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quinta-feira, 11 de julho de 2019

O poder do silêncio - Eckhart Tolle




"Um verdadeiro mestre espiritual não tem nada a nos ensinar no sentido convencional da palavra, não tem nada a nos dizer ou acrescentar. Nenhuma nova
informação, nenhum novo credo ou novas regras de comportamento. A única função desse messe é ajudar-nos a eliminar aquilo que nos separa da verdade do que somos, uma verdade que já conhecemos lá no fundo de nós mesmos. O mestre espiritual existe para descobrir e revelar essa dimensão mais profunda do nosso ser, que é também a paz." (7)
"Paradoxalmente, as coisas estão ao mesmo tempo piorando e melhorando, embora o "pior" apareça mais, porque faz mais barulho e chama mais a atenção." (8)
"Como todo mestre espiritual e como os antigos sutras, os pensamentos deste livro não dizem "Olhe para mim", mas "Olhe para além de mim". Como os pensamentos vêm do silêncio e da calma, eles têm um poder especial - o poder de leva você para o mesmo silêncio e calma de onde vieram." (9)
"Sentir a sua unidade com todas as coisas é amor." (12)
"O silêncio ajuda mas você não precisa dele para encontrar na calma. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do espaço em que surge o ruído. Esse é o espaço interior da percepção pura, da propria consciencia." (12-13)
"Dar-se conta da percepção é o início da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo a sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser com é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é a calma.
Sempre que aceitar profundamente momento com ele é - qualquer que seja a sua forma -, você experimenta calma e fica em paz.
Preste atenção nos intervalos - o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração." (13)
"Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de 'alguma coisa' se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma." (13)
" A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontrados." (13)
" Você precisa saber mais coisas do que já sabe? Você acha que o mundo será salvo se tiver mais informações, seus computadores se tornarem mais rápidos ou se forem feitas mais análises intelectuais e científicas? O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver." (14)
"Mas o que é a sabedoria e onde pode ser encontrada? A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso nada além disso. Manter a calma olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações." (15)
"Existe uma dimensão de consciência bem mais profunda do que o pensamento. É a essência de quem você é. Podemos chamá-la de presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos." (17)
"Se você consegue reconhecer, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passa por sua cabeça são meros pensamentos; se você consegue se dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal de que essa dimensão de consciência está emergindo. Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra.
A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você de roldão. Cada pensamento tem a pretensão de ser extremamente importante. Cada pensamento quer sugar sua completa atenção.
Eis um novo exercício espiritual para você praticar: não leve seus pensamentos muito a sério." (17)
"Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos!
Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade. A mente afirma: 'As coisas são exatamente assim'. Você precisa ir além dos seus pensamentos para perceber que, ao interpretar a 'sua vida' ou a vida e o comportamento dos outros, ao julgar qualquer situação, você está expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos. Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todos unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenas conceitos." (17)
"A mente pensante é uma ferramenta útil e poderosa, mas torna-se muito limitadora quando invade completamente a sua vida, impedindo você de perceber que a mente é apenas um pequeno aspecto da consciência que você é." (17)
"A sabedoria não é um produto do pensamento. A sabedoria é um profundo conhecimento que vem do simples ato de dar total atenção a alguém ou a alguma coisa. A atenção é a inteligência primordial, a própria consciência. e
Ela dissolve as barreiras criadas pelo pensamento, levando-nos a reconhecer que nada existe em si e por si. A inteligência une a pessoa que percebe ao objeto percebido, num campo unificado de percepção. É a atenção que cura a separação." (18)
"Os dogmas são prisões formadas por conceitos coletivos. " (18)
"Sempre que você mergulha em pensamentos compulsivos está impedindo o que existe. " (18)
"O que parece estranho é que as pessoas gostam de suas prisões, pois elas lhes dão uma sensação de segurança e uma falsa impressão de que "sabem das coisas"." (18)
"A mente funciona com 'voracidade' e por isso está sempre querendo mais. Quando você se identifica com a sua mente, fica facilmente entediado ansioso. O tédio demonstra que a mente deseja avidamente mais estímulo, mais o que pensar, e que essa fome não está sendo saciada.
Quando você fica entediado, pode querer satisfazer a fome da mente lendo uma revista, dando um telefonema assistindo a tv, navegando na internet, fazendo compras ou - o que é bem comum - transferindo a sensação mental de carência e sua necessidade quero mais para o corpo e se satisfazendo temporaramente comendo mais." (19)
"A alternativa é aceitar o tédio e a ansiedade e observar como é sentir-se entediado e ansioso. À medida que você se dá conta dessa, surge de repente um espaço e uma calma em volta dela." (19)

" Você descobre que não é uma pessoa 'entediada'. O tédio é simplesmente o movimento de energia condicionada dentro de você. Da mesma forma, você não é uma pessoa irritada, rancorosa, triste ou medrosa. O tédio, a raiva, a tristeza e o medo não são 'seus', não fazem parte da sua pessoa. Eles são estadoa de mente humana e por isso vão e voltam.
