Charles
Spencer Chaplin KBE (Londres,[1] 16 de abril de 1889 — Corsier-sur-Vevey,[2] 25
de dezembro de 1977), foi um ator, diretor, produtor, humorista, empresário,
escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin foi um
dos atores da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia
pastelão. É bastante conhecido pelos seus filmes O Imigrante, O Garoto, Em
Busca do Ouro (este considerado por ele seu melhor filme), O Circo, Luzes da
Cidade, Tempos Modernos, O Grande Ditador, Luzes da Ribalta, Um Rei em Nova
Iorque e A Condessa de Hong Kong.
Influenciado
pelo trabalho dos antecessores - o comediante francês Max Linder, Georges
Méliès, D. W. Griffith Luís e Auguste Lumière - e compartilhando o trabalho com
Douglas Fairbanks e Mary Pickford, foi influenciado pela mímica, pantomima e o
gênero pastelão e influenciou uma enorme equipe de comediantes e cineastas como
Federico Fellini, Os Três Patetas, Peter Sellers, Milton Berle, Marcel Marceau,
Jacques Tati, Rowan Atkinson, Johnny Depp, Michael Jackson, Sacha Baron Cohen,
Harold Lloyd, Buster Keaton, Roberto Gomes Bolaños[3] (o "Chaves"),
Renato Aragão (o "Didi Mocó") e outros diretores e comediantes. É
considerado por alguns críticos o maior artista cinematográfico de todos os
tempos, e um dos "pais do cinema", junto com os Irmãos Lumière,
Georges Méliès e D.W. Griffith.[carece de fontes]
Charlie
Chaplin atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes,
sendo fortemente influenciado por um antecessor, o comediante francês Max
Linder, a quem dedicou um de seus filmes. Sua carreira no ramo do
entretenimento durou mais de 75 anos, desde suas primeiras atuações quando
ainda era criança nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana quase até
sua morte aos 88 anos de idade. Sua vida pública e privada abrangia adulação e
controvérsia. Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith,
Chaplin fundou a United Artists em 1919.[carece de fontes]
Seu
principal e mais famoso personagem foi The Tramp, conhecido como Charlot na
Europa e igualmente conhecido como Carlitos ou "O Vagabundo" no
Brasil. Consiste em um andarilho pobretão que possui todas as maneiras
refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto
esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um
chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno
bigode-de-broxa.
Foi
também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão
estadunidense Samuel Reshevsky.[carece de fontes]
Em
2008, em uma resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve:
"Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele
estourou um mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comédia, risos e
alívio enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra
Mundial. Durante os próximos 55 anos, através da Grande Depressão e da ascensão
de Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um. É
duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e
alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."[4]
Por
sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o
mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado
pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d
'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa) e pela Academia
de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Oscar especial pelo
conjunto da obra, em 1972).
Charles
Spencer Chaplin, que era canhoto,[5] nasceu no dia 16 de abril de 1889,
supostamente na East Street, Walworth, Londres, Inglaterra.[6] Seus pais eram
artistas de music-hall. Seu pai, Charles Spencer Chaplin Sr., era vocalista e
ator, e sua mãe, Hannah Chaplin, era cantora e atriz.[7] Ambos separaram antes
de Charlie completar três anos de idade. Após a separação, Chaplin foi deixado
aos cuidados de sua mãe, que estava cada vez mais instável emocionalmente. O
censo de 1891 mostra que sua mãe morava com Charlie e seu meio-irmão mais velho
Sydney John Hawkes (1885–1965) na Barlow Street, Walworth.
Na
sua infância, Chaplin morou com sua mãe, e algumas vezes também com seu
meio-irmão Sydney, em diversos endereços nos arredores da Kennington Road, no
distrito de Lambeth da Grande Londres. Neste período, sua principal moradia foi
na Pownall Terrace, número 3.[8]
Um
problema de laringe acabou com a carreira de cantora da mãe de Chaplin.[9]
Devido a uma de suas internações como consequência de seus problemas mentais,
sofria depressão nervosa, e um quadro de desnutrição, seus filhos foram
ingressados durante várias semanas no asilo de Lambeth no sul de Londres e
logo, na Escola Hanwell para órfãos e meninos pobres desde junho de 1896 a
janeiro de 1898.
Charles
Chaplin (direita) com Winston Churchill em 1929.
O
pai de Charles Chaplin era alcoólatra e tinha pouco contato com seu filho.
Quando a mãe de Chaplin foi internada no asilo Cane Hill em agosto 1898, devido
aos seus sérios problemas mentais, Chaplin e Sydney foram morar com o pai de
Chaplin e sua amante, Louise, na 289 Kennington Road. Esta convivência com o
pai foi conturbada e durou menos de 2 meses, chegando mesmo a haver uma visita
da "Sociedade para a Prevenção de Crueldade contras Crianças". Quando
Hannah Chaplin teve uma melhora de sua enfermidade, as crianças voltaram a
viver com ela, na Methley Street, 39.[10][11][12]
Seu
pai morreu de cirrose no fígado quando Chaplin tinha doze anos, em 1901, e foi
enterrado numa cova comum sem nome.[13] De acordo com o censo de 1901, Chaplin
residia na 94 Ferndale Road, Lambeth, com a trupe "Os Oito Rapazes de
Lancashire".
