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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Visita ao sítio Brotando a Emancipação

 Fotos: Daniel Freire/Crítica Radical. Textos: O Povo / Crítica Radical
Brotando a emancipação, uma experiência de 24 horas sem dinheiro
Rosa da Fonseca e amigos do grupo "crítica radical" iniciaram num sítio em Cascavel a experiência de viver sem a necessidade do dinheiro. O POVO passou um dia lá
Desde seis de julho passado, ocupantes de um sítio em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza, vêm agindo para alcançar um modo de vida que, segundo eles, pode voltar a existir, embora com esforços: a vida sem dinheiro. Eu e o repórter fotográfico Fábio Lima passamos um dia no Sítio Brotando a Emancipação experimentando a rotina de homens e mulheres que querem jogar fora o que eles consideram ser o deus da sociedade capitalista.
A iniciativa é do grupo Crítica Radical, cuja integrante mais famosa é Rosa da Fonseca. Vereadora de Fortaleza pelo PSB nos anos 90, desde há muito ela está definitivamente desiludida da possibilidade de a política tradicional tornar a humanidade feliz. “As pessoas ainda têm uma visão pequena do que propomos. É uma ruptura com o sistema e com nós mesmos”. Além de Rosa, três pessoas moram no sítio: Etel, Sandra e Ronaldo. Dos quatro, Etel ainda trabalha. É professora de Filosofia e Sociologia na rede estadual. Visitantes vêm e vão, chegando a 30 em fins de semana.
O que é trabalho?
Fábio e eu chegamos no meio da tarde da última quinta. Fui logo incentivado a tomar parte na colheita de bananas. Cortei alguns cachos e carreguei um carro de mão abarrotado deles. Dali fomos puxar água do poço para regar pés de feijão, milho, melão e outros que começavam a brotar. Já que o Fábio se limitava a fotografar, brinquei: “Eu trabalhando e ele só tirando foto”. Rosa fez a observação: “Trabalho não, atividade. Trabalho é o que a gente faz por dinheiro”. Outros comentários desse tipo viriam.

A casa tem notebooks e aparelhos celulares (o sinal é um problema, dizem os moradores), mas não televisão. Sobre a mesa do jantar, leite em caixa, biscoitos e outros itens comprados em mercantil. Segundo Rosa, o grupo quer se livrar com o tempo da necessidade de produtos desse tipo. Nos próximos dias, começarão a criar galinhas que vizinhos lhes deram.
“Esse cuscuz que a gente vai comer ainda é transgênico. Por isso a gente tem tanto cuidado com o nosso milho. Queremos nos livrar disso”, afirma Rosa antes do jantar. Depois de muito papo político, ela e Manoel Inácio do Nascimento, membro do movimento Ciclovida, tocam músicas de cunho igualmente político no violão (pois é, a Rosa toca).
Etel chega da escola trazendo carne, que aceito. Ronaldo dispensa, dizendo que àquela hora não quer comida “que dê trabalho, quer dizer, trabalho entre aspas”.
Às 5h30min, José Ciriaco, 66, meeiro do antigo dono e colaborador dos atuais, chega gritando para anunciar o início das atividades. Aquela manhã é reservada para cercar com rede um plantio (proteção contra galinhas) e para caminhar quase uma hora mato adentro até o rio Choró, onde se colhem búzios que dão um caldo muito prestigiado. Rosa, seu Zé e o filho dele, Edivaldo, vão para mais perto do encontro de rio e mar para pegar as ostras e siris do almoço.

Em certo trecho do caminho, os repórteres, exaltados com a beleza da vegetação, comentam entre si que uma mulher nua naquela paisagem daria uma bela foto. “É a fetichização do sexo”, nota a professora Iracir de Souza, que nos escutou.
O almoço tem feijão, batata e macaxeira do terreno e carne de caju tirado de uma área não exatamente nossa. Quando nos preparamos para partir, chega uma vizinha e Rosa a presenteia com uns cachos de banana, fruta que ali tem para dar e vender. Opa! Só para dar.
16h
Chegando ao sítio, direto para a retirada e carregamento de cachos de banana
17h
A água com que se rega as plantas sai do poço. Rosa da Fonseca vistoria
6h
Acordado pelos gritos do seu Zé, hora de regar as plantas de novo, pois chuvas estão fracas
7h
Moradores e visitantes do sítio terminam cuidados com a bulandeira
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/dom/2014/08/30/noticiasjornaldom,3306578/brotando-a-emancipacao-uma-experiencia-de-24-horas-sem-dinheiro.shtml
Quem Somos
Oi, somos o Grupo Crítica Radical de Fortaleza, Ceará.
Seja bem vindo ao nosso site.
Aqui você vai acompanhar nossas iniciativas como encontros, estudos, seminários, manifestações, publicação de textos, vídeos, atividades no sítio Brotando a Emancipação, etc. Você pode também levantar questões, pedir informações, deixar sua opinião e sua crítica.
O grupo tem início no final do ano de 1973, quando Rosa Fonseca após sair da prisão, integra juntamente com Jorge Paiva, Maria Luiza Fontenele, Célia Zanetti e outros(as) militantes o grupo que contribuiu de forma significativa para a reorganização dos movimentos sociais em nosso estado e país e que vem atuando desde então.