Nada daquilo que vai volta é você." (20)
"Você não é seus sentimentos." (20)
"Qualquer tipo de preconceito mostra que você está identificado com a mente pensante. Mostra que você não está vendo o outro ser humano, está vendo apenas seu conceito sobre aquele ser humano. Reduzir uma pessoa a um conceito já é uma forma de violência." (20)
"A inteligência desprovida de sabedoria torna-se muito perigosa destrutiva. É nesse estado em que se encontra a maior parte da humanidade. O predomínio do pensamento na ciência e na tecnologia - embora em intrinsecamente não seja um fato ruim nem bom - tornou-se algo destrutivo, por que frequentemente esse pensamento não está em enraizado na consciência." (20)
"O próximo passo na evolução humana é transcender um pensamento. Hoje é a nossa tarefa mais premente. Isso não significa que não devemos mais pensar, mas simplesmente que não devemos nos identificar com o pensamento nem ser dominados por ele." (20)
"Sinta a energia no interior do seu corpo. Imediatamente, o ruído mental diminui ou cessa. Sinta essa energia nas mãos, nos pés, no ventre, no peito. Sinta a vida que você é, a vida que movimenta seu corpo.
O corpo então se torna uma porta aberta para uma noção mais profunda da vida que existe debaixo das nossas emoções flutuantes e de nossos pensamentos." (21)
"É o começo do processo de mudança, do pensar para o estar presente, alerta, atento." (22)
"Sinta-se à vontade com o não saber. Isso leva você para além da mente, pois ela está sempre querendo tirar conclusões, interpretar. A mente teme não saber. Assim, quando consegue ficar à vontade com o 'não saber', você já foi além da mente. Um conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergur desse estado." (22)
" Ter o domínio completo da vida é o contrário de controlá-la. Você entra em sintonia com a concessa maior. É ela quem age, fala e faz o que é necessário." (22)
"... estar presente, alerta, atento." (23)
" A verdade nos leva muito além do que a mente é capaz de compreender. Nenhum pensamento pode conter toda a verdade. No máximo, pode apontar para a Verdade dizendo, por exemplo: ' Todas as coisas são intrinsecamente uma só'. Essa é uma indicação, não uma explicação." (23)
"Quando você pensa ou fala a respeito de si mesmo, quando diz "eu", se referindo a "eu e a minha história". Está falando do ego com gostos e desgostos, medos e desejos, o ego que nunca se satisfaz por muito tempo. Essa é a noção que a sua mente tem de você, condicionada pelo passado e buscando encontrar sua plenitude no futuro.
Você se dá conta de que esse ego é fugaz e passageiro como uma onda na superfície do mar?
Quem percebe isso? (quem compreende que sua forma física e psicológica é passageira? É o Eu Sou. Esse é o
'Eu' mais profundo, que não tem nada a ver com o passado e o futuro." (24)
"O que restará de todos os medos e desejos associados aos problemas de sua vida e que diariamente exigem o máximo de sua atenção? Restará apenas seu nome gravado na lápide de sua sepultura e
as datas ligando seu nascimento à sua morte.
Para o "eu" autocentrado - para o ego --, esse é um pensamento deprimente. Para o que você é essencialmente, é libertador." (25)
"Quando cada pensamento absorve toda a sua atenção, isso mostra que você se identifica com a voz que está dentro da sua cabeça. O pensamento se confunde então com o sentido do "eu". Esse é o 'eu'
criado pela mente, o que chamamos de "ego". Esse ego construído pela mente se sente totalmente incompleto e precário. Por isso o medo e o desejo são as emoções e forças dominantes e motivadoras desse ego." (25)
"O ego está sempre buscando. Busca sem cessar isso ou aquilo para se sentir mais completo. Isso explica por que ele se preocupa compulsivamente com o futuro." (25)
"Ao viver através do ego, você faz do momento presente apenas um meio para atingir um fim. Você vive em função do futuro, mas, quando atinge seus objetivos, eles não o satisfazem por muito tempo.
Quando você dá mais atenção ao estado
que quer alcançar com a sua ação, rompe
o velho condicionamento autocentrado. Sua ação presente se torna não só muito eficaz como infinitamente mais satisfatória e gratificante." (26)
"Reclamar e reagir são as formas preferidas da mente para fortalecer o ego. Para muitas pessoas, grande parte da atividade mental e emocional consiste em reclamar e reagir contra isso ou aquilo.
Procuram fazer com que os outros ou as coisas estejam "errados" e só elas estejam certas. Estando "certas" elas se sentem superiosuperiore e, assim, fortalecem o seu ego. No entanto essas pessoas estão apenas fortalecendo a ilusão do ego.
(....)
