Filha
de um herói da independência da Birmânia, Aung San Suu Kyi (Michelle Yeoh) foi
morar no exterior ainda jovem. Na Inglaterra se casou com Michael Aris (David
Thewlis) e teve dois filhos, Kim (Jonathan Raggett) e Alex (Jonathan
Woodhouse), mantendo contato com o país através de livros publicados e o
acompanhamento das notícias locais. Ao saber que sua mãe está internada em um
hospital, Aung decide voltar à Birmânia para revê-la. Logo ao chegar ela é
procurada por vários líderes locais, que desejam que ela coopere com o
movimento pela implementação da democracia no país. Aung aceita o convite e,
pouco a pouco, torna-se um ícone do movimento. A situação não agrada a ditadura
militar local, que passa a acompanhar todos os seus passos e tenta impedi-la de
promover manifestações. Até que, na esperança de fazer com que o povo se
esqueça de Aung, o governo ordena que ela permaneça em prisão domiciliar por 15
anos.
Aung San Suu Kyi
Aung
San Suu Kyi, em birmanês: , AFI: [àuɴ sʰáɴ sṵ tɕì] (Rangum, 19 de junho de
1945), é uma política de oposição birmanesa, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz
em 1991 e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia (LND).
Suu Kyi
é a terceira dos filhos de Aung San, considerado o pai da Birmânia moderna
(atual Mianmar).
Durante
a eleição geral de 1990, a LND, partido
liderado por Suu Kyi, obteve 59% dos votos em todo o país, conquistando 81%
(392 de 485) dos assentos no parlamento - o que deveria fazer dela a
primeira-ministra da Birmânia. No entanto, pouco antes das eleições, ela foi detida e colocada em prisão
domiciliar, condição em que viveu por quase 15 dos 21 anos que decorreram desde
o seu regresso à Birmânia, em 20 de julho 1989, até sua libertação, depois de forte
pressão internacional, em 13 de novembro de 2010. Ao longo desses anos, Suu Kyi foi uma das mais notórias
prisioneiras políticas do mundo.
Em 1° de abril de 2012, foi eleita deputada
pela Liga Nacional pela Democracia.
Suu Kyi
é filha de Aung San, o herói nacional da independência da Birmânia (também
chamado Mianmar), ex-colônia britânica, que foi assassinado pouco antes da
independência do país (proclamada em 4 de janeiro de 1948), quando ela tinha
dois anos de idade.
Suu Kyi
foi educada nas melhores escolas de Rangum - antiga capital e maior cidade do
país. Também estudou na Índia, onde sua mãe, Khin Kyi, foi embaixadora, e na
Universidade Oxford, onde conheceu Michael Aris, um especialista em civilização
tibetana, com quem viria a se casar. Após a graduação, entre 1969 e 1971, ela
trabalha na ONU, em Nova York. Em janeiro de 1972, casa-se com Michael. O casal
teve dois filhos, Alexander (Londres, 1973) e Kim (Oxford, 1977).
Em
1988, Suu Kyi regressa ao seu país, a princípio para cuidar de sua mãe, que se
encontrava enferma. Porém, logo se envolve com o movimento pró-democracia. Por
ser descendente de um prócer da independência, sua presença inflama o
movimento. Seu retorno coincide com a eclosão de uma revolta popular contra os
vinte e seis anos de governo do general Ne Win, que reultaram em alto grau de
repressão política e colapso da economia do país. Em 23 de julho, o general Ne
Wan renuncia, mas as manifestações populares de protesto continuam. O movimento
é brutalmente reprimido. Mais de 5.000 manifestantes são mortos em 8 de agosto
de 1988 - na chamada Revolta. Em 18 de setembro, instala-se uma junta militar
no governo do país. Alguns dias depois, em 24 de setembro, um novo partido é
formado - a Liga Nacional pela Democracia, LND -, tendo Suu Kyi como
secretária-geral. Ela se torna a principal líder do movimento
pró-democratização. Naquele mesmo ano, dez mil pessoas morreriam na luta contra
o regime militar birmanês. Entre outubro e dezembro, Suu Kyi percorre o país,
pregando a não violência e a desobediência civil, em grandes comícios. Em
dezembro, morre sua mãe, Daw Khin Kyi, aos setenta e seis anos. 12
Em
1989, Suu Kyi é presa pela primeira vez, ficando impedida de apresentar sua
candidatura às eleições gerais do ano seguinte - as primeiras no país desde
1962. Mesmo assim, seu partido, a LND, obtém uma vitória esmagadora nas
eleições de 1990, conquistando 81% das cadeiras em disputa. A junta militar se
recusa a reconhecer o resultado das eleições.
