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segunda-feira, 10 de março de 2014

Reflexão: PRECARIEDADE ESTRUTURAL DO TRABALHO (Alba de Carvalho)



“No século XXI tem-se, em curso, o que se denomina de PRECARIEDADE ESTRUTURAL DO TRABALHO, em estreita vinculação com a “tecnologização da ciência”. Hoje, sem paralelos em toda a era moderna, acirra-se a contradição circunscrita por Marx, nos Grundrisse em 1857-1858: a crescente substituição do “trabalho vivo” de homens e mulheres pelo “trabalho morto”, objetivado nas máquinas. O sistema do capital, ao apropriar-se das conquistas do extremo desenvolvimento tecnológico, efetiva um revolucionamento da própria relação homem-máquina, homem-técnica, constituindo o que Giovanni Alves nomeia de MAQUINOFATURA, fazendo emergir o “homo tecnologicus”, a encarnar a “ciberhominização”: No plano virtual, repõe-se, contraditoriamente, a relação homem-técnica: a máquina como instrumento e o homem como vigia da máquina... De fato, com a mediação da ciência e da tecnologia, o sistema do capital vai prescindindo da presença física e do próprio “saber” e do próprio “fazer” do trabalhador, com o predomínio das chamadas “máquinas inteligentes”, nos circuitos cibernético-informacionais, incorporadas a redes digitais. Gesta-se, assim, o crescimento e a AMPLIAÇÃO DA PRECARIEDADE LABORAL, materializada no desemprego e nos múltiplos processos de precarização, a alastrar-se no conjunto da classe trabalhadora, em seus distintos segmentos e diferentes categorias profissionais.
É preciso enfatizar que esta precarização laboral ampliada adentra os diferentes domínios da vida, capturando a própria subjetividade dos homens e mulheres trabalhadores(as), nesta nova ordem do capital. Assim, a precarização do trabalho que ocorre, hoje, no século XXI, sob o capitalismo global, seria não apenas “precarização do trabalho”, no sentido da força-de-trabalho como mercadoria, mas seria também a “precarização do homem-que-trabalha”, no sentido de precarização existencial, perpassando a relação trabalho-vida.
De fato, no seio da maquinofatura, o capitalismo mantêm sob tensão o homem e a mulher trabalhadores, em sua integralidade. Concretamente, homens trabalhadores e mulheres trabalhadoras vivenciam a precarização laboral e a precarização da própria existência, comprometendo a saúde, a perspectiva de vida e a inserção na totalidade das relações sociais. O sofrimento no trabalho, sob múltiplas formas, levam ao adoecimento físico e mental, com doenças características da epidemiologia laboral.
[...]

Assim, esta condição de proletariedade expande-se na vida social contemporânea, atingindo diferentes segmentos das classes trabalhadores, inclusive os que possuem níveis elevados de escolarização. Logo, a segmentos da chamada classe média são também incluídos nestes percursos de precarização de condições de trabalho e vida, sobremodo nos circuitos da crise estrutural do capital, em seus permanentes deslocamentos...”

Fonte: http://vidaarteedireitonoticias.blogspot.com.br/2014/03/a-vida-social-em-tempos-contemporaneos.html

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