência pode ser demonstrada) nas relações humanas.
(THOMPSON, Eduard P. A formação da classe operária inglesa. Parte
I - A árvore da liberdade. 3v. Coleção Oficinas da História. Tradução:
Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 09-14)
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