[...] Nesta esfera, separada da vida, o tempo deixa de
ser tempo vivido e vivenciado, torna-se simples matéria-prima que tem de ser optimizada:
«tempo é dinheiro». Cada segundo é contabilizado, cada ida à casa-de-banho é um
escândalo, cada conversa é um crime contra a finalidade autonomizada da
produção. No local de trabalho, apenas pode ser gasta energia abstracta. A vida
fica lá fora - ou porventura em parte nenhuma, porque a cadência do trabalho
rege interiormente todas as coisas. Até as crianças são domesticadas pelo
relógio, para que um dia possam ser «eficientes». As férias só servem para a
recuperação da «força de trabalho». E mesmo às refeições, nas festas e no amor,
o ponteiro dos segundos faz tiquetaque na nossa cabeça.
Fonte: Manifesto conta o Trabalho - Grupo Krisis
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