Senhoras e Senhores,
Agradecendo a presença e a colaboração de todos, em especial
às entidades parceiras e àquelas que se juntaram no ideal de realizar este
Congresso, esclareço que este evento é realizado graças aos esforços do
Ministério Público do Trabalho, por meio da CONALIS-Coordenadoria Nacional de
Promoção da Liberdade Sindical; do FCSEC-Forum das Centrais Sindicais no Estado
do Ceará (Força Sindical, UGT, Nova Central e Conlutas), além da CTB/CE e da CUT/CE.
Para o evento deste ano, tivemos a colaboração de entidades
de outros Estados, valendo destacar as Centrais nacionais e dirigentes de
sindicatos, federações e confederações. O rol de pessoas que se engajaram nesta
empreitada, uns participando inclusive da organização e outros auxiliando no
custeio das despesas, seria imenso. Daí, a Organização do Congresso haver
nominado todos os colaboradores no site oficial, além de banners de
agradecimento, como se vê logo na entrada deste Auditório principal, e da
relação constante dos blocos de anotações.
Em razão dos prazos para confecção do material gráfico, é
possível que alguma entidade não tenha constado expressamente em ditos locais,
como se verifica do Sindicato da Confecção Feminina de Fortaleza, dirigido pela
combativa Santana, e do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção
Civil (leve) de Fortaleza, coordenado pelo sindicalista Nestor Bezerra, aos
quais pedimos desculpas pela impossibilidade material, em virtude do tempo.
Ainda na fase de agradecimentos, ressalto a importância das instituições
públicas, como a SRTE/CE, o TRT-7ª Região, o TRT-22ª Região, o Programa de
Mestrado e Doutorado em Direito da UFC etc.
Dentre as Associações, destaco a participação da ANPT, na
pessoa de seu Presidente o Procurador Dr. Carlos Eduardo Azevedo, e da AMATRA
VII, na pessoa da sua ex-Presidenta a Juíza Dra. Christianne Diógenes. No
âmbito do MPT, deixo expresso em letras garrafais os agradecimentos ao apoio da
PGT, por seu Procurador-Geral (Dr. Luís Antonio Camargo de Melo) e os
servidores que se envolveram neste evento. De seu turno, a PRT-7ª Região foi
essencial a este projeto sindical, de que destaco a disponibilidade autorizada
pelo Procurador-Chefe, Dr. Antonio de Oliveira Lima, ora representado pelo Procurador
Dr. Carlos Leonardo Holanda. Registro, igualmente, a boa vontade que os
servidores da Procuradoria demonstraram, sobretudo às heroínas de meu gabinete,
Cristianne Linhares e Regina Farias; os técnicos de Informática; e os
recepcionistas.
Não poderia, em hipótese alguma, deixar de relatar a imensa
ajuda que a Dra. Francisca Helena Duarte Camelo prestou à realização do
Congresso. Por força de recursos de TAC-Termo de Ajustamento de Condutas
celebrado com uma empresa de Fortaleza destinou verbas para custeio do vídeo
institucional e para auxiliar na sonorização do evento.
A propósito do vídeo, a empresa Metamorfose bem desempenhou
o encargo, apresentando uma versão sobre o direito de greve que não é divulgada
pela grande mídia. O vídeo, que será apresentado ao longo do Congresso, nos
intervalos e nas pausas, é a expressão mais viva do sindicalismo cearense, com
imagens e fotografias de manifestações, além de entrevistas com sindicalistas,
juízes, Procuradores e advogados. E mostra que a greve não é um movimento de
baderna, sem razão. Exemplifica-se com um caso concreto, com o depoimento de um
trabalhador que sofreu acidente de trabalho no setor da construção civil e que
só recebeu atendimento médico adequado após os trabalhadores, seus colegas,
realizarem paralisação na empresa para a qual trabalhava.
O Congresso realizado em abril/2013 trouxe por
característica a participação eclética, a envolver sindicalistas, estudantes,
advogados etc. Foi um desafio, ante a pretensão da nacionalidade e da
internacionalidade. Após concluído, realizou-se a pesquisa de satisfação,
mediante preenchimento pelos congressistas de formulário próprio.
O resultado foi incentivador: as manifestações variaram,
predominantemente, entre Excelente e Bom. A presente edição do Congresso possui
características que o distinguem do anterior, apesar de manter a mesma feição
de participação ativa do sindicalismo. Serão 20h distribuídas em 14h para
palestras, 4,25h para debates e quase 2h para as moderações e outras
intervenções. Dentre os inscritos, aumentou consideravelmente a participação de
sindicalistas, agora com presença de quase 80%, o que legitima ainda mais as
discussões.
