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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Governo barra militar de participar da mesa de negociação e provoca a revolta dos servidores

Em resposta, os demais servidores que integravam a coordenação do FUASPEC se retiraram da reunião. Às 9 horas de hoje, 21, na sede do MOVA-SE, as entidades definem as bases de um protesto contra a represália do governo ao ato dos militares no sábado, 17.
A terceira e última rodada de negociação do ano entre a bancada do governo do estado e os servidores, representados pela coordenação do Fórum Unificado de Servidores e Associações de Servidores Públicos Estaduais (FUASPEC), que deveria ter acontecido na noite de ontem, 20, foi esvaziada pelos trabalhadores. Dos cinco servidores que integram a coordenação do FUASPEC, com poder de negociar em nome dos demais, o militar Pedro Queiroz, coordenador de finanças do fórum e presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Ceará (ASPRAMECE) foi o único a ser barrado logo na entrada do Palácio da Abolição.
Ao terem a confirmação de que não se tratava de um engano, mas de uma retaliação deliberada do governo ao ato dos militares no último sábado, durante a inauguração de um trecho do metrô, a coordenadora geral, Jeruza Matos, e as coordenadoras Rita Galvão, representante do MOVA-SE, Ana Maria (Sintaf) e Eliane (Sindetran), acompanhadas dos suplentes e assessores do fórum, esvaziaram a bancada dos trabalhadores antes mesmo da entrada do governador em protesto à atitude antidemocrática e truculenta do governo.
Antes disso, as quatro integrantes da coordenação, que tiveram livre acesso à sala de reunião, procuraram o governador para reverter o impasse supondo, inicialmente, se tratar de um mal entendido. Encontraram o secretário de Planejamento Eduardo Diogo que, falando em nome do governador deu a seguinte explicação para a coordenadora do FUASPEC, Jeruza Matos: “Sendo presidente de uma associação o P. Queiroz não tem legitimidade para representar politicamente os militares. Só os sindicatos têm essa representação”. E ouviu da mesma: “Secretário, eu mesma sou presidente de associação e estou na coordenação geral do FUASPEC. Nem por isso fui barrada”.
Sem argumentos, mas irredutível, o secretário configurou o impasse ao propor às coordenadoras que substituíssem o militar por um membro civil. A coordenadora disse: “isso está fora de questão, secretário. P. Queiroz foi democraticamente eleito pelas entidades e está qualificado para representar, não só os militares, mas também os servidores civis”, e deu às costas saindo indignada.
Para a diretora do MOVA-SE e coordenadora de Comunicação do fórum, Rita Galvão, “foi uma demonstração de arbitrariedade e ditadorismo desse governo que visa desvalorizar e desqualificar o movimento sindical”. Faltou democracia e respeito, sintetizou a coordenadora de assuntos jurídicos do fórum e presidente do Sindetran, Eliene Uchoa. “Vamos ter que repensar nossa postura diante desse governo. Chegamos aqui preparados para negociar, mas não podemos aceitar essa atitude ditatorial contra um trabalhador”, disse a secretária geral do fórum e diretora do Sintaf, Ana Maria Cunha.

Os trabalhadores foram barrados também na Assembléia Lesgislativa

O sentimento de indignação e frustração era visível não só nos cinco coordenadores, mas também nos suplentes e em todos os presidentes de sindicatos e associações que compõem o FUASPEC e que ficaram do lado de fora aguardando avanços na negociação esperada por quatro meses e marcada pelo palácio do governo de véspera. Com um dia e meio para trabalhar a minuta com reivindicações de todas as categorias de servidores, os coordenadores tiveram que se debruçar sobre o documento madrugada adentro.
Na saída, as manifestações de insatisfação tiveram a cobertura da imprensa.
Silvia Carla Araújo
JORNALISTA PROFISSIONAL
(85) 9961.0510/ 3226.0665/ 3023.8993

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