A greve dos servidores públicos federais ganha novas
adesões a cada dia. Ontem, funcionários do Poder Judiciário cruzaram os braços.
Policiais federais e administrativos da PF devem seguir o mesmo caminho. Na
Imprensa Nacional, os servidores aprovaram uma paralisação de 24 horas, o que
prejudicou a edição do Diário Oficial da União de hoje (02.08). Os fiscais
agropecuários param na segunda-feira. A ordem é não dar trégua até que o
Governo Federal apresente propostas concretas às reivindicações mais urgentes
dos setores.
O anúncio feito pelo Ministério do Planejamento de adiar a
apresentação de respostas aos servidores apenas para o dia 13 de agosto motivou
ainda mais a luta. Uma nova paralisação geral está prevista para o dia 9. A
greve geral do setor público enfrentado pelo governo Dilma já é uma das maiores
na história do movimento de luta dos servidores federais.
PRESSÃO POR PROPOSTA
A meta é assegurar a apresentação imediata de propostas
já que o governo tem só até o dia 31 de agosto para encaminhar ao Congresso
Nacional projetos de lei com previsão orçamentária para 2013. Os servidores
querem ter a oportunidade de analisar as propostas para que haja possibilidade
de se buscar um acordo nas negociações. O maior temor é que se repita o que
ocorreu em 2011 quando o governo enviou somente no dia 31 de agosto um projeto
de lei ao Congresso que terminou se transformando na MP 568/12. A MP continha itens que sequer foram
negociados com os servidores.
BOM SENSO E MATURIDADE
Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma
Rousseff, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, criticou nesta quarta a onda de greves em setores do funcionalismo
público. "Penso que as greves muito prolongadas acabam não beneficiando os
servidores porque quem sofre muito com isso são os usuários, é o público",
disse Carvalho. O ministro voltou a dizer que o governo ainda não tomou uma
decisão sobre se irá, ou não, conceder reajustes aos servidores e por isso vê
com "estranheza" a decisão dos funcionários em paralisar os serviços,
antes da posição final do Planejamento.
INDICATIVO DE PARALISAÇÃO
O conselho de representantes da Federação Nacional dos
Policiais Federais (fenapef) aprovou ontem um indicativo de greve da categoria.
De acordo com nota do sindicato, as representações da entidade nos estados
deverão determinar quais ações serão realizadas na próxima semana. A federação
afirma que os policiais devem realizar operações padrão nas fronteiras,
aeroportos e portos. Os policiais pedem a saída do atual diretor geral da PF,
Leandro Daiello, a reestruturação salarial e da carreira. A categoria diz que
está há três anos em negociação com o governo.
CONTRA SUBSTITUIÇÕES DE GREVISTAS
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço
Público Federal (Condsef) decidiu entrar com ação de inconstitucionalidade no
Supremo Tribunal Federal (STF) contra decreto da presidente Dilma Rousseff que
autoriza a substituição de servidores federais em greve por funcionários
estaduais ou terceirizados. A decisão foi tomada ontem. De acordo com
Josemilton Costa, secretário-geral do Condsef, assessores jurídicos da entidade
entenderam que recorrer ao STF é a melhor solução. "O entendimento é de
que é inconstitucional, pois trata de funções que são prerrogativa dos
servidores da União", disse. Segundo Costa, a ação deve ser proposta na
semana que vem.
Fonte: Jornal de Brasília
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