Grupo e Professores
O Grupo de Estudos e
Pesquisa em Direitos Humanos e Conflitos Socioambientais no Ceará do Centro
Universitário Christus (Ceará), orientado pela Profa. Priscylla Joca e pelo
Prof. Henrique Frota, acompanhado da Profa. Janina
Sanchez, também vinculada a Christus, vivenciou sua primeira atividade
de campo, no dia 23 de setembro, na terra indígena Tapeba, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza, no
município de Caucaia.
O grupo foi
recebido pela liderança indígena Marciane Tapeba. Esta falou sobre a etnia
indígena Tapeba, suas tradições e costumes, e explicou sobre o principal
problema enfrentado pelas comunidades, que é a atividade dos posseiros em suas
terras.
Os alunos puderam fazer suas perguntas e, em seguida, foi realizada uma
trilha, no qual foi possível vivenciar os reais efeitos das atividades
realizadas pelos posseiros e políticos locais. É importante dizer que a
degradação ambiental ocasionada pela atividade é evidente.
Há desmatamentos com
frequência, queimadas, exploração e retirada de areia e argila das margens do
rio, construções de casas em área de reserva, dentre outros. Em consequência,
foi observado pelos índios a extinção de certos animais, veados, cobras, onças;
o calor excessivo; a seca e poluição dos rios; o lixo. Além disso, as
lideranças indígenas da comunidade Tapeba, ao lutarem contra tais posseiros,
recebem constantes ameaças de morte. Fica evidente, ainda, que há uma ausência
de consulta às comunidades locais, ou seja, não existe qualquer diálogo entre as
partes do conflito.
A professora
Priscylla Joca propôs três questionamentos para os alunos que poderiam orientar
na investigação da realidade vivenciada: Quais são os conflitos enfrentados
pelos índios Tapebas? Quais são as violações de direitos humanos? Que
concepções de direitos humanos servem para resolver o conflito encontrado?
Durante a
trilha os alunos observaram o conflito socioambiental explicitamente; o rio que
já não existe, a derrubada das carnaúbas e a operação das máquinas de grande
porte, estas que não descansam nunca.
No entanto,
é notável a força dos índios Tapebas na luta contra as adversidades, visto que
as comunidades tiveram algumas vitórias significativas no campo da retomada de
terras, na saúde, educação, etc. Por exemplo: criação de escolas diferenciadas,
ensino fundamental e médio, mas que privilegiam o ensino dos costumes da
comunidade; alguns postos de saúde; retomada de territórios, como o Terreiro
Sagrado dos Pau-Branco; construção do Memorial Cacique Perna de Pau; dentre outras.
Apesar das conquistas já alcançadas, há ainda muitos desafios pela frente como
a demarcação da terra indígena e a devastação ambiental.
Por fim, a
visita aos índios Tapeba, atividade de pesquisa, proporcionará aos alunos a
escritura de artigos sobre as suas percepções do conflito vivenciado pela
comunidade, cujo valor certamente ultrapassará o mundo acadêmico, visto que se
tornará mais um instrumento de luta.
Ticyanne
Pereira
(aluna)
Priscylla
Joca
(professora/orientadora)
Um comentário:
Gostaria de um dia saber porque o povo indígena,é tão sofrido,tão perseguido deste tempos remoto,pessoas que querem só viver em paz com a natureza?O que a doutrina espírita tem a nos dizer a respeito e esclarecer,não sei se me expus de forma correta,mas gostaria que fosse através dela que me fosse esclarecida.
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