“Tipos de corrupção na democracia
Badiou propôs uma distinção entre dois tipos (ou, antes,
níveis) de corrupção na democracia: a corrupção
empírica de fato e a corrupção que é inerente à própria forma da
democracia com sua redução da política à negociação de interesses privados.
Essa separação torna-se visível nos casos (raros, admita-se) em que um político
“democrático” honesto luta contra a corrupção empírica ao mesmo tempo em que
apoia o espaço formal da corrupção. (Claro que também ocorre o caso oposto do
político empiricamente corrupto que age em favor da ditadura da Virtude.)
Tendo em vista a distinção benjaminiana
entre violência constituída e constituinte,
seria possível dizer que estamos lidando com a distinção entre a corrupção
constituída (casos empíricos de violação da lei) e a corrupção “constituinte”
da própria forma de governo [...]”
(ŽIŽEK, Slavoj. Democracia
corrompida - O potencial autêntico da democracia vem perdendo terreno hoje para
a ascensão de um novo capitalismo autoritário. In. Dossiê CULT: A
democracia e seus impasses, julho, 2012. p. 54)
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