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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Por que tantos comediantes sofrem de depressão?

Pesquisa de Oxford identificou traço único de personalidade de humoristas que pode explicar por que tantos deles sofrem por dentro enquanto fazem rir em público.
Robin Williams foi um de muitos comediantes que fizeram rir em público enquanto sofriam em sua vida privada.
O ator, que tinha 63 anos, suicidou-se na segunda-feira em sua casa na Califórnia.
No fim de julho, o humorista Fausto Fanti, do grupo Hermes e Renato, foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo com um cinto em torno do pescoço. A Polícia investiga o caso, registrado como "suicídio consumado".
Pouco antes de falecer por causa de uma doença pulmonar, Chico Anysio revelou no início de 2012, em uma entrevista na TV, que travou uma dura - e vitoriosa - batalha contra a depressão.
O ator e comediante inglês Stephen Fry sofria de transtorno bipolar e revelou no ano passado que tentou se matar em 2012.

Isso leva a nos questionar: os mestres do riso tem uma tendência maior à depressão? E, se for o caso, por quê?
Perfil contraditório
"Não é preciso ser um gênio para saber que comediantes são um pouco loucos", disse a humorista inglesa Susan Murray no início deste ano, em resposta a um estudo que sugeria que comediantes têm traços psicológicos ligados a psicoses.
Em janeiro, pesquisadores da Universidade de Oxford publicaram os resultados de um estudo em que participaram 523 comediantes (404 homens e 119 mulheres) do Reino Unido, dos Estados Unidos e da Austrália.
"Descobrimos que comediantes têm um perfil de personalidade pouco comum e um tanto contraditório", diz Gordon Claridge, do Departamento de Psicologia Experimental de Oxford.
"Por um lado, eles eram bastante introvertidos, depressivos e, poderíamos dizer, esquisitos. Por outro, eles são bastante extrovertidos e cheios de manias. Talvez a comédia - o lado extrovertido - seja uma forma de lidar com o lado depressivo. Mas, claro, isso não vale para todo comediante"
'Vencível'
Em seu depoimento, Chico Anysio revelou que se tratava com um psiquiatra havia 24 anos. Sem esse tratamento, ele disse, "não teria conseguido fazer 20% do que eu fiz".
"Entendi que era depressão, pude pagar os remédios e o psiquiatra e, então, eu venci. Porque ela é vencível”, contou o humorista.
No caso do humorista Fanti, os investigadores à frente do caso disseram que consideram a hipótese de ele ter se suicidado por estar passando por um momento difícil em sua vida.
Fanti estava se separando da mulher, com quem tinha uma filha de oito anos.
O humorista inglês Stephen Fry, que lançou em 2006 o documentário "A vida secreta de um maníaco depressivo", revelou em uma entrevista em 2012 sua luta contra a depressão.
"Havia momentos em que eu estava gravando o programa na TV e rindo por fora, enquanto por dentro pensava 'quero morrer'", disse ele.
Criatividade
John Loyd, produtor e ator de programas de comédia na TV britânica, sofre de transtorno bipolar, que afeta gravemente o humor.
Uma pessoa bipolar alterna entre fases de extrema felicidade e criatividade e depressão profunda.
Lloyd diz que esse tipo de problema é "muito, muito comum entre profissionais criativos".
"Pessoas estáveis pensam que o mundo está bom como ele é hoje. Não acham que precisam mudá-lo. Pessoas criativas não pensam assim. E quem quer mudar o mundo sofre muito com isso".
Robin Williams supostamente também sofria de transtorno bipolar.
Em público, ele sempre parecia estar atuando e fazendo os outros rir, mas nunca escondeu seus problemas com álcool e em seu casamento.
Mas, nas entrevistas, era mais reservado quanto a seus problemas de ansiedade e buscava ver o lado positivo da situação.
"Sempre que você se deprime, a comédia o tira do buraco", disse ao jornal The Guardian em 1996.
Pagando o preço
Integrante do grupo Monthy Python, Terry Gilliam dirigiu Williams em "O pescador de ilusões" (1991) e diz que seu talento era um "milagre", mas que isso "não vinha do nada".
"Quando os deuses te dão um talento do nível de Robin Williams, há um preço a ser pago", disse Gilliam à BBC.
"Isso vem de profundos problemas internos. Uma preocupação. Todos os tipos de medos. Ainda assim, ele sempre conseguia canalizar tudo isso e transformar em ouro."
Mas nem todos os comediantes passam por dificuldades assim, e a depressão está longe de ser algo exclusivo de personalidades criativas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem desse problema.
Em seus casos mais graves, a depressão pode levar ao suicídio. Por ano, cerca de 1 milhão de mortes são causadas por suicídios.
Nick Maguire, o principal palestrante em psicologia clínica da Universidade de Southhampton, diz que pode haver uma conexão entre a depressão e a comédia, mas que "certamente não é muito forte ou clara".
Ele explica que as pessoas têm diferentes formas de lidar com a depressão.
"Normalmente, elas se isolam. Outra forma de amenizar temporariamente o impacto dessas emoções é fazer as pessoas rirem e gostarem de você", diz Maguire.
"Infelizmente, isso é bom enquanto está ocorrendo, mas, quando você volta para casa, o que você faz?"
Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/08/por-que-tantos-comediantes-sofrem-de-depressao.html
Saiba mais
O que é Depressão?
A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
Causas
A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.
Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.
Sintomas de Depressão

São sintomas de depressão:

Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia
Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas
Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis
Desinteresse, falta de motivação e apatia
Falta de vontade e indecisão
Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio
Pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte.
A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio
Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo
Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento
Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido
Perda ou aumento do apetite e do peso
Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo)
Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.
Tratamento de Depressão
O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.
Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.
A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.

Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao

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