Em 1975, o grupo teve um papel destacado na fundação do Movimento Feminino Pela Anistia que, a partir de 79, com o advento da Anistia, encerra suas atividades tendo várias de suas integrantes fundado a União das Mulheres Cearenses que em 2014 completa, portanto 35 anos de luta. Contribui também para a fundação da Associação dos Sociólogos do Estado do Ceará e da CUT, tendo Rosa Fonseca integrado a Direção Nacional e sido presidenta da CUT Estadual. A União das Mulheres Cearenses desde 1979 vem participando ativamente não só da luta contra a violência sobre as mulheres e a impunidade de assassinos, mandantes e agressores e na solidariedade às famílias das vítimas, mas também contra as causas dessa violência mobilizando homens e mulheres para a construção de uma nova relação social.\r\nAtuando fortemente no movimento dos professores, metalúrgicos e outras categorias profissionais, o grupo participou também da fundação do SINTECE e do SINDIUTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará) e da reestruturação do Sindicato dos Metalúrgicos tendo integrado suas direções por vários mandatos.No período em que atuou na política Maria Luíza, entre 1978 e 1994, foi deputada Estadual por dois mandatos, Prefeita de Fortaleza e Deputada Federal. Rosa foi vereadora de Fortaleza por um mandato (1992/96).

Até certo tempo o grupo se fundamentava no marxismo. A partir do início da década de 90, com a descobert a de um duplo Marx, vem desenvolvendo um processo de revolução teórica e prática tendo se constituído posteriormente como Grupo Crítica Radical. A partir daí o grupo vem realizando uma ruptura total com a política e as práticas de partidos e entidades que querem administrar a crise do sistema arbitrando perdas, propondo-se a contribuir para a construção de um novo movimento social numa perspectiva emancipatória.
Nesse sentido o grupo Crítica Radical tem organizado seminários, estudos, debates, lançamento de livros e outros eventos que trouxeram ao nosso estado vários(as) escritores(as) que vêm desenvolvendo a teoria crítica do valor/dissociação, como Robert Kurz, Anselm Jappe, Roswitha Scholz, Moishe Postone, Dieter Heidemer. Gérard Briche, entre outros.
Recentemente, realizou o lançamento do livro Dinheiro Sem Valor – Linhas Gerais para uma transformação da crítica da economia política (Antígona), de Robert Kurz bem como apoiou e participou significativamente do Seminário A CIDADE PARA QUEM? Crise estrutural do capital e perspectivas de superação, realizado de 07 a 10/05 por várias entidades que participam da Plenária Unificada dos Movimentos Sociais, juntamente com o Comitê Popular da Copa. Todas essas iniciativas vêm no sentido de contribuir para a organização de um novo movimento social, tendo em vista suplantar o moderno sistema patriarcal produtor de mercadorias com sua lógica destrutiva e construir a sociedade da emancipação humana.
Além disso, do ponto de vista prático, o grupo vem desenvolvendo várias atividades onde se destacam as campanhas pelo Não Voto, contra a violência, contra a criminalização dos movimentos sociais e pelo direito à memória e à verdade sobre torturas, mortes e desaparecimentos do período da Ditadura Militar, tendo participado de forma destacada na campanha pela liberdade do escritor italiano preso político Cesare Battisti. Atualmente, além de participar ativamente das jornadas de luta, buscando contribuir para que assumam uma perspectiva emancipatória, o grupo está empenhado na implementação de uma experiência prática inovadora para dar início à construção de uma sociedade pós-capitalista, no sítio Brotando a Emancipação.


Fonte: http://criticaradical.org/quem-somos/

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