O "eu" autocentrado precisa do conflito para fortalecer sua identidade. Ao lutar contra algo ou alguém, ele demonstra para si mesmo que isto sou "eu" e aquilo não sou "eu".
É comum que países, tribos e religiões procurem fortalecer sua sensação de identidade coletiva colocando-se em oposição aos seus inimigos. Quem seriam os crentes se nao existissem os que nao creem?" (27)
"Disse o mestre budista quando Ihe pediram para explicar o sentido mais profundo do budismo: "Sem o ego, não há problema" (28)
"Quando você se torna amigo do momento presente, quando estabelece uma boa relação com ele, fica sempre à vontade em qualquer situação. Mas, quando não se sente à vontade no Agora, você leva o desconforto para qualquer lugar aonde for." (31)
"A divisão da vida em passado, presente e futuro é uma construção da mente, em última análise ilusória. Passado e futuro são formas de pensamento, abstrações mentais. O passado só pode ser lembrado
Agora. O que você lembra é um fato que aconteceu no Agora e do qual você se lembra Agora. O futuro, quando chega é o Agora. Portanto, a única coisa real, a única coisa que sempre existe, é o Agora." (32)
"Concentrar sua atenção no Agora não é negar o que é necessário em sua vida. É reconhecer o que é prioritário. Depois, você poderá lidar mais facilmente com o que é secundário. Concentrar-se no
Agora não é dizer "Não vou me preocupar mais com as coisas, pois só existe o Agora". Não é isso. Veja o que é prioritário e faça do Agora seu amigo, não seu inimigo. Reconheça-o, respeite-o:
Quando o Agora é a base e o foco principal de sua vida, ela flui com facilidade." (32)
"Enquanto não se responsabilizar por este exato momento - o Agora -, você não estará assumindo qualquer responsabilidade por sua vida. É por isso que o Agora é o único lugar onde a vida pode ser encontrada.
Assumir responsabilidade por este momento presente é estar em harmonia com a vida.
O Agora é como e porque não pode ser de outro jeito. Os budistas sempre souberam e os cientistas hoje confirmam. não existem coisas ou fatos isolados. Por baixo da aparência superficial, todas as coisas estão ligadas, todas fazem parte da totalidade do cosmos que deu origem à forma do momento presente.
Quando diz "sim' às coisas tal como são, você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria Vida. Só então pode se tornar agente de uma mudança positiva no mundo." (33)
"Um exercício espiritual simples mas radical consiste em aceitar o que surge no Agora - interna e externamente.
(...)
Quando concentra sua atenção no Agora você se dá conta de que a vida é sagrada. Existe algo de sagrado em tudo que você percebe quando se concentra no presente. Quanto mais você viver no Agora, mais vai sentir a simples e profunda alegria de Ser e do caráter sagrado da vida."
"Eu não sou os meus pensamentos, não sou minhas emoções, minhas percepções sensoriais e minhas experiências. Não sou o conteúdo da minha vida. Sou o espaço no qual todas as coisas acontecem. Eu sou a consciência. Sou o Agora. Eu Sou." (36)
"É importante vencer ou fracassar aos olhos dos outros. É importante ter ou não ter saúde, estudar ou não estudar. É importante ser rico ou pobre - certamente isso faz diferença na sua vida. Sim, tudo
isso tem uma importância relativa, mas não absoluta.
Existe algo mais importante do que todas essas coisas: é encontrar a essência do que voce é para além dessa entidade de curta duração que é a noção personalizada do "eu'.
Você não encontra a paz reorganizando os fatos da sua vida, mas descobrindo quem você é no nível mais profundo." (37)
"A reencarnação não ajuda se na próxima você continua sem saber quem é." (38)
"Toda a desgraça do mundo vem de uma noção personalizada do 'eu" ou do "nós". Essa noção encobre a essência de quem você é.
Quando você não se dá conta dessa essência interior, acaba sempre causando algum tipo de desgraça. É muito simples. Quando não sabe quem é, você cria um "eu" na mente para substituir o seu lindo e divino ser e se agarra a esse 'eu' amedrontado e carente.
A partir do momento em que faz isso, sua grande força motivadora passa a ser proteger e valorizar essa falsa noção do "eu"." (38)
"A verdade é: você não possui uma vida, você é a vida. Você é a vida única, a consciência única que permeia todo o universo e assume temporariamente a forma de pedra, folha, animal, pessoa, estrela ou galáxia." (38)
"Mas o tempo é inútil para a coisa mais valiosa da vida, a única que ralmente importa: a realização pessoal, o que significa saber quem você é essencialmente além da superfície do "eu" - além do nome, do tipo basico, da sua história.
Você não pode encontrar a si mesmo no passado ou no futuro. O único lugar onde você pode se encontrar é no Agora.
