DEVASSAR O QUARTO PROIBIDO!
MAIO DA EMANCIPAÇÃO
O espectro mudou. Hoje, um
cadáver apodrece o mundo - o cadáver do capitalismo.
Com você, um desvio do Manifesto
Comunista, nos 200 anos de Marx e 50 anos de 68, para a abertura do Manifesto
Emancipacionista. Afinal, a 3ª revolução industrial mudou o modo de produção
capitalista. Com isso, deve mudar também a sua crítica. Agora, através da
crítica categorial teórica e prática é possível suplantar o capital.
Essas provocações contêm provas
irrefutáveis: os inúmeros sinais de decadência humana e ambiental produzidos
pelo sistema e escancarados diariamente pela crise da fronteira histórica do
capitalismo.
A direita, o centro e a esquerda,
a mídia e seus sustentáculos, os partidos e seus candidatos, governantes e seus
auxiliares, universidades e institutos culturais, movimentos sociais, culturais
e ecológicos subestimaram o alerta sobre esse limite há muito tempo
prospectado.
Resistiram e não refletiram sobre
essa questão decisiva. Desdenharam do alcance da crítica radical aos
fundamentos do moderno sistema fetichista patriarcal produtor de mercadorias.
Não levaram em consideração que essa crítica, baseada no valor-dissociação,
alertava sobre a barbárie que adviria caso não suplantássemos o capitalismo e
sua modernização, o socialismo.
Com isso, ficaram desarmados para
a elaboração de um projeto à altura dos desafios do século XXI. Como consequência,
estão despreparados para a superação da devastação humana e ambiental em curso,
resultado do colapso do capitalismo.
Em razão disso, todas as
tentativas que insistem em continuar ocultando a decomposição do sistema e a
oportunidade histórica para a nossa emancipação do capitalismo tornaram-se
desprovidas de senso crítico, impotentes, apequenadas.
Exemplos dessas limitações, no
Brasil, vêm da campanha eleitoral em curso, dos eventos alusivos aos 50 anos de
68 e das atividades relacionadas com o bicentenário do nascimento de Marx.
No 1º caso, os partidos políticos
e seus candidatos insistem em sustentar a disputa entre Dinheiro/Mercado contra
Estado/Política e vice-versa. Não querem reconhecer o anacronismo dessa peleja
que está na base de uma crise inusitada, a crise da própria forma-valor e não
apenas de seus aspectos secundários. Fazem parte dela: a crise ecológica; a
impossibilidade, na época da globalização, para a política e para os estados
nacionais de continuarem a funcionar como instâncias reguladoras; a crise do
sujeito constituído pelo valor-dissociação, particularmente visível na crise da
relação entre os sexos e o esgotamento da sociedade do trabalho e de seus
fundamentos. Para os neokeynesianos e neoliberais, com suas respectivas tentativas
de manutenção acabam alimentando o retrocesso da civilização atual com sua
barbárie.
No 2º caso, as abordagens sobre
as barricadas de 68 ocultam que elas mantiveram a crítica radical trancada no
quarto proibido e que ao virarem modismo perderam a alma, pois moda é o oposto
da crítica; que ao insistirem na leitura de que a crítica da Sociedade do
Espetáculo (Debord) não é crítica ao capitalismo, censuram os situacionistas e
que ao tentarem impedir que floresça a descoberta de que a valorização capitalista
do valor – a inversão que ocorre no seu interior entre o abstrato e o concreto,
entre meio e fim - transforma as forças produtivas em forças destrutivas,
ocasionando com isso um poder estranho e hostil aos indivíduos, apresentando as
relações entre os seres humanos como relações entre coisas mortas.
No 3º caso, a programação
contempla exclusivamente o Marx exotérico, cuja interpretação da história como
história da luta de classes não consegue alcançar a crítica radical categorial
ao capitalismo. Trata-se de uma pretensão que visa excluir do debate a
abordagem sobre o Marx esotérico, cuja crítica abarca e propõe a suplantação
dos fundamentos do sistema. Nossa programação do Maio da Emancipação com o
(re)lançamento do livro Ler Marx (Robert Kurz) objetiva sanar essa grave
limitação teórica.
