Após
reunião de três horas entre representantes dos funcionários do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério do Planejamento e
da diretoria do órgão, não houve acordo para por fim à greve da categoria, que
já dura 73 dias.
Os
servidores pedem a readmissão dos 181 trabalhadores temporários que não tiveram
o contrato renovado durante a greve, mas a direção afirma que houve um
questionamento jurídico sobre a falta deles ao trabalho e agora o processo está
na Justiça.
Na
reunião, ficou acertado que serão montados dois grupos de trabalho paritários,
cada um com quatro funcionários indicados pela direção do IBGE e quatro
indicados pela direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações
Públicas Federais de Geografia e Estatística (Assibge).
De acordo
com a presidenta do instituto, Wasmália Bivar, o trabalho ainda não tem prazo
para começar. “O objetivo é formular um projeto para a carreia do IBGE,
discutindo uma aproximação ou migração para a carreia de gestão. Existe uma
convergência do pensamento da direção do IBGE e do sindicato nessa questão”,
avaliou.
“O outro
grupo vai discutir a questão dos temporários, o sindicato acha que não devia
haver temporários, mas a direção do IBGE acha que tem que ter, porque permite
flexibilidade para atender às demandas da sociedade. Hoje tem um número maior
de temporários do que deveria ter com relação aos permanentes, então, vai ser
feito o estudo para definir as funções do [trabalhador] temporário dentro do
IBGE, para cumprir as atribuições e o que é hoje e missão institucional do
IBGE”, acrescentou a presidenta.
Segundo
Wasmália, o salário de nível superior em fim de carreira no IBGE está defasado
67% em relação ao do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), instituto
que faz trabalho semelhante ao do IBGE. O secretário de relações do trabalho do
Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que, nos últimos 12 anos,
muitas carreiras foram reestruturadas dentro do governo federal, inclusive as
do IBGE, mas que o ministério está disposto a discutir a questão.
“O
Planejamento lida com isso cotidianamente. Nós vamos olhar essa proposta com
cuidado, mas certamente é uma decisão que ficará para o próximo governo”,
ponderou.
A diretora
da Assibge, Ana Magni, informou que a direção do sindicato vai se reunir amanhã
(7) para avaliar a reunião e definir um posicionamento para a categoria levar
às assembleias regionais. “Nós vamos fazer a avaliação, mas a reunião terminou
em um impasse. A direção se nega a negociar a questão dos demitidos, que para
nós é o ponto principal da greve nesse momento”.
A
presidenta do IBGE se mostrou otimista com o fim da greve e informou que um
balanço das pesquisas prejudicadas no período deve ser apresentado na próxima
semana. Mas, de acordo com ela, os levantamentos mais atrasados são a Pesquisa
Mensal de Emprego (PME) nas regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre e
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua em seis estados. As pesquisas
conjunturais do IBGE não deixaram de ser feitas por causa da paralisação.
Editor
Luana Lourenço
Fonte:
http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/08/reuniao-sobre-greve-no-ibge-termina-sem-acordo
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