Os que buscam uma dimensão espiritual querem a autorrealização ou a iluminação no futuro. Ser uma pessoa que está em busca significa que você precisa do futuro. Se é nisso que você acredita, isso se toma verdade para você: precisará de tempo até perceber que não precisa de tempo para ser quem você é." (39)
"O pensamento e a linguagem criam uma aparente dualidade como se houvesse uma pessoa e uma consciência separadas. Isso não existe. A verdade é que você não é uma pessoa que toma consciencia da árvore, do pensamento, do sentimento ou da experiência. Você é a consciência na qual e através da qual essas coisas enstem." (39)
"Quando você sabe que é a consciência na qual a vida externa acontece, torna-se independente do que existe externamente e perde a necessidade de buscar sua identidade nos fatos, nos lugares e nas
situações. Em outras palavras: as coisas que acontecem ou deixam de acontecer perdem a importância, perdem o peso e a gravidade. Sua vida passa a ter outra graça e leveza. O mundo é então visto como uma dança cósmica, a dança da forma - só isso." (40)
"Quando você sabe quem realmente é, tem uma enorme e intensa sensação de paz. Essa sensação poderia ser chamada de alegria, porque alegria é isto: uma paz vibrante e intensa. É a alegria de saber que seu ser é a própria essência da vida, antes de a vida assumir uma forma. É a alegria de Ser - de ser quem você realmente é." (40)
"A consciência pura é a Vida antes de se manifestar, e essa Vida olha para o mundo da forma através dos seus olhos, porque a consciência é quem você é. Quando você se vê assim, então se reconhece em todas as coisas. É um estado de total clareza de percepção. Você deixa de ser alguém com um passado que pesa e através do qual todas as experiências são interpretadas.
Quando você percebe sem interpretar, pode sentir o que está percebendo. O máximo que podemos dizer usando palavras é que há um campo de calma-alerta em que a percepção acontece.
Através de "você", a consciência sem forma torna-se consciente de si mesma." (41)
"A vida da maioria das pessoas é conduzida pelo desejo e pelo medo.
O desejo é a necessidade de acrescentar algo a você para ser mais plenamente você mesmo. Todos os medos são medo de perder alguma coisa e, portanto, tornar-se menor, ser menos.
Esses dois movimentos nos impedem de perceber que Ser não é algo que possa ser dado ou tirado. O Ser em sua plenitude já está dentro de você. Agora." (41-42)
"Não é preciso fazer nada, basta deixar que cada momento seja como é.
O "não" reativo e habitual fortalece o ego, o "eu" autocentrado. O 'sim' o enfraquece. Seu ego não é capaz de sobreviver à entrega." (44)
"Quanta entrega ou recusa existe no que você faz? É essa entrega que determina o seu sucesso na vida, não a quantidade
de esforço empreendido. O esforço implica estresse, cansaço e ansidade de alcançar um determinado resultado no futuro." (44)
"Você consegue perceber qualquer indício interior que revele que você não quer fazer o que está fazendo? Se isso acontece, você está negando a vida, e é impossível chegar a um bom resultado." (44)
"Quando você aceita o que é, atinge um nível mais profundo. Nesse nível, tanto seu estado interior quanto sua noção de "eu" não dependem mais dos julgamentos feitos pela mente do que é "bom"
ou ruim".
Quando você diz "sim" para as situações da vida e aceita o momento presente como ele é, sente uma profiinda paz interior." (45)
"Superficialmente, você pode continuar feliz quando há sol e menos feliz quando chove; pode ficar contente por ganhar um milhão e triste por perder tudo o que tem. Mas a felicidade e a infielicidade não passarão dessa superfície. São como marolas à tona do seu ser. A paz que existe dentro de você permanece a mesma, não importa qual seja a situação externa." (45)
"Quando você aceita totalmente o momento presente, quando deixa de discutir com o que é, a compulsão de pensar diminui e é substituída por uma calma atenta. Você fica plenamente consciente, mas sua mente não dá qualquer rótulo para esse momento. Quando você deixa de resistir internamente, abre-se para a consciencia livre de condicionamentos, que é infinitamente maior do que a mente humana. Essa vasta inteligência pode então se expressar através de você e ajuda-lo tanto por dentro quanto por fora. É por isso que, ao parar de resistir internamente, voce costuma achar que as coisas melhoraram." (46)
"Você acha que estou Ihe dizendo 'Aproveite o momento. Seja feliz'? Não.
Estou dizendo para você aceitar esse momento tal como ele é. lsso já basta.
A entregaconsiste em entregar-se a esse momento, e não a uma história através da qual você interpreta esse momento e depois tenta se conformar com ela.
(...)
Será que sua mente vai inventar uma história (...)
Ou será que você é capaz de aceitar esse momento tal como é e não confiindi-lo com uma história que sua mente inventou a partir da situação real?" (46-47)
"Mesmo nas situações aparentemente mais inaceitáveis e dolorosas existe um profundo bem. Dentro de cada desgraça, de cada crise, está a semente da graça." (47)
"Aceitar o inaceitável é a maior fonte de graças que existe." (48)
"Quando você aceita plenamente que não sabe, desiste de lutar para encontrar a resposta usando o pensamento de sua mente limitada.
