Decisão
saiu em assembleia realizada na tarde terça-feira pela Adunesp.
Docentes
de Rio Claro e técnicos administrativos mantiveram paralisação.
Os
professores da Unesp em Araraquara (SP) decidiram, na tarde desta terça-feira
(5), acabar com a greve iniciada em 22 de março. A decisão foi tomada em
assembleia realizada no auditório da Faculdade de Ciências e Letras e foi
confirmada pela assessoria de imprensa da universidade. Os 424 docentes das
quatro unidades de ensino que funcionam na cidade devem voltar ao trabalho na
próxima segunda-feira (11), mas a data exata ainda será definida ao longo da
semana. Os cerca de 700 funcionários administrativos de Araraquara decidiram
continuar a greve parcial, assim como os professores e servidores do campus Rio
Claro (SP).
A Unesp
informou que os alunos serão avisados via e-mail ou por telefone sobre a volta
às aulas. O G1 tentou contato ao longo desta terça-feira com representantes da
Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp) em Araraquara, mas ninguém foi
localizado. De acordo com a assessoria da universidade, a paralisação, que
reivindicava reajuste salarial de 9,78%, foi interrompida até o dia 3 de setembro,
quando haverá uma reunião para tratar do assunto entre o Cruesp (Conselho de
Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e o Fórum das Seis (entidade
que reúne os sindicatos de docentes e funcionários da Unesp, USP e Unicamp).
A reitoria
da Unesp já havia se reunido na segunda-feira (4) com representantes da Adunesp
e do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp). Durante o encontro, foi
proposta a concessão de um abono de 21% aplicados sobre os salários de julho de
2014, abrangendo docentes e servidores técnico-administrativos. Os valores
seriam creditados sete dias após a normalização das atividades, de acordo com a
universidade. Outra proposta apresentada foi a de um reajuste no valor do
vale-alimentação, que passaria de R$ 600 para R$ 850, também condicionado ao
fim da greve.
Insatisfação
O encontro
não agradou o diretor do Sintunesp em Araraquara, Eduardo Nascimento. O
sindicato representa cerca de 700 técnicos-administrativos que trabalham na
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, na Faculdade de Ciências e Letras, na
Faculdade de Odontologia e no Instituto de Química. Destes, cerca de 150
permanecem de braços cruzados e votarão as propostas recebidas em assembleia no
dia 11.
"O
abono salarial não incide sobre as férias, por exemplo. O percentual
apresentado também não ficou claro. Quero enfatizar que não se trata somente da
questão salarial. Faltam propostas concretas de melhorias. A universidade diz
que está em crise financeira, mas faz investimentos desnecessários, comprando
carros de R$ 100 mil somente para transportar diretores", disse.
Ainda
segundo Nascimento, a adesão à paralisação é maior na Faculdade de Odontologia,
atingindo cerca de 50% dos trabalhadores.
Rio Claro
Os
professores das duas unidades da Unesp em Rio Claro - Instituto de Biociências
e Instituto de Geociências e Ciências Exatas - também optaram pela continuidade
da greve em assembleia realizada nesta terça-feira. A professora Áurea de
Carvalho Costa, representante do comando de greve, ressaltou que o reajuste
reivindicado é, na verdade, a reposição das perdas com a inflação.
"É um
direito constitucional que não está sendo respeitado. Em 2013, foi acordado uma
reposição de 3,4% que não houve. Agora, nossos salários ficaram defasados em
mais 7%. Esse abono oferecido será diluído em apenas quatro meses de trabalho,
não conta para cálculos previdenciários, por exemplo", reclamou.
Volta
parcial
Na
segunda-feira (4) as aulas foram retomadas parcialmente tanto em Rio Claro como
em Araraquara. A assessoria de imprensa da universidade informou que a maioria
dos cursos de pós-graduação funcionam normalmente nos campi. Mas boa parte dos
cursos de graduação estavam sem aulas regulares.
Unesp
A Unesp
ainda justificou que o rejuste oferecido no vale-alimentação é de 41,6%, o que
retrata a isonomia dos benefícios entre as três universidades paulistas (Unesp,
USP e Unicamp).
Também
informou que as propostas apresentadas na segunda-feira surgiram após "a
exaustiva explanação sobre a impossibilidade de concessão de reajuste
salarial". Entretanto, o mesmo texto confirma que a negociação voltará a
ser debatida na reunião de 3 de setembro.
Fonte:
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/08/professores-da-unesp-em-araraquara-decidem-terminar-greve-de-136-dias.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário