3 de dezembro de 2012
Funcionários das Nações Unidas
destacaram na sexta-feira (30) o papel
das organizações de mulheres e grupos da sociedade civil na prevenção da violência
e na resolução de conflitos, salientando que as suas contribuições são vitais
para a construção de um mundo pacífico e que devem ser reforçadas.
“Precisamos garantir que as
mulheres tenham a oportunidade de desempenhar plenamente seu papel na paz e na
segurança”, disse a Diretora Executiva da Entidade das Nações Unidas para a
Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Michelle
Bachelet, em um debate do Conselho de Segurança sobre mulheres, paz e
segurança.
Ela observou que sempre que há
conflito, seja no Mali, na Síria, no Oriente Médio, ou no leste da República
Democrática do Congo (RDC), “as mulheres devem ser parte da solução”.
O debate de hoje, que estava
inicialmente previsto para o final de outubro, mas foi adiado devido ao furacão
Sandy, marca o 12 º aniversário da resolução 1325 do Conselho de Segurança, que
pediu pelo engajamento das mulheres na resolução de conflitos e na construção
da paz.
Na resolução 1325 o Conselho
pediu à comunidade internacional para dar às organizações femininas da
sociedade civil um papel de destaque na negociação, planejamento e
implementação de processos de paz e de programas de desenvolvimento
pós-conflito.
Mulheres pela paz e segurança
Em seu relatório anual sobre
mulheres, paz e segurança, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou um
número crescente de exemplos inspiradores de mulheres em ação pela paz e
segurança. Em países como o Quirguistão, Timor Leste, Haiti, Sudão do Sul,
Libéria, Nepal e muitos outros, as mulheres estão liderando abordagens
inovadoras para a prevenção de conflitos e violência e construindo a paz em
suas comunidades.
Bachelet, que apresentou o
relatório, destacou que os grupos de mulheres no Mali estão fazendo agora
contribuições para soluções não violentas para a crise no país, que está
dividido desde que os rebeldes tomaram o controle do norte no início deste ano.
“Apesar de sua ausência nas resoluções oficiais de processos de conflitos, as
mulheres líderes no Norte estão usando canais informais para chamar os líderes
de grupos armados para participar de diálogos de paz”, observou ela.
“Apenas duas semanas atrás”, ela
acrescentou, “cerca de mil mulheres líderes e membros de grupos da sociedade
civil se reuniram em Bamako e entregaram um apelo comum para a paz, expressando
a solidariedade entre as divisões étnicas e recomendaram medidas específicas
para proteger os direitos das mulheres e prevenir a violência contra mulheres e
crianças”.
Bachelet pediu aos líderes
mundiais para fornecer uma liderança determinada, recursos dedicados e
oportunidades diretas para que as mulheres contribuam para a manutenção da paz
e segurança.
Em suas observações para o
evento, o Subsecretário-Geral para as Operações de Manutenção da Paz, Hervé
Ladsous, disse que as missões de paz da ONU apoiaram progressos importantes em
algumas áreas, nomeadamente a participação política das mulheres em nível local
e nacional. Em outras áreas, como a proteção de mulheres ativistas, mais
poderia ser alcançado.
5 mil mulheres contra rebeldes da
República Democrática do Congo
Bachelet descreveu como, há uma
semana, cerca de 5 mil mulheres inundaram a principal avenida comercial em
Kinshasa, capital da RDC, para protestar contra a queda da cidade provincial de
Goma para o grupo rebelde do Movimento 23 de março (M23) – o protesto não
violento mais maciçamente organizado no país após a queda da cidade.
“No entanto, às mulheres não têm
sido dada qualquer influência política nas negociações regionais destinadas a
levar a paz as partes em apuros no leste do país”, acrescentou.
No preparativos para o debate do
Conselho, mulheres ativistas e organizações de mulheres se reuniram com as
lideranças da ONU em mais de 20 países, facilitadas pela ONU Mulheres, o
Departamento de Operações de Manutenção da Paz (DPKO), o Departamento de
Assuntos Políticos (DPA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), para discutir os desafios e fazer suas recomendações sobre questões
relativas às mulheres, paz e segurança.
Fonte: ONU
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