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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O jogo interior do tênis (W. T. Gallwey)



"Quando deixamos de julgar descobrimos, para nossa surpresa, que não precisamos de motivação para mudar nossos hábitos 'ruins'. Precisamos simplesmente estar mais conscientes. Existe um processo natural de aprendizado e de desempenho. Basta descobri-lo. E esse processo pode ser muito eficaz se realizado sem a interferência do esforço consciente excessivo e de seus julgamentos." (47)
"O reconhecimento e o respeito pelas
qualidades contribuem para a confiança do Ser 2. Já os julgamentos do Ser 1, por outro lado, tendem a manipular e a enfraquecer essa confiança." (48)
(...)
"A competição não seria um problema se não envolvesse tão profundamente a autoimagem de um determinado indivíduo.
Já dei aulas para muitas crianças e adolescentes que acreditavam que só teriam seu valor reconhecido se tivessem um bom desempenho no tênis ou em outras atividades. Para eles, jogar bem e vencer era uma questão de vida ou morte. Eles estão sempre analisando seu desempenho e comparando-o com o de seus amigos. E o tênis serve como parâmetro de medição. A impressão que fica é que eles pensam que só terão amor e respeito se forem os melhores, os vencedores. Muitos pais procuram alimentar esse tipo de crença em seus filhos. Porém, o processo de medir o aprendizado com base em habilidades e conquistas acaba tomando uma grande dimensão, e o verdadeim valor do
indivíduo é ignorado. Crianças que aprenderam a se autoavaliar por este método costumam se tornar adultos que têm uma compulsão pelo sucesso, ignorando tudo o que não estiver nesse caminho. O problema é que esses adultos não irão encontrar o sucesso que procuram, e além disso não conquistarão o amor e o respeito que imaginavam ganhar com a vinda das conquistas. Outro ponto negativo é que enquanto
essas pessoas estão imersas na busca do sucesso mensurável, deixam de
desenvolver outras potencialidades. Alguns nunca encontrarão tempo
para coisas simples, como apreciar as belezas da natureza, expressar seus sentimentos de amor às pessoas próximas, ou refletir sobre o verdadeiro propósito de sua existência." (138-139)




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