Ao desistir, você permite que uma inteligência maior atue através de você. Até o pensamento pode se beneficiar com isso, pois a inteligência maior flui para dentro dele e o inspira.
Às vezes, entregar-se significa desistir de querer entender e sentir-se bem com o que você não sabe." (48)
"Pode-se dizer que a entrega é a transição interior da resistência para a aceitação, do "não" para o "sim". Quando você se entrega, a noção que tem de si mesmo muda. O "eu" deixa de se identificar com uma reação ou um julgamento mental e passa a ser um espaço em torno da reação ou do julgamento. O "eu" não se identifica mais com a forma - o pensamento ou a emoção e você se reconhece como algo sem forma: o espaço da consciência." (49)
"Qualquer coisa que você aceite plenamente vai leva-lo à paz, o que inclui a aceitação daquilo que você não consegue aceitar, daquilo a que você está resistindo.
Deixe que a Vida seja." (49)


A natureza

"Dependemos da natureza não apenas para nossa sobrevivência física. Precisamos dela também para mostrar-nos o caminho para dentro de nós, para libertar-nos da prisão da mente. Ficamos perdidos fazendo coisas, pensando, lembrando, prevendo - perdidos
nas complicações e num mundo de problemas.
Esquecemos o que as pedras, as plantas e os animais ainda sabem. Esquecemos como ser - ser calmos, ser nós mesmos, estar onde a vida está: Aqui e Agora." (50)
"Sempre que você presta atenção em alguma coisa natural, em qualquer coisa que existe sem a intervenção humana, você sai da prisão do pensamento e de certa forma entra em conexão com o Ser no qual tudo o que é natural ainda existe.
Pastar atenção numa pedra, numa árvore, num animal não é pensar nele, mas simplesmente percebê-lo, tomar conhecimento dele.
Então, algo da essência desse elemento da natureza se transmite a você. Sentir a calma desse elemento faz com que a mesma calma desponte no seu interior. Você sente como ele repousa profundamente no Ser - unido ao que é e onde é. Ao se dar conta disso, você
também é transportado para um lugar de repouso no fundo do seu ser." (50)
"Ao caminhar ou descansar em meio à natureza, respeite esse reino deixando-se estar totalmente nele. Pare e fique em silêncio. Olhe. Ouça. Veja como cada planta e cada animal são completos em si
mesmos. Ao contrário dos seres humanos, eles não se dividem. Não precisam afirmar-se criando imagens de si mesmos, e por isso não precisam se preocupar em proteger e realçar essas imagens. O
esquilo é ele mesmo. A rosa é ela mesma." (51)
"Quando você percebe a natureza apenas através da mente e do pensamento, não pode sentir a força de vida presente nela. Você só vê sua forma e não se dá conta da vida que existe dentro da forma - o mistério sagrado. O pensamento reduz a natureza a uma mercadoria a ser usada para obter lucro, conhecimento ou qualquer outra vantagem utilitária. A floresta secular fica reduzida a madeira
rentável, o pássaro se transforma num projeto de pesquisa, as montanhas são massas de pedra e terra a serem exploradas ou conquistadas." (52)
"Perceba como uma flor é presente, como ela se entrega à vida.
Você já olhou bem atentamente para aquela planta em sua casa? Já
permitiu que aquele ser familiar mas misterioso que chamamos de
planta Ihe ensine seus segredos? Já percebeu a profunda paz que emana dessa planta? Já sentiu como ela está cercada por um campo de calma? No momento em que você percebe a calma e a paz que emanam de uma planta, ela se torna sua mestra.
Observe um animal, uma flor, uma árvore, e veja como des repousam no Ser. Sinta a imensa dignidade, inocência e dimensão do sagrado que existem neles. Mas, para perceber isso, você precisa superar o hábito de dar nomes e rótulos. Assim que consegue ver além dos rótulos impostos pela mente, você sente a dimensão inefável da natureza que não pode ser entendida pelo pensamento ou pelos cinco sentidos do corpo. Há uma harmonia, um sentido do sagrado que permeia não só a natureza como um todo, mas que também está dentro de você.
O ar que você respira é natureza, como tambem e natureza o próprio ato de respirar." (53)
"Você precisa da natureza como sua mestra para ajudar a religar-se com o Ser. Mas não é só você que precisa da natureza. Ela também precisa de você.
Você não é separado da natureza. Todos nós fazemos parte da Vida Única que se manifesta de inúmeras formas no universo - formas completamente interligadas. Quando reconhece o sagrado, a beleza, a incrível calma e dignidade de uma flor ou de uma árvore, você acrescenta algo à flor ou à árvore. Através de seu reconhecimento, de sua percepção, a natureza também passa a se perceber. Através de você, ela passa a perceber sua própria beleza e seu próprio caráter
sagrado!
