Eleição com
recall. Esquece o Senado e o STF!
Que tal ela
sair e o Temer não governar? O que dirá o povão?
O ansioso
blogueiro conversou nessa manhã de terça-feira 19/abril com um respeitado parlamentar legalista,
anti-golpista infatigável.
Ele fez uma
análise detalhada do que os adversários do Golpe cogitam para dar uma saída à
crise.
Por ora, ele
não quer ser identificado.
- A Dilma
perde no Senado. Em todas as etapas.
- E no STF,
idem.
- Como,
então, evitar que o programa neoliberal radical do Temer seja aplicado?
- Trata-se
de um programa para o mercado e para os Estados Unidos.
- Uma
ressurreição do programa do Fernando Henrique, que saiu do Governo ejetado pela
repulsa popular – o que elegeu o Lula em 2002.
- O programa
da Dilma não é muito diferente da Ponte para o Futuro do Temer, convenhamos.
- Nesse
momento, por exemplo, o Senado volta em segundo turno o descontingenciamento do
dinheiro para a Saúde do pré-sal – como quer a Oposição, que planeja
descontingenciar tudo!
- E esse é o
problema dela: Dilma esqueceu o que pregou na campanha e as teses que a
elegeram.
- É por isso
que ela está em crise!
- Vamos
falar a verdade, aqui entre nós: essa história de que ela foi eleita por 54
milhões de brasileiros é um bom argumento para se defender dessa tropa de
Temeres, Cunhas, Jucás e Padilhas…
- Mas, na
verdade, o que está mais próximo da realidade é o que aconteceu na Câmara: 72%
os deputados votaram contra ela.
- Muitos
deputados não valem o Deus que invocam, mas eles dependem da opinião pública –
e, hoje, aqui entre nós, os 54 milhões se dissolveram e a população, em 72% dos
casos – ou mais! - está insatisfeita.
- O que a
Câmara fez foi mais um recall do que um Golpe!
- A
população pode não apoiar um Golpe para aplicar uma suposta Ponte para o
Futuro, porque percebe que essa ponte vai ferrá-la, como no passado...
- A
população pode rejeitar o Temer mais do que rejeita ela.
- Mas, a
população está pelas tampas com ela!
- Qual a
saída?
- Uma antecipação
da eleição, com recall.
- Só a Dilma
pode enviar uma mensagem ao Congresso para propor a convocação de uma nova
eleição.
- Enquanto
não se realiza a eleição, ela faz um “Gabinete do Regresso”, como no Império.
- E monta um “ministério da capacidades”, de
transição até a eleição.
- Um
ministério com um programa um pouco menos entreguista e menos neo-liberal que o
do Temer.
- Seria um
ministério que representasse algo que a maioria do Congresso possa engolir com
o compromisso de ela ir embora.
- E evitar
um Governo de Al Capones.
- O Senado -
segundo a leitura desse interlocutor - poderia estar mais disposto a uma
conciliação do que a uma ruptura – que pode ser sangrenta.
- Seria um
Governo provisório, congressual, por alguns meses.
- Isso
interromperia o procedimento do impeachment, daria uma saída política para
peemedebistas mais ajuizados, encantaria a Marina, mais sequiosa de poder que o
Serra, e até alguns tucanos poderiam se interessar, na esperança – vã – de
eleger o próximo presidente.
- Até porque
quero ver um tucano meter a mão na cumbuca do Temer – quero ver!
- Com Temer,
Cunha, Jucá, Padilha, Henrique Alves e o ideólogo Moreira Franco… quero ver a
tucanada sentar na cadeira de ministro!
- E o mais
importante: a ideia de eleição já, ou breve, pode empolgar as ruas!
- Sem Dilma
– com eleições!
- O povão
vai gostar!
- O PT está
todo nessa, menos uns poucos resistentes!
- E o Lula?
- O Lula
está fora.
- O Lula
blairizou tanto o PT que se desmontou e o PT.
(Uma
referência ao trabalhista inglês Toni Blair, que fez tantos acordos para
governar com a Casa Grande - inclusive com o Bush, no Iraque -, que
descaracterizou o trabalhismo e perdeu a sua própria base pessoal. - PHA)
- Poucas
horas antes de ir preso, o José Dirceu me disse: o Lula não será mais candidato
a nada!, disse o parlamentar.
- A saída é
a Presidenta convocar eleições, governar com um programa menos radical que o do
Temer, e deixar o povo decidir.
- E junto
votar o recall.
- O direito
de o povo, no meio do mandato, destituir os eleitos.
- É uma
solução genuinamente democrática: devolver ao povo o poder de escolher seus
governantes.
- Dar adeus
à brava Presidenta e encaminhar a turma do Temer ao seu destino inexorável: a
cadeia!
Paulo
Henrique Amorim
Fonte:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/eleicao-com-recall-esquece-o-senado-e-o-stf
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