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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Goiás: Crise econômica agrava casos de assédio moral no trabalho


Terceiro dia do evento em Goiás também abordou as consequências do assédio moral e a oratória como ferramenta de liderança sindical

Os debates continuaram intensos no terceiro dia do Congresso Estadual de Goiás, nesta quinta-feira (13). Delegados, observadores e convidados do evento tiveram a chance de discutir questões fundamentais relacionadas às ações coletivas, além da importância da parceria entre o Ministério Público do Trabalho e o movimento sindical.

A crise econômica tem aumentado o número de casos de assédio moral no trabalho, e isso tende a se agravar diante das altas taxas de desemprego estrutural, intensificação do ritmo de trabalho, crescimento do trabalho temporário e de tempo parcial, concorrência acirrada e grande pressão por metas.

Esta é uma das análises que Clóvis Renato Costa Farias, professor universitário e especialista no tema, fez em sua apresentação.  Para o palestrante, num quadro de desemprego estrutural, os fenômenos sociais espelham um ambiente de trabalho pouco saudável. Com isso, é necessário que o sindicalista compreenda a complexidade dos casos de assédio moral e estimule a humanização no trabalho.


“Já vemos mais pessoas vivendo nas ruas e o crescimento de síndromes psíquicas em decorrência de casos de ambiente de trabalho”, disse. Farias citou, por exemplo, pressões nas empresas que levam ao alcoolismo e à drogadição. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o assédio moral ou “risco invisível” já atingia 42% dos trabalhadores brasileiros em 2014. “A reforma trabalhista pode implicar em mais casos dessa natureza, já que estimula que o trabalhador seja avaliado pelo valor que é remunerado”, lamenta.

Costa Farias ponderou que não há como ignorar a cultura capitalista, na qual o sucesso está muito vinculado ao trabalho, que passa a ser a identidade da pessoa. Esse contexto já resulta numa situação muito difícil para o trabalhador deixar o posto no caso de sofrer um abuso como este, que muitas vezes acarreta em caos social, problemas financeiros e de ordem familiar e psíquico. Por isso, muita gente se submete à humilhação do assédio moral. “O assédio moral fere a dignidade humana. É assim que o Direito o vê”, esclarece.

O professor considerou que o papel dos líderes sindicais é o de oferecer uma perspectiva humana para os trabalhadores, que não vise ao lucro. A hierarquia não deve implicar que existam saberes maiores. Clóvis Rento citou o educador Paulo Freire, que afirmou que “não há saber maior ou menor, há saberes diferentes”. “Os líderes sindicalistas devem combater com ações, fazer mediações, revalorizar situações”, finaliza.

Palestra: http://csb.org.br/blog/2017/07/24/palestra-de-clovis-renato-costa-farias-congresso-estadual-csb-goias-13-de-julho-2017/
Fonte: dirigentes-goianos-debatem-a-importancia-das-acoes-coletivas-e-do-estatuto-sindical-em-congresso-estadual

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