O Programa “Trabalho, Justiça e Cidadania” da ANAMATRA, desenvolvido no Ceará pela AMATRAVII realizou na última semana do mês de agosto o ‘Tira Dúvidas’, momento que faz parte do Programa TJC e se realiza após as apresentações dos temas trabalhistas pelos alunos do Projeto Comunidade e Direitos Sociais (EDH/Unichristus). Em tal fase, os juízes e advogados trabalhistas vão às escolas públicas profissionalizantes do estado e esclarecem dúvidas dos alunos.
Na terça-feira, 27 de agosto, os juízes e advogados foram
para a EEEP Comendador Miguel Gurgel (Bairro Messejana); na quinta-feira,
29/08, seguiram para a EEEP Dona Creuza do Carmo Rocha (Bairro Monte Castelo) e
na sexta-feira, 30/08, encerram a fase na EEEP Presidente Roosevelt (Bairro
Farias Brito).
O Tira-Dúvidas realizado na sexta-feira estava sob a coordenação da Juíza do Trabalho Kaline Lewinter, acompanhada com excelentes profissionais da Justiça do Trabalho do Ceará: Juízas do Trabalho Rossana Sampaio e Camila de Moraes, bem como os advogados Davi Marques, Paulo Furtado e Antônio Nobre, juntamente com os alunos do Projeto Comunidade e Direitos Sociais EDH/Unichristus.
O Tira-Dúvidas realizado na sexta-feira estava sob a coordenação da Juíza do Trabalho Kaline Lewinter, acompanhada com excelentes profissionais da Justiça do Trabalho do Ceará: Juízas do Trabalho Rossana Sampaio e Camila de Moraes, bem como os advogados Davi Marques, Paulo Furtado e Antônio Nobre, juntamente com os alunos do Projeto Comunidade e Direitos Sociais EDH/Unichristus.
Na ocasião, houve a participação da Coordenadora da SEDUC-CE
(Secretaria da Educação do Ceará) Socorro dos Santos; Roberto e Karolina Sampaio,
funcionários da AMATRAVII, colaboraram prestando assistência para a realização,
locomoção e fornecimento publicitário do evento.
Os alunos da Unichristus (membros do Projeto Comunidade e Direitos Sociais do Escritório de Direitos Humanos - orientado pelo Prof. Clovis Renato Costa Farias) Andréa Ponte, Bianca Rocha, Brena Brasil, Carmelita Coêlho, Jéssica Marques, Lia Bonfim, Monique Medeiros e Venâncio Camurça participaram observando e respondendo a alguns dos questionamentos.
Os alunos da Unichristus (membros do Projeto Comunidade e Direitos Sociais do Escritório de Direitos Humanos - orientado pelo Prof. Clovis Renato Costa Farias) Andréa Ponte, Bianca Rocha, Brena Brasil, Carmelita Coêlho, Jéssica Marques, Lia Bonfim, Monique Medeiros e Venâncio Camurça participaram observando e respondendo a alguns dos questionamentos.
Ao chegar na EEEP Presidente Roosevelt, todos foram muito
bem recebidos pela diretora da escola Germana Pacelli. A professora da
instituição Kelly da Silva fez o cerimonial de abertura do evento.
Foram entregues aos alunos a “Cartilha dos Direitos
Trabalhistas” adaptada e atualizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região.
A mesa foi composta pelos membros da AMATRA, pela Coordenadora
da Secretaria da Educação do Ceará e pelo integrante do Projeto Comunidade e
Direitos Sociais Venâncio Camurça, para esclarecer dúvidas a respeito do
PROUNI, Programa Universidade para Todos e sobre Cotas Raciais.
A Juíza Kaline Lewinter iniciou o evento destacando que “O Programa Trabalho Justiça e Cidadania é uma
obra de integração, conscientização sobre os direitos do trabalho para alunos
que estão se preparando para o mercado laboral e assim ter consciência dos
direitos mínimos que cada pessoa possui. É uma integração do Poder Judiciário
com os alunos e com isso, quebra paradigmas a respeito da figura do juiz
perante a sociedade”.
Reforçou, também, que além das dúvidas registradas e
entregues para a AMATRA, o alunos e professores tinham liberdade para novos
esclarecimentos ao final.
Agradeceu aos professores pela participação no projeto, pela
dedicação dos alunos e aos colegas advogados e juízas que se disponibilizaram
gentilmente para participar esclarecendo as dúvidas.
A Coordenadora da SEDUC, Socorro dos Santos, repisou ser um
grande prazer para o órgão participar como parceiro da AMATRAVII, conjuntamente
com advogados, magistrados (as), que doam tempo para o TJC, uma vez que há um
enriquecimento muito grande para os estudantes. Para tanto, houve a formação dos
professores e disposição dos temas pelos estudantes da Unichristus. Crê que
houve grande aprendizado e socialização do conhecimento com a família, com
êxito do papel multiplicador do Programa.
