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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Fugas sempre foram comuns aos doentes da alma


"... como é próprio do doente, não suportando nada por muito tempo e fazendo das mudanças lenitivo para suas dores.
Daí o empreender vagas peregrinações e o percorrer praias e mares desconhecidos, tanto na terra como no mar, sempre em busca de emoções, experimentando o que não tem no fastio da situação presente. 
(...)
Uma coisa sucede a outra, e os espetáculos se transformam em outros espetáculos. Como disse Lucrécio: 'Desse modo, cada um foge de si mesmo'. Mas em que isso é proveitoso,se, de fato, não se foge? Seguimos a nós mesmos e não conseguimos jamais nos desembaraçar de nossa própria companhia!
Assim, devemos saber que o mal contra o qual trabalhamos não vem dos lugares, mas de nós mesmos; somos fracos para tolerar qualquer incômodo, não suportamos trabalhos, prazeres, desconfortos por muito tempo.
Isso levou muitos à morte, porque, frequentemente mudando seus propósitos, voltando sempre para o mesmo ponto de partida, não deixando espaço para as novidades. Assim, a vida começou a lhes entediar e também o próprio mundo, até que, sem perspectiva, ouça aquele clamor: 'Até quando sempre as mesmas coisas?!"
(Sêneca. 60 d.C. Da tranquilidade da alma, p. 46-46)

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