Situado em
Londres, em uma sociedade distópica num futuro próximo, Natalie Portman estrela
como Evey, uma garota da classe trabalhadora que deve determinar se o seu herói
se tornou a grande ameaça a que está lutando contra. Hugo Weaving interpreta V,
um carismático defensor da liberdade disposto a se vingar daqueles que o
desfiguraram. Stephen Rea vive um detetive que inicia uma busca desesperada
para capturar V antes que ele inicie uma revolução.
O filme foi
originalmente programado para ser lançado pela Warner Bros em 4 de novembro de
2005 (um dia antes do 400º aniversário da Noite de Guy Fawkes), mas foi adiado,
e estreou em 17 de março de 2006. As críticas foram positivas e os ganhos de
bilheteria mundial alcançaram mais de 132 milhões de dólares, mas Alan Moore,
depois de ter ficado desapontado com as adaptações cinematográficas de dois de
seus outros romances gráficos, Do Inferno e A Liga Extraordinária, recusou-se a
ver o filme e, posteriormente, distanciou-se dele. Os cineastas removeram
muitos dos temas anarquistas e as referências a drogas que estavam na história
original e também alteraram a mensagem política para o que eles acreditavam que
seria mais relevante para um público de 2006.
O filme foi
visto por muitos grupos políticos como uma alegoria da opressão do governo.
Libertários usaram isso como uma afirmação conservadora contra a intervenção
governamental na vida dos cidadãos. Anarquistas usaram esse filme para propagar
a teoria política do anarquismo.
No final da
década de 2020, o mundo está em crise e em guerra; os Estados Unidos não são
mais uma superpotência como consequência de uma guerra civil, enquanto uma
pandemia mortal do "vírus de Santa Maria" assola o continente
europeu. O Reino Unido permanece como um dos poucos países estáveis sob o
regime fascista[2] e totalitário do partido Fogo Nórdico (Norsefire), comandado
pelo Alto Chanceler Adam Sutler. Opositores políticos, homossexuais e outros
"indesejáveis" são presos e enviados para
campos de concentração. Evey Hammond, uma mulher que trabalha na rede estatal
de televisão britânica, durante uma tentativa de estupro por membros da polícia
secreta, conhecidos como "Os Homens-Dedo", é resgatada por um vigilante
com uma máscara de Guy Fawkes e que é conhecido como "V". Ele a leva
a um telhado para assistir a destruição do edifício Old Bailey, em Londres, que
ele mesmo causou. O Fogo Nórdico rapidamente explica o incidente como uma
"demolição de emergência" de um edifício estruturalmente instável,
porém, logo V interrompe as transmissões da televisão estatal para assumir a
responsabilidade pelo ato. Ele exorta o povo britânico a se levantar contra seu
governo e encontrá-lo em um ano, no dia 5 de novembro, em frente às Casas do
Parlamento, edifício que ele promete destruir nessa data. Evey ajuda V a
escapar da sede da emissora de TV, mas é nocauteada no processo. [3] [4] [5]
[6]
Assista o filme: http://megafilmeshd.net/v-de-vinganca/
V leva Evey
para seu covil, a Galeria das Sombras, onde diz que ela deve ficar escondida
até o dia 5 de novembro, a Noite de Guy Fawkes, do ano seguinte. Depois de
saber que V está assassinando funcionários do governo, ela foge para a casa de
seu chefe, o comediante e apresentador de talk show Gordon Deitrich. Em retorno
por Evey ter confiado sua segurança a ele, Deitrich revela uma coleção de
materiais proibidos pelo governo, como pinturas subversivas, um alcorão antigo
e fotografias homoeróticas de Robert Mapplethorpe. Deitrich, que é homossexual,
explica que ele tem de esconder sua verdadeira sexualidade para manter a sua
carreira na televisão. Depois que Gordon faz uma sátira do governo em seu
programa de televisão, a sua casa é invadida por agentes do governo e Evey é
capturada enquanto tentava escapar. Ela é presa e torturada por dias, com o objetivo
de obter informações sobre o paradeiro de V; seu único consolo aparece quando
ela encontra em sua cela notas escritas em um pedaço de papel higiênico por uma
outra prisioneira, uma atriz chamada Valerie Page, que foi presa por ser
homossexual.[3] [4] [5] [6]
Evey é
comunicada de que será executada a menos que revele a localização de V, mas
quando diz que prefere morrer, ela é imediatamente liberada, momento em que é
revelado que sua prisão e tortura foram encenações criadas por V como um
exercício para libertá-la de seus medos internos. As notas, no entanto, são
reais, e foram passadas por Valerie a V anos antes, quando ele estava preso.