Há um grande silêncio envolvendo toda a natureza num abraço. Esse silêncio também envolve você." (54)

RELACIONAMENTOS
"Quando você julga alguém, confunde os modelos condicionados produzidos pela mente com o que a pessoa é. Nossos julgamentos também têm origem em padrões inconscientes e condicionados.
Você dá aos outros uma identidade criada por esses padrões, e essa falsa identidade se transforma numa prisão tanto para aqueles que você julga quanto para você mesmo.
Deixar de julgar não significa deixar de ver o que as pessoas fazem. Significa que você reconhece seus comportamentos
forma de condicionamento que você vê e aceita tal como é. Não é a partir desses comportamentos que você constrói uma identidade para as pessoas.
Deixar de julgar liberta tanto você quanto o outro de se identificar com o condicionamento, com a forma, com a mente. Não é mais o ego que conduz os relacionamentos." (56)
"Enquanto o ego dominar sua vida, a maioria de seus pensamentos, emoções e ações virá do desejo e do medo. Isso fará você querer ou temer alguma coisa que possa vir da outra pessoa.
O que você quer dos outros pode ser prazer, vantagem material, reconhecimento, elogio, atenção, ou fortalecimento da sua identidade, quando se compara achando que sabe ou tem mais do que os outros. Você teme que ocorra o contrário que o outro seja, tenha
ou saiba mais do que você - e que isso possa de alguma foma diminuir a ideia que você faz de si mesmo." (57)
"Quando concentra sua atenção no presente - em vez de usar o presente como um meio para atingir um fim -, você ultrapassa o ego e a compulsão inconsciente de usar as pessoas como meios para valorizar-se ao se comparar com elas. Quando dá total atenção à pessoa com quem está interagindo, você elimina o passado e o futuro do relacionamento exceto nas situações que exigem medidas práticas. Ao ficar totalmente presente com qualquer pessoa você se desapega da identidade que criou para ela. Essa identidade é fruto da sua interpretação de quem a pessoa é e do que fez no passado. Ao agir assim, você se torna capaz de relacionar-se sem os mecanismos autocentrados de desejo e medo. O segredo dos relacionamentos é a atenção que nada mais é do que calma alerta." (57)
"Quando você acolhe qualquer pessoa que entra no espaço do Agora como um convidado nobre, quando permite que ela seja como é, a pessoa começa a mudar." (58)
"Para conhecer outro ser humano em sua essência você não precisa saber nada a respeito do passado ou da história dele. Confundimos o saber a respeito de alguém com um conhecimento mais profundo que não é baseado em conceitos. Saber a respeito e conhecer são coisas totalmente diversas. Uma está ligada à forma; a outra, à ausência de forma. Uma age através do pensamento; a outra, através da calma e do silêncio.
Saber a respeito de alguém ajuda por motivos práticos. Nesse sentido, não podemos prescindir de saber a respeito da pessoa com quem nos relacionamos." (58)
"Nenhum relacionamento pode existir sem a sensação de espaço quem vem com o silêncio e a calma. Meditar ou passar um tempo juntos, em silêncio, na natureza, por exemplo. Se as duas pessoas forem
caminhar, ou mesmo se âcharem sentadas uma ao lado da outra no carro ou em casa, elas irão se sentir bem por estarem juntas, em silêncio e na calma. Nem o silêncio nem a calma precisam ser criados. Eles já estão presentes, embora perturbados e obscurecidos pelo barulho da mente. Basta abrir-se para eles.
Se falta um espaço de silêncio e calma, o relacionamento será dominado pela mente e correrá o risco de ser invadido por problemas e conflitos. Se há silêncio e calma, eles se tornam capazes de
dominar qualquer coisa." (59)
"Ouvir com verdadeira atenção é outra forma de trazer calma ao relacionamento. Quando você realmente ouve o que o outro tem a dizer, a calma surge e se torna parte essencial do relacionamento. Mas, ouvir
com atenção é umahabilidade rara. Em geral, as pessoas concentram a maior parte de sua atenção no que estão pensando. Na melhor das hipóteses ficam avaliando as palavras do outro ou apenas usam o que o outro diz para falar de suas próprias experiências. Ou então não ouvem nada, pois estão perdidas nos próprios pensamentos.
Ouvir com atenção é muito mais do que escutar. Ouvir com atenção é estar alerta, é abrir um espaço em que as palavras são acolhidas. As palavras se tornam então secundárias, podendo ou não fazer sentido. Bem mais importante do que aquilo que você está ouvindo é o ato
em si de ouvir, o espaço de presença. consciente que surge à medida
que você ouve. Esse espaço é um campo unificador feito de atenção em que você encontra a outra pessoa sem as barreiras separadoras criadas pelos conceitos do pensamento. A outra pessoa deixa de ser o 'outro'. Nesse espaço, você e ela se tornam uma só consciência." (59-60)
"Na origem dessas experiências se encontram os padrões básicos do
"eu" autocentrado: a necessidade de estar com razão e, é claro, de que o outro esteja errado - ou seja, a identificação com modelos criados pela mente. O ego também necessita estar sempre em conflito com alguém ou com alguma coisa para fortalecer a sensação de separação
entre o "eu" e o "outro" sem a qual ele não consegue sobreviver.
