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quarta-feira, 5 de março de 2014

Polícia Federal rebate sindicato e diz estar preparada para Copa

Em resposta ao post "PF está despreparada para Copa do Mundo", a assessoria de imprensa da Polícia Federal encaminhou nota na qual nega as afirmações do presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal de São Paulo, Amaury Portugal.
Abaixo íntegra da nota enviada pela PF.
Tendo em vista entrevista concedida por Vossa Excelência ao Blog do Serapião da Revista Carta Capital, esta Direção Geral considera importante esclarecer alguns pontos expostos à imprensa que não condizem com a realidade dos fatos, a saber:

1. A Polícia Federal está preparada para atuar na Copa do Mundo de 2014 nas atribuições inerentes à instituição. Isso decorre do planejamento das ações de segurança para os Grandes Eventos instituído desde dezembro de 2009, quando foi criado grupo de trabalho interno para estudar o tema. Além de integrar a Comissão Especial de Segurança Pública para Grandes Eventos e manter forte interlocução com a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE) que, aliás, é chefiada por servidor da instituição desde sua criação em 2011, a PF atuou de forma decisiva nas ações de segurança dos Jogos Militares, do sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, do sorteio da Copa das Confederações, da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude;
2. Desde 2011, foram investidos na PF mais de R$ 400 milhões, dois quais R$ 90 milhões estritamente em equipamentos e capacitação para os Grandes Eventos. Esse investimento permitiu a aquisição de viaturas, inclusive blindadas, embarcações, armamento menos letal, coletes balísticos, equipamentos para os grupos de operações especiais, para os grupos de bombas e explosivos, soluções de tecnologia da informação, inclusive para investigação de crimes cibernéticos e identificação de vítimas de desastre, e estruturação do Centro de Cooperação Policial Internacional;
3. Além disso, mais de 1200 servidores foram capacitados em diversas áreas de atuação, tais como segurança de dignitários, polícia marítima, segurança cibernética, identificação de vítimas de desastre, gerenciamento e negociação de crises, vistorias e contramedidas, sem contar os diversos treinamentos realizados em eventos-teste, exercícios, simulados e no período pré-operacional aos eventos dos quais a PF participou;
4. Quanto ao orçamento destinado ao órgão, a PF apresenta anualmente crescimento em sua execução orçamentária, superando os índices oficiais de inflação do período. Aos números: mais de R$ 852 milhões em 2010, R$ 903 milhões em 2011, R$ 961 milhões em 2012 e R$ 1,026 bilhão em 2013;
5. Outro dado a ser esclarecido na entrevista refere-se à utilização dos Veículos Aéreos Não Tripulados. A PF dispõe de duas unidades de VANT operando regularmente, especialmente nas fronteiras brasileiras. Quanto ao alegado estudo sobre a necessidade de quinze unidades, vale ressaltar que a conclusão mencionada refere-se a dados anteriores a 2010 em que se utilizava tecnologia atualmente defasada;
6. Quanto ao investimento na compra de material, a PF realizou a maior compra de sua história em coletes balísticos destinados a segurança dos seus servidores: 11.200. Da mesma forma, foram adquiridas 600 armas longas destinadas ao Comando de Operação Táticas, Grupos de Pronta Intervenção e Núcleos Especiais de Polícia Marítima, além de 800 armas não letais para controle de distúrbios, 1.450 viaturas, 18 equipamentos de raio-X, 15 robôs anti-bombas, 111 binóculos de detectores de visão noturna, 180 designadores laser infravermelho, 20 cães farejadores, 17 lanchas, 6 scanners corporais para aeroportos, 1 aeronave de grande porte, entre outros investimentos;
7. A PF ainda inaugurou novas edificações em diversas localidades, tais como as novas Superintendências Regionais no Acre e em Roraima, as novas delegacias de Presidente Prudente/SP, Santa Cruz do Sul/RS, Campina Grande/PB e Guaíra/PR. Em breve, serão inaugurados os novos prédios referentes à Superintendência no Amapá e à Delegacia em Cáceres/MT;
8. Foi realizado concurso para o preenchimento de 1.200 vagas de novos policiais. Outro concurso para mais 600 policiais está em avançado estágio de autorização pelo Governo Federal. E a prova para mais de 500 agentes administrativos ocorreu neste último final de semana;
9. Os resultados dos investimentos realizados por esta gestão são evidentes com o recorde de operações policiais especiais deflagradas pelo órgão: 246 em 2011, 289 em 2012 e 296 em 2013. A quantidade de drogas apreendidas pela instituição também alcançou números históricos: no ano passado, 256 toneladas de drogas saíram das ruas pelas mãos da PF. A marca de passaporte emitidos em 2013 também foi recorde: 2,1 milhões de pessoas foram atendidas pelas unidades da instituição e receberam novos documentos de viagem, número superior ao de uma metrópole do tamanho de Manaus/AM.
por Fabio Serapião
Fonte:http://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-serapiao/policia-federal-rebate-sindicato-e-diz-estar-preparada-para-copa-8868.html
Veja o que está sendo rebatido:
“PF está despreparada para a Copa do Mundo”
O planejamento para o mundial não incluiu a Polícia Federal, diz o presidente do sindicato dos delegados de SP, Amaury Portugal. No blog do Serapião
Para o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal de São Paulo e vice-presidente da Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Amaury Portugal, a PF foi deixada de lado do planejamento da Copa do Mundo e tem sua capacidade de ação reduzida pela falta de investimentos do governo federal.