Embora Evey inicialmente odeie V pelo o que ele fez com ela, ela percebe que é
uma pessoa mais forte do que era antes da prisão. Ela deixa V com a promessa de
voltar antes do dia 5 de novembro.[3] [4] [5] [6]
O inspetor
Finch, chefe de polícia da Scotland Yard, procura a verdadeira identidade de V
em um antigo programa de armas biológicas do governo em um centro de detenção
para "desvios sociais" e dissidentes políticos em Larkhill, no
condado de Wiltshire. Finch finalmente percebe que o programa, dirigido pelo
então subsecretário Adam Sutler, resultou na criação do "vírus de Santa
Maria" e no seu lançamento durante um ataque terrorista de falsa bandeira
contra a população civil. A morte de 80 mil pessoas e o medo resultante disso
permitiu que o partido Fogo Nórdico alcançasse apoio popular suficiente para
ganhar as eleições seguintes, depois de silenciar toda a oposição e transformar
o Reino Unido em um Estado policial totalitário.[3] [4] [5] [6]
Conforme o
dia 5 de novembro se aproxima, a distribuição de milhares de máscaras de Guy
Fawkes por V começa a provocar o caos no Reino Unido e a população começa a
questionar o governo do Fogo Nórdico. Na véspera do dia 5, Evey visita V, que
mostra a ela um trem carregado de explosivos no sistema do metrô de Londres,
que está desativado, para destruir o Parlamento. Ele deixa Evey decidir se
usará ou não os explosivos, acreditando ser incapaz de tomar tal decisão. V sai
para falar com Creedy, o chefe da polícia secreta, fazendo um acordo com Creedy
para entregar Sutler em troca de sua rendição. Quando Creedy executa Sutler no
momento em que V assiste, V se recusa a se render e é baleado pelos
guarda-costas de Creedy. V sobrevive, em parte graças a uma armadura escondida
embaixo de sua roupa, e mata Creedy e seus homens. Mortalmente ferido, V
retorna para Evey para agradecê-la e admite que está apaixonado por ela antes
de morrer em seus braços.[3] [4] [5] [6]
Enquanto
Evey coloca o corpo de V a bordo do trem, ela é encontrada por Finch. Depois de
ter aprendido muito sobre a corrupção do regime do Fogo Nórdico, Finch permite
que Evey envie o trem para o Parlamento. Centenas de milhares de londrinos,
todos desarmados e vestindo a máscara de Guy Fawkes, marcham até o Parlamento
para assistir à explosão. Com Sutler e Creedy mortos, ninguém é deixado para
dar a ordem de fogo, os militares ficam impotentes em meio a uma rebelião
civil. Acompanhado pela Abertura 1812, de Tchaikovsky, o Parlamento e o Big Ben
explodem e são destruídos enquanto Evey e Finch olham. Finch então pergunta a
Evey qual era a identidade de V, ao que ela responde: "Ele era Edmond
Dantès. Era meu pai, minha mãe, meu irmão, meu amigo. Ele era eu, era você, era
todos nós."[3] [4] [5] [6]
Voilà! À
vista, um humilde veterano vaudevilliano, apresentado vicariamente como ambos
vítima e vilão pelas vicissitudes do Destino. Esta visagem, não mero verniz da
vaidade, é ela vestígio da vox populi, agora vacante, vanescida, enquanto a voz
vital da verossimilhança agora venera aquilo que uma vez vilificaram.
Entretanto, esta valorosa visitação de uma antiga vexação, permanece
vivificada, e há votado por vaporizar estes venais e virulentos verminados
vanguardeiros vícios e favorecer a violentamente viciosa e voraciosa violação
da volição. O único veredito é a vingança, uma vendeta, mantida votiva,não em
vão, pelo valor e veracidade dos quais um dia deverão vindicar os vigilantes e
os virtuosos. Verdadeiramente, esta vichyssoise de verbosidade vira mais
verbose vis-a-vis uma introdução, então é minha boa honra conhecê-la e você
pode me chamar de V.
– Monólogo de V ao
conhecer Evey.