Conforme a Coordenadora “tudo
que eles aprenderam esse ano com o TJC vai ser utilizado no próximo ano, na
fase de estágio. Estarão pondo em prática e vivenciando o que aprenderam e
acabará se tornando mais fácil lidar com situações complicadas pelo fato de
eles já conhecerem.”
Como membro da SEDUC, disse estar muito satisfeita com a
parceria com a AMATRA por conta da formação que faz acontecer não apenas nos
muros da escola, mas extrapola os muros da didática tradicional.
Relembrou que é o terceiro ano do TJC, em funcionamento no
Ceará desde 2011. O projeto já foi realizado em seis escolas e o desejo do
Governo do Estado é continuar a parceria. Destacou ter sido um prazer ter
assistido a uma audiência trabalhista junto com os alunos. E ainda complementou
que “todos podem sonhar e há a
possibilidade de estudantes desenvolverem o ânimo de ingressar na área do
Direito.”
Ao encerrar sua fala, agradeceu a todos pela presença e aos
alunos pelo empenho de ter participado do Projeto, lembrando a importância de
repassarem o conhecimento, socializando-o com a família e amigos. Concluiu,
citando Paulo Freire: “Educar não é
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção
ou a sua construção”.
O Tira Dúvidas teve início com a Juíza do Trabalho Camila de
Moraes que se manifestou dizendo esperar que se um dia encontrar algum dos
alunos na justiça, espero que seja como advogados, juízes ou servidores do
Poder Judiciário. Todos têm como conseguir emprego e pesquisar na internet
temas trabalhistas, direitos em geral. Destacou que todos precisam estar informados, saber sobre o Direito para
não serem enganados, o que tem sido um problema recorrente.
Desse modo, exemplificou problemas
de pessoas que entregam a sua carteira de trabalho para ser assinada e não
recebem nenhuma garantia para provar a entrega;
esclareceu que um dos papéis do advogado é fazer valer os seus direitos dos
clientes. Assim, ressaltou: “É preciso se
prevenir, pesquisando antes. É importante ter a carteira assinada para constar
as experiências de empregos anteriores e para se aposentar e receber os
benefícios da Previdência Social e assim, aproveitar a vida ainda mais. Pensem nisso e nunca aceitem emprego sem
carteira de trabalho assinada.”
Como diria Leonardo Da Vinci: “Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte,
ele permaneça”.
A Juíza do Trabalho Rossana Sampaio, da Vara do Trabalho de Juazeiro
do Norte, disse que espera que nas próximas edições do TJC sejam atendidas
outras instituições no interior do Estado do Ceará. Em Juazeiro do Norte o programa
será muito bem recebido. Concluiu: “Além
da função que a Drª Kaline e a Drª Camila citaram, o TJC tem outra função que é
fazer despertar vocações. Desde que haja força de vontade, tudo é possível.
Mesmo que não seja na área do Direito, que todos tenham a certeza, que independente
da área de atuação profissional dos alunos é possível ser completamente felizes
desde que haja empenho, obter sucesso com dedicação e força de vontade.”
O que relembrou George Bernanos: “Se queres assumir em pleno o teu trabalho, não te esqueças de que toda
a vocação só se consegue concretizar com muita dedicação.”
O advogado Paulo Furtado, também professor do SENAC (Serviço
de Aprendizagem Comercial) e do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial), informou aos jovens sobre um projeto não muito exposto pela mídia,
porém de extrema importância para o futuro profissional e para a colaboração
para o futuro do Brasil: o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego).
Esclareceu que “o PRONATEC é o maior programa educacional do país”. Em sua metodologia pedagógica oferece cursos técnicos, gratuitamente, de dois anos e com direito a transporte e alimentação. Os professores se dirigem às comunidades para lecionar no formato de cursos técnicos.
Esclareceu que “o PRONATEC é o maior programa educacional do país”. Em sua metodologia pedagógica oferece cursos técnicos, gratuitamente, de dois anos e com direito a transporte e alimentação. Os professores se dirigem às comunidades para lecionar no formato de cursos técnicos.
Manifestou que, por meio da AMATRA VII, sente-se muito
orgulhoso por participar e informar aos jovens, que serão o futuro da nação em
todos os sentidos. Acrescentou também que em 2011, cresceu 103% os acidentes de
trabalho na faixa etária de 22 a 28 anos, portanto, era preciso fazer muito
treinamento com o fito de evitar que esses acidentes aconteçam. “O jovem pode falar tudo sobre esse país, mas
não pode falar que não tem onde estudar. Sejam portadores e multiplicadores do
PRONATEC”.
