“Sou da
opinião”, escreveu o Bispo de Llandaff em 1820, “que Vossa Senhoria está muito
enganada ao supor que o Povo, ou o vulgo, como lhe agrada chama-los, é incapaz
de compreender argumentos”:
O povo,
asseguro a Vossa Senhoria, não gosta absolutamente de estorinha simplórias.
Tampouco apreciam a linguagem declamatória ou, numa afirmação vaga, suas
mentes, nos últimos dez anos, passaram por enorme revolução. (...)
Permita-me
(...) dizer que (...) essas classes, conforme meu conhecimento certo, são
atualmente mais esclarecidas do que as outras classes da comunidade. (...).
Enxergam mais longe no futuro que o Parlamento e os Ministros. – Existe essa
vantagem presente em sua busca de conhecimento. – Não têm nenhum interesse
particular a atender: e, portanto, seu juízo não está encoberto por
preconceitos ou egoísmo. Além do que, sua comunicação recíproca é totalmente
livre. Os pensamentos de um suscitam outros pensamentos noutro. As idéias são
discutidas sem a restrição imposta à suspeita, por falso orgulho ou falsa
modéstia. E assim a verdade é rapidamente alcançada.”
(Apud. Political Register, 27 de janeiro de
1820)
(THOMPSON, Eduard P. A
formação da classe operária inglesa. Parte II - A força dos trabalhadores.
2. ed. 3v. Coleção Oficinas da História. Tradução: Denise Bottmann. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 343)
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