Da mesma
forma que o romance gráfico, há repetidas referências à letra "V" e
ao número cinco ao longo do filme.[22] Por exemplo, a introdução de V para Evey
é um monólogo, contendo 48 palavras que começam com a letra "V" e um
total de 52 letras V. Quando Evey diz a V seu nome, ele repete lentamente como
"E. .. V". No nome de Evey, a letra "E" é a quinta letra do
alfabeto, "V" é a quinta letra a partir do fim do alfabeto e é o
numeral romano para cinco e a letra Y é a 25ª letra do alfabeto; 25, sendo 5 ao
quadrado. Em latim, o nome fonético de Evey significa "saída V", o
personagem V reconhece isso, sabendo que este evento começou a reação em cadeia
de eventos que vai acabar em sua morte. Durante sua prisão em Larkhill, V foi
preso na cela "V", como o foi Evey durante sua prisão falsa. Na
explosão envolvendo o Old Bailey, os fogos de artifício formam uma configuração
de um V vermelho, completado por um fogo de artifício circular,
assemelhando-se, assim, não apenas ao V, mas ao logotipo de V for Vendetta. É
revelado que a frase favorita de V é "Pelo poder da verdade, eu, enquanto
vivo, conquistei o universo", uma tradução da frase latina: "Vi veri
veniversum vivus vici". ("Vniversum" é escrito com um U, mas em
latim antigo, a letra "U" era escrita como um "V"). Em uma
dança com Evey, a canção que V escolhe é o número cinco na sua jukebox. Na
verdade, todas as músicas são canção número cinco. Quando V confronta Creedy em
sua estufa, ele toca a Sinfonia n.º 5, de Ludwig van Beethoven, cujas notas de
abertura tem um padrão rítmico que se assemelha a letra "V" em código
Morse (•••–).[23] [24]
O próprio
título do filme é uma referência ao gesto "V for Victory".[25] Quando
V espera a noite cair, ele arranja um padrão complexo de dominós pretos e
vermelhos, que forma o logotipo V. Na sequência, durante a vista dos vagões de
trem, os trilhos formam a letra V. Em uma cena em um viaduto de Londres, perto
do final do filme, o Big Ben é mostrado, com o ponteiro das horas apontando
para 11 horas e o ponteiro dos minutos em 1, formando um "V". Quando
o tempo é lido, ele mostra 11:05, outra referência 11-5, ou 5 de novembro. Na
batalha com Creedy e seus homens na Estação Victoria, ele usa cinco de seus
seis punhais e forma um "V" com os seus punhais pouco antes de
lançá-los. Quando V lança dois de seus punhais para os homens em cada lado de
Creedy, os punhais formam uma forma de "V" cinco vezes ao girar pelo
ar. Depois que V mata seus homens, Creedy atira cinco vezes contra V. Depois da
batalha, quando V é mortalmente ferido, ele deixa uma assinatura "V"
em seu próprio sangue. A destruição do Parlamento do Reino Unido resulta em
fogos de artifício que formam a letra "V", que é também um invertido
A no Círculo, um símbolo comumente usado pelos anarquistas.[26]
Medo moderno
do totalitarismo
Com o
intuito de modernizar o filme, os cineastas acrescentaram referências para
tópicos relevantes para um público moderno de 2006. De acordo com o Los Angeles
Times, "com uma riqueza de novos paralelos com a vida real nas áreas de
vigilância do governo, tortura, medo e manipulação da mídia, isso sem mencionar
a corrupção corporativa e a hipocrisia religiosa, você não pode realmente
culpar os cineastas por terem feito referência aos eventos atuais." Há
também referências a uma pandemia de gripe aviária, além do uso generalizado da
identificação biométrica e da coleta e análise de sinais de comunicação por
parte do regime.[21]
Muitos
críticos de cinema, comentaristas políticos e outros membros dos meios de
comunicação também observaram inúmeras referências do filme aos acontecimentos
que envolveram o então presidente George W. Bush, dos Estados Unidos. Estes
incluem os "sacos pretos", usados pelos prisioneiros em Larkhill, uma
referência aos sacos pretos usados pelos prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque
e em Prisão de Guantánamo, em Cuba, embora rascunhos do roteiro
pré-The Matrix também contenha esta referência.[27] [28] No filme, a cidade de
Londres está sob "código amarelo", um alerta de toque de recolher
semelhante ao código de cores do Homeland Security Advisory System, do governo
dos Estados Unidos.[29] Um dos itens proibidos no porão secreto de Gordon é um
cartaz de protesto com a bandeira mista dos Estados Unidos e do Reino Unido com
uma suástica e o título "Coalizão da Boa Vontade, ao Poder", que
combina referências à "Coalizão da Boa Vontade", na Guerra do Iraque,
com o conceito de Friedrich Nietzsche de vontade de poder.[30] Assim como há o
uso do termo "rendição" no filme, em referência à forma como o regime
elimina os indesejáveis da sociedade.[31]
"Nós sentimos que os
quadrinhos eram muito prescientes de como o clima político estava naquele
momento. Ele realmente mostrou o que pode acontecer quando a sociedade é
governada pelo governo, ao invés do governo ser usado como uma voz do povo. Eu
não acho que é um grande salto dizer que coisas assim podem acontecer quando os
líderes param de ouvir as pessoas."
—James McTeigue,
Diretor[8]
"O povo não deve
temer seu Estado. O Estado deve temer seu povo."
