SINTUFCE
promoveu debate sobre autonomia universitária na Universidade Federal do Ceará
no pátio da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, Av. da Universidade,
Benfica, Fortaleza/CE, na manhã do dia 16 de maio.
A mesa foi
coordenada pela dirigente do SINTUFCE Telma Araújo, sendo composta pelos
diretores André Ferreira e Frank Berto (ADUFCE), pelo dirigente da
FAUBRA/SINTUFCE Almiram Rodrigues, o representante Jadson do Diretório Central
dos Estudantes (DCE/UFC) e pelo Advogado Sindical do SINTUFCE Clovis Renato
Costa Farias.
André
Ferreira (diretor da ADUFCE – Sindicato dos Docentes) destacou diversos
aspectos sobre autonomia nas IFEs, com ênfase nos aspectos financeiros, na
produção do conhecimento, e nas relações com os trabalhadores.
Ressaltou-se
que a produção de conhecimentos não pode estar sobre a tutela de nenhum
governo, deve desenvolver-se de forma livre, evitando-se que esteja a serviço de
determinadas ideologias em detrimentos de outras, com incontestáveis prejuízos
para a evolução humana.
Houve
diversas críticas às propostas da ANDIFES quanto ao funcionamento das
universidades e ao tratamento com os trabalhadores (docentes e servidores técnico-administrativos),
à postura da CAPES e do Ministério da Educação (MEC) que habitualmente usurpam
a autonomia nas universidades, contrariando o disposto na Constituição de 1988.
Almiram
Rodrigues tratou sobre as atividades do Grupo de Trabalho sobre Democratização,
na FASUBRA, o qual produziu um relatório que não chegou a ser encaminhado, para
ser inserido como pauta para a negociação, mesmo estando com todas as
assinaturas de representações necessárias.
Houve a
apresentação de diversos aspectos político-jurídicos que ensejaram a elaboração
de projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, com uma perspectiva que
amplia a democracia em todos os segmentos das universidades, envolvendo
docentes, discentes e demais servidores técnico-administrativos, o que deve
anteceder às questões ligadas à autonomia.
Clovis
Renato destacou aspectos sobre o Estado Democrático de Direito, nos termos
postados na Constituição brasileira, sua formação e a questão da otimização dos
direitos fundamentais. Algo que foi sendo inserido normativamente, em grande
parte, pela luta dos trabalhadores via movimento sindical, o que se insere nas
atuais greves e paralisações como as que estão ocorrendo nas instituições
federais de ensino e demais carreiras do serviço público federal em 2014.
Busca-se
uma construção democrática que alinhe todos os atores que participam das
universidades, de forma tripartite, a qual será capaz de fortalecer a luta pela
autonomia e robustecer o ensino, a pesquisa e a extensão nas universidades,
aprimorando as condições de trabalho e de produção.
Ressaltou-se
a importância da luta pela paridade para todos os órgãos deliberativos, de modo
a vencer a hegemonia de poder distante da realidade democrática. Assim, deve-se
lutar para agir de modo a transformar a democracia representativa para a
democracia real.
Os
problemas da democracia representativa são facilmente encontrados, conforme
Clovis, em casos contraditórios nos quais os representantes, de fato, não têm
representado o povo (coligações partidárias que afastam as ideologias e se
firmam na ocupação dos cargos providos de forma proporcional eletiva); dificuldades
com gestores indicados pela hegemonia no poder; orçamentos participativos que
não funcionam ou simplesmente não ocorrem. Existe mora constante para efetivar
direitos garantidos pela Constituição e habitual celeridade para votar projetos
que prejudicam as condições dos trabalhadores.
As
discussões sobre democracia devem se espraiar por todos os planos de gestão, na
Universidade e para além dela, observando-se, por exemplo, projetos de gestão que
não consultam, nem consideram, os clamores do povo (Cocó; Praça Portugal;
Árvores em Fortaleza), mesmo em prejuízo a conquistas fundamentais. São
rotineiros os desrespeitos às minorias (avanço do agronegócio contra as
populações indígenas e nativas; não pluralismo; Alto da Paz, etc.).
Ademais, há
recorrentes condutas antisindicais (greves com retaliações; assédios morais; criminalização
dos movimentos sociais, dentre outras).
Seguindo-se
às falas, os trabalhadores teceram elogios e questionamentos diante do proposto
nas apresentações, o que foi analisado pelos ministrantes, sendo centro das
ações o alinhamento de posicionamento quanto ao reconhecimento da igualdade
entre os trabalhadores (docentes e discentes) e estudantes.
Clovis Renato Costa
Farias
Doutorando em Direito pela Universidade Federal
do Ceará (UFC)
Bolsista da CAPES
Membro do GRUPE e da ATRACE
Advogado e Professor Universitário
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