Como tratado por Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o
mundo”.
Seguiram-se as perguntas: “Quais as universidades em
Fortaleza que já aderiram ao Programa de Cotas e suas formas de ingresso?”, “É
possível cursar concomitantemente uma universidade pública e uma particular
através do PROUNI?” e “Quais os meios de se obter programas como FIES e o
PROUNI?”, as quais foram respondidas por Venâncio Camurça (EDH/Unichristus) com
muita clareza.
O advogado Davi Marques respondeu a pergunta: “À quem se estende o direito de greve?” acrescentando também contextos históricos e técnicos.
O advogado Davi Marques respondeu a pergunta: “À quem se estende o direito de greve?” acrescentando também contextos históricos e técnicos.
A Juíza do Trabalho Camila de Moraes respondeu a pergunta:
“Acidente durante o estágio pode ser considerado como acidente de trabalho?
Como proceder e a quem recorrer caso ocorra?”, também, explicando sobre o
seguro obrigatório, critérios para ser um estagiário e também sobre a carteira
de trabalho.
A Juíza da Vara do Trabalho de Juazeiro do Norte Rossana
Sampaio explicou a pergunta: “O estágio do estudante técnico em edificações, em
canteiros de obra, é legalmente proibido, mas muitas empresas fornecem o
estágio neste ambiente. Como proceder diante dessa situação?”, bem como sobre os
fins do estágio didático.
Antônio Nobre explicou a pergunta: “O estagiário pode
prestar serviço a mesma empresa em um contra turno?” e a diferença entre o
Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho. Ainda, incentivou os
alunos a utilizarem a internet para o bem, para colher informações, “a internet é uma ferramenta fantástica, mas
se não for bem utilizada, não serve pra nada”.
Além das perguntas registradas, surgiram outras pelos alunos
e professores durante o evento: a professora Kelly da Silva perguntou se havia
alguma força que impeça que uma moça, de 18 anos, do curso de estética, estenda
o horário do seu estágio?”. Davi Marques
respondeu que isso era uma forma de fraude no estágio. “O jovem pode
estagiar no domingo?”
Socorro (SEDUC) respondeu ser impossível e o advogado Paulo
Furtado acrescentou dizendo que o jovem estagiário e aprendiz não pode trabalhar
na área de hotelaria.
Um aluno questionou sobre o atraso do salário do estágio, sendo
respondido pela Coordenadora da SEDUC/CE, Socorro dos Santos, que explicou que
isso acontece muitas vezes devido ao registro inadequado dos estagiários e com
isso, demoram para identificar a letra do preenchimento da ficha de cadastro de
estágio.
Por fim, foram convocados uma integrante do Projeto
Comunidade e Direitos Sociais (EDH/Unichristus - orientado pelo Prof. Clovis Renato Costa Farias), Bianca Rocha, e mais dois
alunos da EEEP President Roosevelt para gravarem seu depoimento sobre como o
Programa Trabalho, Justiça e Cidadania colaborou com a sua vida.
A integrante Bianca Rocha disse que “com o Programa Trabalho, Justiça e Cidadania não só os alunos das
escolas de ensino profissional aprendem, também os acadêmicos de Direito. Não
apenas como se portar em público e praticar a oratória, também conhecem as
legislações e realidades ligadas ao Direito do Trabalho para repassar aos alunos,
pois eles precisam saber dos seus direitos para no futuro não sofrerem
exploração e com todo o conhecimento aprendido, ajudar a construir um Brasil
melhor. Por eu ser uma estudante de Direito, tenho uma responsabilidade muito
grande para o país, tendo essa gratificante experiência, posso, com a minha
futura profissão, ajudar a fazer a diferença na justiça brasileira para que
seja garantido à todos os cidadãos os seus direitos de forma plena.”
A próxima atividade do TJC é a visita ao Fórum Autran Nunes,
quando sessenta alunos de cada escola terão a oportunidade de conhecer as Varas
do Trabalho e assistir audiências.
O Tira Dúvidas demarcou a lição de Platão: “Tente mover o mundo, o primeiro passo será
mover a si mesmo.”
Fotos: Andrea Ponte - Edição: Clovis Renato Costa Farias
Bianca Rocha
Aluna do Curso de Direito – Unichristus
Membro do Projeto Comunidade e Direitos Sociais
Escritório de Direitos Humanos – Unichristus
Clovis Renato Costa
Farias
Professor Orientador
Projeto Comunidade e Direitos Sociais
EDH/Unichristus
Doutorando em Direito pela Universidade Federal
do Ceará
Bolsista da CAPES
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