Frase do personagem V
Existe ainda
uma breve cena (durante o flashback de Valerie) que contém cenas da vida real
de uma manifestação anti-guerra do Iraque, com a menção do presidente dos
Estados Unidos, George W. Bush. Finalmente, o filme contém referências como a
"guerra da América" e "a guerra na América começou", além de cenas reais da guerra
do Iraque. O filme também faz uma breve referência às guerras no Curdistão,
Síria e Sudão.[32]
Apesar das
referências específicas aos Estados Unidos, os produtores sempre se referem ao
filme como uma pequena adição ao conjunto de questões muito mais amplas que o
governo norte-americano.[12] Quando James McTeigue foi perguntado se o BTN foi
inspirado na Fox News Channel, McTeigue respondeu: "Sim. Mas não apenas na
Fox. Todo mundo é cúmplice neste tipo de coisa. Ele poderia muito bem ser a Sky
News da Grã-Bretanha, também uma parte da News Corp."[12]
Diferenças
entre o filme e os quadrinhos
A história do
filme foi adaptada do romance gráfico V for Vendetta, de Alan Moore, que foi
publicado originalmente entre 1982 e 1985 na antologia britânica dos quadrinhos
Warrior e depois reeditado e concluído pela DC Comics. Os quadrinhos de Moore
foram posteriormente compilados num romance gráfico e publicados novamente nos
Estados Unidos sob o selo Vertigo da DC e no Reino Unido pela Titan Books.[62]
Existem
várias diferenças fundamentais entre o filme e o material original. Por
exemplo, os quadrinhos se passam na década de 1990, enquanto o filme se passa
em algum momento entre 2028 e 2038: a história
original de Alan Moore foi criada como uma resposta ao thatcherismo britânico
no início dos anos 80 e foi definido como um conflito entre um Estado fascista
e o anarquismo, enquanto a história do filme foi alterada pelos irmãos
Wachowski para caber no contexto político moderno. Alan Moore, no entanto,
afirmou que ao fazê-lo, a história se transformou em um conflito
norte-americano centrado entre o liberalismo e o neoconservadorismo e abandonou
os temas anarco-fascistas da história original. Moore afirma: "Não houve
uma menção a anarquia, pelo tanto que eu pude ver. O fascismo tinha sido
completamente debilitado. Quer dizer, eu acho que todas as referências à pureza
racial foram retiradas, ao passo que, na verdade, os fascistas são muito
relevantes em pureza racial." Além disso, na história original, Moore
tentou manter a ambiguidade moral e não retratou os fascistas como caricaturas,
mas como personagens realistas, arredondados. As significativas limitações de
tempo de um filme, fizeram com que a história omitisse ou agilizasse alguns dos
personagens, detalhes e enredos da história original. No romance gráfico
original, os fascistas são eleitos legalmente e mantidos no poder pela apatia
geral da população, enquanto que o filme introduz o "vírus de Santa
Maria", uma arma biológica projetada e lançada pelo partido Fogo Nórdico
como um meio de, clandestinamente, tomar o controle do seu próprio país.[8]
Muitos dos
personagens do romance gráfico passaram por mudanças significativas na
adaptação cinematográfica. V é caracterizado no filme como um romântico
combatente da liberdade que demonstra preocupação com a perda de vidas
inocentes.[63] Nos quadrinhos, no entanto, ele é retratado como uma pessoa
cruel, disposta a matar qualquer um que fique em seu caminho. A transformação
de Evey Hammond como a protegida de V também é muito mais drástica no romance
do que no filme. No início do filme, ela já é uma mulher confiante, com uma pitada
de rebeldia; nos quadrinhos ela começa como uma jovem desesperada e insegura
que foi forçada à prostituição. A relação de V e Evey, embora não seja tão
óbvia nos quadrinhos, termina no filme com promessas de amor. No final do
romance gráfico, ela não só realiza os planos de V, assim como ela faz no
filme, como também claramente assume a identidade dele.[9] No filme, o inspetor
Finch simpatiza com V, mas no romance gráfico, ele está determinado a pará-lo,
ao ponto de tomar LSD para conseguir alcançar o estado de espírito de um
criminoso. Gordon, um personagem muito menor em ambas as adaptações, também é
drasticamente alterado. No romance, Gordon é um pequeno criminoso que leva Evey
em sua casa depois que V a abandona na rua. Os dois compartilham um breve romance
antes de Gordon ser morto por uma gangue escocesa. No filme, no entanto, Gordon
é um colega de trabalho bem-educado de Evey, que posteriormente revela-se
homossexual. Ele é morto pelos Homens-Dedo depois de tornar seu programa de TV
uma ferramenta de paródia política e é cobrado publicamente por manter um
antigo exemplar do alcorão em sua casa.[9]
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Fonte:
Wilipédia
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