Ainda
em 1990, o Parlamento Europeu concede a Suu Kyi o prémio Sakharov de liberdade
de pensamento. Em 1991 ela é galardoada com o Nobel da Paz. Em 10 de dezembro,
seus filhos, Alexander e Kim, recebem o prêmio, em nome de sua mãe. Suu Kyi
permanece presa e se recusa a deixar o país, conforme lhe propõe o governo
birmanês. O movimento por sua libertação cresce em todo o mundo.
Em
1995, o regime militar decide levantar a pena de prisão domiciliária imposta a
ela, como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional.
Mas sua liberdade dura pouco. Logo estará novamente em prisão domiciliar.15
No
Natal de 1995, Michael consegue permissão para visitar a esposa. Será o último
encontro do casal. Em 27 de março de 1999, ele morre de câncer, em Londres, sem
ter conseguido voltar a Mianmar para ver Suu Kyi. O governo sempre insistia que
ela fosse encontrar sua família, na Inglaterra, mas ela sabia que, se
concordasse em sair do país, as autoridades birmanesas não a deixariam
retornar. Assim, ela assume essa separação como um sacrifício a ser feito por
seu país.
Em
2000, o grupo U2 fez uma canção em sua homenagem chamada "Walk On".
Em 2005, Damien Rice e Lisa Hannigan escreveram a canção "Unplayed Piano
em sua honra e tocaram-na ao vivo no "Nobel Peace Prize Concert (Nobels
fredspriskonsert)" em Oslo, Noruega.
Em
2008, Suu Kyi foi considerada como a 71ª mulher mais poderosa do mundo, pela
revista Forbes. Em setembro do mesmo ano, seu estado de saúde suscitou
preocupação. Ela estaria recusando a comida que lhe era fornecida pela junta
militar.
Nove
ganhadores do Nobel manifestaram apoio a Aung San Suu Kyi, que estava sendo
julgada. Segundo a Secretária de Estado para os Direitos Humanos da França,
Rama Yade, a detenção de Suu Kyi, a poucos dias de sua liberação, visava
afastá-la do processo eleitoral. O objetivo do regime era chegar às eleições
legislativas de 2010 sem entraves. "Trata-se de um estado que vive sob o
terror há vinte anos,". Suu Kyi, mantendo-se em seu país, marca
resistência pacífica mas firme ao regime autoritário.
A
secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, qualificou de
escandaloso o processo contra Aung San Suu Kyi. "É escandaloso que ela
seja julgada e continue a ser detida em razão de sua popularidade",
declarou Clinton em Washington.
Em 30
de maio, os dois juízes militares responsáveis pelo julgamento da principal
opositora birmanesa adiaram a data de apresentação das razões finais no
processo contra ela, de 1º de junho para 5 de junho. "O tribunal
pronunciará a sentença depois das razões finais" − disse Kyi Win, um dos
três advogados que defendiam Aung San Suu Kyi.
Em 19
de Junho de 2010, Aung San Suu Kyi completou 65 anos ainda em prisão
domiciliar. Na ocasião o presidente americano Barack Obama fez um apelo ao governo
de Myanmar para que a liberte, assim como aos demais presos políticos.
Em 13
de novembro de 2010, Suu Kyi foi finalmente libertada da prisão domiciliar,
ficando autorizada a se deslocar livremente. Ao discursar para cerca de 4.000
simpatizantes, ela defendeu a democracia e a "reconciliação
nacional". "Estou preparada para conversar com qualquer um. Não
guardo ressentimento de ninguém", disse ela. Em 15 de agosto de 2011, ela
se encontrou com o presidente Thein Sein e manifesta apoio à abertura iniciada
pelo governo, que inclui a libertação dos numerosos presos políticos do país.
Em 1°
de abril de 2012, seu partido, a Liga Nacional pela Democracia, anunciou que
ela havia sido eleita para o Pyithu Hluttaw, a câmara baixa do parlamento
birmanês, representando o distrito eleitoral de Kawhmu, na região de Yangon.
Seu partido também conquistou 43 dos 45 assentos vacantes da câmara baixa. No
dia seguinte os resultados da eleição foram confirmados pela comissão eleitoral
oficial.
Prêmios
e honrarias
Prêmio
Rafto (1990)
Prêmio
Nobel da Paz de 1991
Prêmio
Sakharov para a Liberdade de Pensamento (1990)
Prêmio
Jawaharlal Nehru para a Compreensão Internacional, concedido pelo governo da
Índia (1992)
Prêmio
Internacional Simón Bolívar, do governo da Venezuela (1992)
Cidadania
honorária do Canadá, concedida pelo governo daquele país (2007).27 Até então, o
título só havia sido concedido a três outras pessoas.
Medalha
Wallenberg (2011)
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