Resumindo: essas abordagens
querem impedir que entre na ordem do dia a ultrapassagem desse dualismo
irracional, ou seja, entre Mercado e Estado e vice-versa, que nos mantém
aprisionados à imanência do sistema e, com isso, ainda nos impede de alcançar a
transcendência, a autoadministração, a auto-organização que só podem vir da
luta para além do Mercado e do Estado.
Se você ainda duvida, participe
da programação do Maio da Emancipação onde a conspiração permanente dos situacionistas
(maio/68) inspira horizontes mais amplos para a negação da negação do mundo
contido na forma sujeito.
Por isso, conclamamos você para
suscitarmos insurgências e rupturas para a superação do pensar e do agir
moderno e pós-moderno que produziram um fracasso monumental que nos instiga
para as possibilidades de suplantá-los conquistando e construindo uma sociedade
humanamente diversa e desfetichizada, socialmente igual e criativa, prazerosa
no ócio produtivo, ecologicamente exuberante e bela e completamente livre.
Irrompeu o momento para entrarmos
e devassarmos o quarto proibido na 4ª revolução industrial. Não só para
revelarmos os segredos mais importantes da humanidade e do planeta. Mas para
inaugurarmos uma nova época: a época da emancipação humana e ambiental. Vamos
superar a história das relações fetichistas com seu cantar para as mercadorias
inaugurando uma nova relação social que canta os seres humanos desfetichizados
com suas paixões desmedidas.
PROGRAMAÇÃO
03/MAIO/2018 - QUINTA - 18h
LANÇAMENTO E DEBATE DO LIVRO DE
ROBERT KURZ
A HONRA PERDIDA DO TRABALHO
(ANTÍGONA)
Auditório Rachel de Queiroz - CH
2 - Benfica-UFC
PRESENÇAS: Aécio Oliveira (UFC),
Clovis Renato (UFC)
e Jorge Paiva (Crítica Radical)
05/MAIO/ - SÁBADO - 9h
RODA DE CONVERSA - DA COMUNA
RUSSA AO PROJETO DO SÍTIO
PLANTIO DE ÁRVORES EM HOMENAGEM A
MARX E CÉLIA ZANETTI
Sítio Brotando a Emancipação
Mangabeira – Cascavel
10/MAIO - QUINTA - 9h
ABAIXO A PERSEGUIÇÃO E
CRIMINALIZAÇÃO DOS MESTRES
RONALDO, ARIVALTO, EUCLIDES, LENIM
E GEORGE...
TODO APOIO À GREVE DOS
PROFESSORES
CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA DA IMPRENSA
ÀPASSEATA à ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA
DE 10 A 20 DE MAIO
Atividade intensa de contatos,
ampla divulgação para aquisição das cartelas, performance com a crítica da
sociedade do espetáculo e a campanha do NÃO VOTO nas ruas.
25 DE MAIO - QUINTA - 18h30m
A CRÍTICA DA SOCIEDADE DO
ESPETÁCULO HOJE
FILMES, LIVROS E CORRESPONDÊNCIAS
DE DEBORD.
BANNERS, PUBLICAÇÕES
SITUACIONISTAS E FOTOS DE 68.
SORTEIO DO FIAT DA ROSA
ADUFC - AV. DA UNIVERSIDADE, 2346
29 E 30 DE MAIO - SEGUNDA A
QUARTA
As aventuras do fio de meada da
crítica radical do valor e sua inconsciência num encontro com Marx, Freud,
Debord, Postone e Kurz - Local a confirmar
31 DE MAIO A 03 DE JUNHO - QUINTA
A DOMINGO
MUTIRÃO NO SÍTIO BROTANDO A
EMANCIPAÇÃO
Fonte: Crítica Radical
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