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sábado, 24 de novembro de 2012

Teori Zavascki se despede do STJ


Sei que nessa minha passagem pelo STJ cometi erros, e nem poderia ser diferente, mas tenho a consciência tranquila, porque sei também que trabalhei para não errar.” A afirmação foi feita pelo ministro Teori Albino Zavascki ao participar de sua última sessão na Corte Especial, após mais de nove anos de judicatura exercidos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na próxima quinta-feira (29), ele tomará posse no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mesmo quando partimos rumo a um destino aspirado, as despedidas põem a nu, com a clareza do sol e a crueza da verdade mais verdadeira, um insuperável paradoxo da vivência humana: ela tem, lado a lado, a coluna dos ganhos e a coluna das perdas”, compartilhou Zavascki, emocionado.
Homenagens
Na sessão desta quarta-feira (21), Teori Zavascki foi homenageado pelo ministro Ari Pargendler, em nome de todos os integrantes da Corte, pelo subprocurador-geral da República Wagner Natal Batista, representante do Ministério Público Federal, e pelo advogado e amigo Luiz Carlos Lopes Madeira, representante da Ordem dos Advogados do Brasil.
“O Superior Tribunal de Justiça se orgulha de contar na sua história com um juiz desse quilate”, afirmou Ari Pargendler (leia aqui a íntegra do discurso). Segundo ele, Zavascki tem uma capacidade nata de identificar o que realmente é importante para o justo desfecho do litígio. Além disso, é um juiz íntegro e confiável, “que não sacrifica a qualidade dos seus julgamentos no altar das estatísticas”.
Pargendler também integrou o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde foi colega de Zavascki. “Desde então, tenho sido testemunha dessa jornada que, em resumo, é o encontro de uma vida com uma vocação”, mencionou o decano.
Obra de artista
Segundo Pargendler, Teori Zavascki tornou-se um dos maiores juízes do país: “Ao invés do processo industrial que se contenta em padronizar as decisões judiciais, ao invés de um trabalho burocrático, uma obra de artista, individualizada, atenta às circunstâncias e detalhes do caso concreto, ao ponto de que até a parte vencida experimenta um efeito colateral positivo: o de ter sido ouvida.”
O advogado Luiz Carlos Lopes Madeira recordou a época em que conheceu o ministro, na década de 60, quando Teori Zavascki ainda era estudante universitário, e os momentos que compartilharam.
“Teori incorporou-se àquilo que no tempo era mais sensível e expressivo: a confiança. Confiança bem maior do que aquela que normalmente se exige num escritório de advocacia, confiança intensa, confiança plena”, disse.
Zavascki agradeceu pelas homenagens e devolveu os elogios aos dois amigos: “Pelas mãos do doutor Madeira, eu dei os primeiros passos nessa jornada do direito que, de uma maneira ou outra, nos envolve até hoje, a todos nós. Quanto ao ministro Ari, velho companheiro de muitos anos, dele aprendi como é que se é um bom juiz. O ministro Ari sempre foi para todos nós e continua sendo um juiz de referência.”
Não há tristeza na minha despedida, há apenas emoção que me toca profundamente. Passam-me na memória as vivências felizes que aqui tive com colegas eminentes, confraternais companheiros, com os servidores dedicados e leais, a quem nunca canso de reiterar profundos agradecimentos”, afirmou.
Fonte: STJ

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