Há também a dor acumulada do pasado que você e todo ser humano trazem consigo. Essa dor vem tanto do próprio passado quanto do sofrimento coletivo da humanidade, que remonta a milhares de
séculos. Esse corpo sofrido é um campo de energia dentro de você e que esporadicamente se apossa do seu ser, porque precisa se reabastecer de mais sofrimento emocional O 'corpo sofrido' vai tentar controlar seus pensamentos e fazer
tornem profundamente negativos. Ele gosta dos seus pensamentos negativos, pois eles ecoam o que ele emite e assim o nutrem. O 'corpo sofrido' vai tambem provocar reações emocionais negativas nas pessoas mais próximas a você - principalmente no seu companheiro ou na sua companheira - para se nutrir das crises que surgirão e do sofrimento que elas trazem." (60-61)
"Tome consciência da dor. Tome consciência de que voçê não é esse
sentimento e essa dor. Reconheça o que eles são: uma dor do passado. Tome conhecimento da dor em você ou em seu parceiro. Quando conseguir romper sua identificação inconsciente com essa dor do passado quando souber que você não é a dor, quando conseguir observa-la dentro de si mesmo, deixará de alimenta-la e
aos poucos ela irá enfraquecendo." (61)
"O relacionamento humano pode ser um inferno. Ou pode ser um grande exercício espiritual." (61)
"Quando você observa uma pessoa e sente muito amor por ela, ou quando contempla a beleza da natureza e algo dentro de você reage profundamente, feche os olhos um instante e sinta a essência desse amor ou dessa beleza no seu interior inseparável do que você é, da sua verdadeim natureza. A forma externa é um reflexo temporário do que você é por dentro, na sua essência. Por isso o amor e a beleza nunca nos abandonam, embora todas as formas externas um dia acabem."(61-62)
"Quando você se apega aos objetos, quando você os usa para valorizar-se ante os outros e aos seus próprios olhos, a preocupação com os objetos pode dominar toda a sua vida. Quando se identifica com as coisas, você não as aprecia pelo que são, pois está se vendo nelas.
Quando você aprecia um objeto pelo que ele é, quando toma conhecimento da existência dele sem fazer qualquer projeção mental, você se sente grato por ele existir. Pode também sentir que ele
não é um objeto inanimado, apesar de parecer assim para nossos cinco sentidos. Os cientistas comprovam que, a nível molecular, cada objeto é um campo de energia pulsante.
Se você desenvolve uma apreciação pelo reino das coisas desprendida do ego, o mundo à sua volta adquire vida de uma forma que você não é capaz sequer de imaginar com a mente." (62)
"Que tipo de tratamento você dá a caixa do supermercado, ao manobrista do estacionamento, ao sapateiro, ao balcontsta, ao gari que limpa a sua rua?
Basta um instante de atenção. Quando você os olha ou escuta o que eles dizem, estabelece-se uma calma silenciosa que dura dois segundos, talvez um pouco mais. Esse tempo é suficiente para que surja algo mais real do que os papéis que geralmente exercemos e com os quais nos isentificamos. Todos os papéis fazem parte da consciência condicionada que é a mente humana. Aquilo que emerge do ato de atenção é o descondicionado a pessoa que você é em sua essência, além do nome e do corpo. Você deixa de seguir um roteiro e se toma real. Quando essa dimensão emerge de dentro de você, o mesmo ocorre com a pessoa com quem você se encontra.
Porque, como sabemos, não há outra pessoa. Você está sempre encontrando a si mesmo." (63)

A Morte e o Eterno
"Aprende que a morte não é o contrário da vida. A vida não tem oposto. O oposto da morte é o nascimento. A vida é eterna." (64)
"Uma cultura que nega a morte torna-se inevitavelmente superficial, preocupada apenas com a aparência das coisas. Quando se nega a morte, a vida perde a profundidade. A possibilidade de saber quem somos para além do nome e da forma física - a nossa dimensão transcendental - desaparece, pois a morte é a abertura para essa dimensão." (66)
"As pessoas, de um modo geral, se sentem profundamente perturbadas com qualquer coisa que acaba, porque todo fim é uma pequena morte." (66)
"Se você aprender a aceitar e até acolher os pequenos e grandes fins que acontecem em sua vida, pode descobrir que o sentimento de vazio que a princípio causou tanto desconforto se transforma num espaço interno profundamente cheio de paz.
