BRASÍLIA
(Notícias da OIT) – A Diretora do Escritório da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, destacou hoje o avanço do trabalho
decente no País, com a elaboração de agendas estaduais sobre o tema. “A Agenda
representa uma integração das políticas públicas e um importante acordo que
proporciona o diálogo entre empregadores, trabalhadores, governo e sociedade
civil”, disse.
Laís
Abramo participou em Palmas da assinatura de um Memorando de Entendimento entre
o Governo do Estado do Tocantins, a OIT, o Ministério Público do Trabalho, a
Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego e a Justiça do
Trabalho. No documento, estas entidades se comprometem com a execução de um
Programa Especial de Cooperação Técnica para a promoção da Agenda Estadual de
Trabalho Decente.
A Diretora
da OIT destacou, em palestra, que depois da I Conferência Nacional de Emprego e
Trabalho Decente (I CNETD), realizada em agosto do ano passado em Brasília,
intensificou-se o compromisso de construção de agendas subnacionais, nos
Estados do Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, São Paulo, Sergipe e, agora, Tocantins, além do Distrito
Federal. Paraná, Piauí e Alagoas já estão construindo suas agendas e a OIT
assinou Memorandos de Entendimento com Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e
Tocantins.
Em sua
palestra, Laís Abramo apresentou diversos indicadores sobre a situação do
mercado de trabalho no Estado. Mostrou, por exemplo, que em Tocantins a taxa de
desemprego juvenil na faixa entre 15 e 24 anos, de 13,5%, é inferior à média
nacional, de 17,8%, mas atinge mais as mulheres (19,3%) do que os homens
(9,6%). Na mesma faixa etária, os jovens que não estudam nem trabalham
representam 12,8% do total, enquanto que a média brasileira é de 18,4%.
O Estado,
no entanto, ainda sofre com a alta taxa de informalidade, que atinge 63,6%,
enquanto a média nacional é de 45,7%. O problema atinge 61,9% dos homens (43%
média nacional), 65,8% das mulheres (49,3% nacional). Destes, 52% são homens
brancos e 67,2% são homens negros. O problema é acentuado entre as mulheres
negras, que apresentam a taxa de informalidade de 70,5% diante de 57,5% da
média nacional.
Entre 2004
e 2009, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a população ocupada com 16 anos ou mais de idade que contribui para a
Previdência Social aumentou de 30,7% para 39,5%.
A Diretora
da OIT destacou, ainda, que com a realização da I CNETD, houve diversos ganhos
para os estados participantes do processo:
· Ampliação da discussão do tema em todo
o território nacional;
· Cada Estado apropriou-se do tema à sua
maneira, associando-se a diferentes parceiros e contemplando especificidades
regionais;
· Mais de 280 conferências e eventos
preparatórios foram realizados, envolvendo aproximadamente 25 mil pessoas;
· As Secretarias de Trabalho e o Fórum
Nacional de Secretários do Trabalho (FONSET) desempenharam um papel central
neste processo.
Fonte: OIT
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