Em entrevista ao Blog do Serapião, Portugal aponta também as principais dificuldades enfrentadas pela Polícia Federal e afirma que sem investimentos em tecnologia, capacitação profissional e renovação de armamentos a PF não conseguirá combater a crime organizado.
Blog do Serapião: Qual o balanço que o Sindicato faz do ano passado?
Amaury Portugal: Em 2013 não houve nada de excepcional, a PF, como tem acontecido nos últimos anos, tem perdido muitas verbas, ou não tem recebido muitas verbas. A questão de recebimento de material, que era expressiva no passado, há sete ou seis anos, diminuiu muito. Aeronaves, viaturas, armamentos, não houve renovação de armamento. A PF, apenas com os recursos que ela tem constitucionalmente, procurou dinamizar esses setores, mas com muita dificuldade. Sobre as operações, elas se desenvolvem, mas nada de excepcional. Em um país como o nosso, com uma fronteira extensa como é, nesse cenário dificílimo para segurança pública, com o crime organizado querendo concorrer com as forças regulares. A PF tem passado algumas dificuldades.
BS: Isso vem de quando, essa queda no repasse de verbas para a PF?
AP: Desde o fim do governo Lula. Foram sete anos muito bons para a PF, ela se reestruturou, ela ganhou outro corpo, recebeu armamentos moderníssimos, recebeu viaturas. No último ano do governo dele começou a cair e depois continuou sempre em queda. Houve tempos que estava critica a situação, mas agora estamos mantendo a média. Nós mantemos uma estreita relação com a administração, inclusive com o ministro José Eduardo Cardozo. Mas existe a dificuldade do recebimento de valores.
BS: Qual a avaliação que o sindicato faz dos motivos dessa queda de repasses, vê motivos econômicos ou uma decisão política?
AP: Acho que são as duas coisas. Acho que é uma conjuntura econômica, na prática não vejo uma economia forte. Isso pesou muito, para todos os setores, inclusive segurança pública. E não falo que isso seja apenas no âmbito federal, no estado também a coisa está complicado, principalmente aqui em São Paulo.
BS: Nessa situação, a Polícia Federal tem condições de combater um crime organizado cada vez mais bem estruturado?
AP: Hoje, a Polícia Federal precisa ser moderna, ela tem que ter meios tecnológicos modernos. Escuta ambiental, interceptações, drones (aeronaves não tripuladas), que aqui conhecemos como VANTs. Por exemplo, nós fizemos um estudo mostrando que para vigiar toda a extensão de nossas fronteiras precisávamos de cerca quinze VANTs, temos apenas um, que nem sabemos se ele é utilizado. O principal desafio desse ano é superar essa defasagem de investimentos para que a Polícia Federal esteja preparada para combater o crime organizado.
BS: Falta apenas dinheiro ou também liberdade?
AP: Na visão do sindicato, dificilmente um policial federal se deixa pressionar pelo poder público. Como dizia o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, a Polícia Federal é um órgão do Estado, ela tem que ter autonomia para trabalhar. Mas sabemos que entre gabinetes essa autonomia pode desaparecer. Mas temos tido avanços no sentido de coibir essa interferência, como a lei 12.830 sancionada pela presidenta Dilma, que dá total autonomia para os delegados. Com ela, fica impossível retirar do delegado qualquer investigação ou inquérito que ele esteja presidindo. Estamos mais seguros nesse sentido. Mas o problema é a operacionalidade e nisso estamos decaindo muito.
BS: Essa falta de dinheiro explica a diminuição no número de grandes operações, como as registradas nos primeiros anos do governo Lula?
AP: O principal motivo é falta de recurso, que caiu desde o último ano do governo Lula e continua a cair com a presidente Dilma. O outro é que você não sente por parte do poder público a vontade necessária para que a Polícia Federal seja atuante como era há alguns anos.
BS: Qual é o resultado dessa falta de investimento?
AP: Eu participei recentemente de uma reunião com representantes das polícias de outros países. Nesse encontro, discutimos o avanço da criminalidade organizada. A previsão deles é que, até 2025, o crime organizado estará em paridade de forças com o poder do Estado. Esse é o resultado, sem investimento corremos o risco de ficar a mercê do crime. Se a coisa continuar a ser dirigida dessa forma, eu não sou otimista. Não se pode ficar nesse jogo de empurra-empurra entre governo federal e estadual. Outra coisa, não podemos ter no comando dos órgãos de seguranças pessoas sem experiência. Como é o caso do estado de São Paulo, o secretário é um promotor. O caso da Secretária Nacional de Segurança Pública, que também é presidida por alguém sem a experiência necessária.
BS: Neste ano o Brasil recebe a Copa do Mundo. O clima é um pouco tenso e temos a possibilidade de grandes manifestações. A Polícia Federal está preparada?
AP: Não, a Polícia Federal está completamente despreparada, a Polícia Federal foi alijada do planejamento da parte de segurança pública desses grandes eventos. Isso ficou a cargo do Ministério da Justiça, exército e outros setores do governo. A polícia Federal tinha seus especialistas, mas houve choque na hora da definição de como seria a organização desses eventos. A Polícia Federal foi deixada de lado no momento de pensar como seria a organização desses grandes eventos.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-serapiao/201cpolicia-federal-esta-completamente-despreparada-para-a-copa-do-mundo201d-diz-sindicato-7294.html

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