Aprendendo a morrer assim a cada dia, você se abre para Vida." (66)
"Perder algo concreto que você inconscientemente identificou como seu pode ser uma experiência muito dolorosa. É como se ficasse um buraco na sua existência.
Quando isso ocorrer, não negue nem ignore a dor e a tristeza que sente. Aceite-as. Cuidado, porque a mente tem a tendência de construir uma história em torno da perda uma história em que você desempenha o papel de vítima. Medo, raiva, ressentimento e pena de si mesmo são as emoções que acompanham o papel de vítima. Preste também atenção ao que está por trás dessas emoções, assim como da historia que sua mente criou: aquela sensação de buraco, aquele espaço vazio. Você é capaz de suportar e aceitar essa estranha sensação de vazio? Se for capaz de encarar o vazio de dente, talvez descubra que ele deixa de ser assustador. E pode se surpreender ao descobrir que há paz emanando de lá.
Sempre que alguém morre, sempre que uma forma de vida se extingue, Deus - aquele que não tem forma nem se manifesta - brilha no espaço deixado pela forma que acabou. É por isso que a morte é o que a vida tem de mais sagrado. É por isso também que a paz de Deus pode chegar a você através da contemplação e da aceitação da morte." (67-68)

O sofrimento e o fim do sofrimento

"Nada do que ocorre é isolado do resto, apenas parece ser. Quanto mais julgamos e rotulamos, mais isolamos as coisas. É o nosso pensamento que fragmenta o todo da vida. Mas a totalidade da vida denuncia esse fato. A vida é constituída pela rede de conexões que é o cosmos.
Na maioria dos casos, não conseguimos entender como um fato aparentemente insignificante pode exercer algum papel na totalidade do cosmos. Mas reconhecer que qualquer fato, por mais irrelevante que possa parecer, desempenha um papel dentro da vastidão do todo é começar a aceitar as coisas tais como são." (71)
"Você atinge a verdadeira liberdade e o fim do sofrimento quando vive como se o que sente ou o que experimenta neste momento fosse uma escolha completamente sua.
Essa harmonização interna com o Agora é o fim do sofrimento." (71)
"O sofrimento rompe a casca do ego do
"eu" autocentrado e promove uma abertura até atingir um ponto em que cumpriu sua função.
O sofrimento é necessário até que você se dê conta de que ele é desnecessário." (72)
"A infielicidade precisa de um "eu" construído pela mente, um "eu" com uma história e uma identidade. Precisa do tempo passado e futuro. Quando você elimina o tempo da sua infielicidade, o que é que sobra? A situação daquele momento." (72)
"Não são as situações que causam infelicidade. São os pensamentos a respeito das situações que deixam você infeliz. As interpretações que você faz, as
histórias que conta para si mesmo é que deixam você infeliz. "As coisas em que estou pensando agora me deixam infieliz." Se conseguir constatar isso, você não se identifica com esses pensamentos." (73)
"Contamos histórias para nós mesmos e para os outros, em geral em tom de reclamação. Inconscientemente, elas servem para reforçar a noção de que nós estamos "certos" e alguém ou alguma coisa está 'errado'. Achar que estamos 'cerrtos" e os outros "errados" nos coloca numa posição ilusória de superioridade, e com isso fortalecemos nossa falsa noção do "eu"." (73)
"Julgar alguém ou algum fato é criar sofrimento para si mesmo. Somos capazes de criar todos os tipos de sofrimento para nós mesmos, mas não percebemos isso porque de certa forma esses sofrimentos satisfazem o ego. O "eu" autocentrado se sente mais con-
fortável no conflito.
Como a vida seria simples sem essas histórias que o pensamento cria." (73)
"Rotular alguma coisa como ruim provoca uma tensão emocional. Se você deixar que as coisas existam sem classifica-las, passa a dispor de um enorme poder.
A tensão emocional separa você desse poder, que é o próprio poder da vida." (74)
"Vá além do bem e do mal procurando não classificar qualquer coisa de boa ou má. Quando controlamos o hábito de rotular e
cjassificar, o porter do universe nos invade. Quando nos relacionamos com as experiências procurando não reagir, o que antes chamaríamos de "mau" muda rapidamente através do poder da própria Vida.
Observe o que acontece quando, em vez de classificar algo como "mau", você o aceita e diz um "sim" interno, deixando que a experiência seja tal como é." (75)
"A dor física crônica é um dos mestres mais duros que se pode ter.
Ela nos ensina que "a resistência é inútil".
É absolutamente normal não desejar sofrer. Mas, se você se desapegar desse desejo e aceitar a presença da dor, talvez note uma sutil separação interna, um espaço entre você e a dor. Isso significa que você passa a sofrer conscientemente, aceitando. Quando você sofre conscientemente, quando aceita a dor física, ela anula o ego, pois o ego é formado sobretudo por resistência. O mesmo ocorre com uma grande deficiência física." (76)

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