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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Desastres naturais: Não estamos tão a salvo quanto pensávamos

As mudanças climáticas podem aumentar a frequência e a intensidade de fenômenos naturais extremos em todos as regiões do globo. Inclusive, no Ceará
Tufões nas Filipinas, tornados nos Estados Unidos, chuvas na Índia e terremotos na China. O ano de 2013 ainda nem chegou ao fim e já soma milhares de mortos e feridos e um número incontável de desabrigados vítimas de desastres naturais. Para especialistas, ainda é cedo para afirmar se os recentes fenômenos naturais extremos são resultado direto do aquecimento global. É certo, no entanto, que as mudanças climáticas deverão aumentar a força com que a mãe natureza reage sobre a Terra. E, na rota das catástrofes mundiais, podemos não estar tão a salvo quanto imaginamos.
“É um mito dizer que o Brasil não tem risco de ocorrência de um  grande desastre natural. Basta citar o caso do Rio de Janeiro, em 2011, com mais de mil mortos. Isso é um desastre de uma magnitude muito grande”, comenta Carlos Frederico Angelis, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O órgão, criado em 2011, monitora situações de risco em 821 municípios. De acordo com o pesquisador, todos os anos, desastres de grande porte são registrados pelo Cemaden. A má notícia é que, segundo Angelis, eles tendem a aumentar.

Entre os anos de 1991 e 2000, o registro da ocorrência de desastres naturais subiu 268% no Brasil, de acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, lançado em 2012 pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. No último ano, segundo o Anuário Brasileiro de Desastres Naturais 2012, produzido pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), foram relatados, em todo o País, 376 desastres naturais. Os fenômenos causaram 96 óbitos e afetaram 16,9 milhões de pessoas.
Mudanças climáticas
“As estatísticas já mostram que o número de desastres tem aumentado e, pior, a sua magnitude também”, aponta o pesquisador. No Brasil, segundo Angelis, as principais catástrofes naturais envolvem deslizamentos de terra, enchentes e a seca. Todos, explica o pesquisador, correm o risco de serem agravados por fatores naturais e humanos. Os primeiros, responsáveis pelo aumento das temperaturas; os últimos, pela ampliação de habitações em áreas de risco.
Quando aumentamos a temperatura, aumentamos a quantidade de água na atmosfera e, quando chove, por exemplo, chove mais. Por outro lado, em lugares secos, o aumento da temperatura provoca mais evaporação e pode agravar a seca. Além disso, existe o fator indiscutível da vulnerabilidade da população”, completa Regina Rodrigues, pesquisadora da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima).
Um exemplo é o temporal que atingiu, há uma semana, a cidade de Lajedinho, a cerca de 355 quilômetros de Salvador, na região da Chapada Diamantina. O nível de água chegou a dois metros e deixou pelo menos 11 mortos e seis pessoas desaparecidas até o fechamento deste caderno. Cerca de 200 pessoas, incluindo o prefeito da cidade, ficaram desabrigadas, conforme a Defesa Civil.
De acordo com Regina, a previsão de eventos climáticos extremos ainda é um desafio para a ciência. “A experiência caótica é intrínseca a esses eventos. Eles podem se formar rapidamente e prever a hora e lugar exatos é muito difícil”, comenta.

Fonte: O Povo

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