Permanece o propósito
de discutir os aspectos gerais da luta trabalhista, incansável e mal
compreendida, mas resistida pelos sindicalistas e por todos quantos compreendem
a grandeza e a importância em defender os direitos sociais.
Neste ano, quando se
aproximam nuvens anunciando crise econômica, desestruturação de sindicatos na
Europa e em diversos países, o presente Congresso decidiu por tratar do
diálogo, um caminho consensual a ser travado entre o capital e o trabalho,
entre a economia e as repercussões sociais. A primeira palestra abordará
exatamente o diálogo com a sociedade. O Brasil completa 50 anos em que foi
deflagrado o golpe militar de 1964, quando foram rompidos os canais de diálogo
entre o povo e o Estado, instaurando-se o regime de exceção que durou 20 longos
anos. O retorno à democracia se deveu à luta de vários heróis anônimos (mortos,
torturados, mutilados), destacando-se a luta dos trabalhadores, cujas
reivindicações se deram por suas entidades de classe. Os sindicatos foram
imprescindíveis no combate ao arbítrio, à tirania, à opressão e ao emudecimento
da voz do povo.
Soa estranho que,
passados 30 anos do retorno à democracia, sobrevindo a maior de todas as
conquistas do ser humano, a liberdade, ressurjam no horizonte indícios do mesmo
chicote estalando no ar. Antes, o tolhimento da liberdade de expressão, a força
que aprisionara intelectuais, artistas, políticos e sindicalistas, partiu de um
golpe antidemocrático, pelo uso das armas.
Agora, encarnado em
Projetos de Lei, o mesmo espírito maligno da arbitrariedade provém de poderes
constituídos, almejando tipificar como terrorismo as manifestações sociais,
sobretudo para satisfazer interesses do grande capital em eventos transitórios
de duvidosa vantagem para a sociedade. E o argumento do transitório pode se
transformar em realidade definitiva, na linha de tantos exemplos que
caracterizam a prática de algumas lideranças políticas deste país.
Paira no ar a ameaça
de novamente encurralar a liberdade de expressão, de emparedar as lideranças,
de aprisionar nos porões sombrios cidadãos que só querem defender o básico (a
educação, a saúde, a igualdade, a paz), de ajoelhar os trabalhadores, quando a
violência, na verdade, está em outro lugar, no arrastão econômico, nas
deficiências que o Estado inoperante, viciado e corrupto é incapaz de combater
e que, por isso, transfere a noção de culpados para encobrir os vermes que
dilaceram o tecido social. Ao final do Congresso, já na última
palestra, será apresentada uma visão crítica sobre os grandes eventos, para
analisar a onda de alienação que se instala em várias nações (depois
arrependidas), fazendo com que o circo prevaleça sobre o pão, e a miséria seja
afastada dos olhos da riqueza, mesmo que restrita a poucos e alentada pela
simulação da dura realidade. Onde se situa o diálogo social?
Na justiça das forças, na paridade de oportunidades e
instrumentos, na consciência de o consenso deve ser buscado, mas dentro da boa
fé, da honestidade, da distribuição de rendas, no equilíbrio. Dialogar não é um
ato de força bruta, em que um sujeito atropela o outro e o ajoelha perante si.
Dialogar requer, necessariamente, que o Cordeiro tenha a
proteção necessária para negociar com o robusto Leão ou a astuta raposa. Não
constitui pauta nem propósito deste evento discutir questões pontuais
específicas de alguma entidade nem tratar de Política. Também não é destinado a
incitar conflitos nem criar oportunidades para que interesses meramente
particulares obtenham a visibilidade como se geral fosse. O problema sindical é
maior e envolve diversos aspectos. O tema eleito, escolhido em reunião com
dirigentes sindicais e representantes da Academia se destina a pensar maior,
muito mais do que interesses pessoais e de conveniência. Foi assim que
aprovamos nas reuniões com Raimundo, Agenor, Reginaldo, Carlos Chagas, Valdir,
Clóvis, Tiago, Regina etc. Eis, o fruto do sentimento acadêmico e da
preocupação com o futuro das relações sociais no Brasil.
Declarando aberto o Congresso, desejo a todos o bom proveito
e uma excelente estadia na nossa querida e alegre Fortaleza.
Fonte: http://www.prt7.mpt.gov.br/congresso/index.php?option=com_content&view=article&id=108:discurso-de-abertura-do-ii-congresso-internacional-de-direito-sindical&catid=78&Itemid=435
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