Esta é a história de um levante iniciado pelas primeiras
vítimas da Revolução Industrial sob uma perspectiva contemporânea — uma
lembrança vívida de que o atual turbilhão, levado pelo rápido desenvolvimento
das tecnologias e da economia global, é tão desintegrador quanto aquele criado
pelas máquinas a vapor e pelo laissez-faire.
INIMIGOS DO FUTURO — A GUERRA DOS LUDITAS CONTRA A REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL E O DESEMPREGO: LIÇÕES PARA O PRESENTE é o trabalho de um
pesquisador cuidadoso, mas também a excitante história de pessoas cuja
resistência à tecnologia foi tão dramática que seu nome entrou em nossos
dicionários.
Hoje em dia, o termo ludita se refere a qualquer pessoa que
tenha aversão a computadores e celulares. Este livro nos lembra que os luditas
eram, de fato, pessoas reais, trabalhadores ingleses que viram suas vidas e
casas, suas comunidades e suas terras destruídas pelo avanço do capitalismo
industrial.
Durante poucos meses, entre 1811 e 1812, os trabalhadores da
indústria têxtil engendraram uma rebelião armada contra a iminente reengenharia
provocada pelas tecnologias subitamente introduzidas por interesses econômicos
— novas idéias radicais, incluindo a da própria indústria, uma
estrutura centralizada construída para dar lugar às máquinas, nas quais o ritmo
e a natureza de todo o trabalho não são mais gerados pela cadência e pelas
necessidades das pessoas, mas pelo movimento dos motores.
A impetuosidade
sangrenta da luta dos luditas e a brutalidade com a qual foram esmagados por um
governo comprometido com o industrialismo são o enredo deste livro.
A partir dele, a intensidade desta batalha específica ilumina os importantes
temas que Kirkpatrick Sale traz para nosso tempo, seguro de que havia mais em jogo em 1811 do que apenas
milhares de empregos.
A imposição da
tecnologia, levada por uma nova crença industrial de lucros irrestritos e
competição em larga escala, representou nada menos que uma nova definição da
existência humana; a
comunidade seria sacrificada pelas engrenagens de uma máquina chamada "economia",
e o futuro seria definido pelo industrialismo e imposto às pessoas. Os homens da era romântica se rebelaram
contra este destino.
Quase dois séculos depois, a humanidade anestesiada pelo estresse, pela monotonia e pela
degradação espiritual da vida industrial e corporativa mal percebe que as
mudanças se sucedem na mesma proporção em que cresce o conformismo. Se a
resistência existe hoje, este livro celebra os neoluditas, identificando os
movimentos e perigos que os ligam aos primeiros rebeldes.
Kirkpatrick Sale é autor
de sete livros, incluindo The Conquest of
Paradise: Christopher Columbus and the Columbian Legacy e The Green Revolution. Ele
faz parte do PEN American Center e da E.F. Schumacher Society.
Fonte: http://www.editoras.com/record/04916.htm
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