A
primeira turnê de Chaplin aos Estados Unidos com o trupe de Fred Karno ocorreu
durante 1910 até 1912. Após cinco meses de volta na Inglaterra, ele retorna aos
Estados Unidos em uma segunda turnê com o trupe de Karno, chegando novamente na
América em 2 de outubro de 1912. Na Companhia de Karno estava Arthur Stanley
Jefferson, que posteriormente ficaria conhecido como Stan Laurel. Chaplin e
Laurel dividiam um quarto em uma pensão. Stan Laurel retornou à Inglaterra, mas
Chaplin manteve-se nos Estados Unidos. No final de 1913, a atuação de Chaplin
foi eventualmente vista por Mack Sennett, Mabel Normand, Minta Durfee e Fatty
Arbuckle. Sennett o contratou para seu estúdio, a Keystone Film Company, pois
precisavam de um substituto para Ford Sterling.[14] Inicialmente, Chaplin teve
grande dificuldade em se adaptar ao estilo de atuação cinematográfica da
Keystone. Após a estreia de Chaplin no cinema, no filme Making a Living,
Sennett sentiu que cometera um grande erro.[15] Muitos alegam que foi Normand
quem o convenceu a dar a Chaplin uma segunda chance.[16]
Chaplin
começou a trabalhar junto com Normand, que dirigiu e escreveu vários de seus
primeiros filmes.[17] Chaplin não gostou de ser dirigido por uma mulher, e os
dois discutiam frequentemente.[17] Ele acreditava que Sennett pretendia
demití-lo caso houvesse um desentendimento com Normand.[17] No entanto, os
filmes de Chaplin fizeram tanto sucesso que ele se tornou uma das maiores
estrelas da Keystone.[17][18]
Artista
pioneiro de cinema
Foi
no estúdio Keystone onde Chaplin desenvolveu seu principal e mais conhecido
personagem: O Vagabundo (conhecido como Charlot na França e no mundo
francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, Carlitos
no Brasil e na Argentina, e Der Vagabund na Alemanha). O Vagabundo é um
andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um
cavalheiro; aparece sempre vestindo um paletó apertado, calças e sapatos
desgastados e mais largos que o seu número, e um chapéu-coco; carrega uma
bengala de bambu; e possui um pequeno bigode-de-broxa. O público viu o
personagem pela primeira vez no segundo filme de Chaplin, Kid Auto Races at
Venice, lançado em 7 de fevereiro de 1914. No entanto, ele já havia criado o
visual do personagem para o filme Mabel's Strange Predicament, produzido alguns
dias antes, porém lançado mais tarde, em 9 de fevereiro de 1914.
Charles
Chaplin e Virginia Cherrill em Luzes da Cidade (1931).
Os
primeiros filmes de Chaplin no estúdio Keystone usavam a fórmula padrão de Mack
Sennett, que consistia em extrema comédia pastelão e gestos exagerados. A
pantomima de Chaplin foi mais sutil, sendo mais adequada para comédias
românticas e farsas domésticas. As piadas visuais, no entanto, seguiam
exatamente o padrão de comédia da Keystone; Em seus filmes, O Vagabundo atacava
agressivamente seus inimigos com chutes e tijolos. O público da época amou este
novo comediante, apesar dos críticos alertarem que as travessuras do personagem
beiravam a vulgaridade. Logo depois, Chaplin se ofereceu para dirigir e editar
seus próprios filmes. Durante seu primeiro ano no ramo do cinema, ele fez 34
curta-metragens para Sennett, assim como o longa-metragem Tillie's Punctured
Romance.
Charles
Chaplin junto com Edna Purviance em The Immigrant (1917).
Em
1915, Chaplin assinou um contrato muito mais favorável com a Essanay Studios, e
desenvolveu suas habilidades cinematográficas, adicionando novos níveis de
sentimentalismo e pathos em seus filmes. A maioria dos filmes produzidos na
Essanay foram mais ambiciosos, com uma duração duas vezes maior do que os
curtas da Keystone. Chaplin também desenvolveu o seu próprio elenco estático,
no qual estava incluído a heroína Edna Purviance e os vilões cômicos Leo White
e Bud Jamison.
Charles
Chaplin com Harry Houdini em 1919.
Visto
que grupos de imigrantes chegavam constantemente na América, os filmes mudos
foram capazes de atravessar todas as barreiras de linguagem, sendo
compreendidos por todos os níveis da Torre de Babel americana, simplesmente
devido ao fato de serem mudos. Nesse contexto, Chaplin foi emergindo e
tornando-se o exponente máximo do cinema mudo.
Em
1916, a Mutual Film Corporation pagou a Chaplin 670.000,00 dólares para
produzir uma dúzia de comédias com duração de duas bobinas. Foi dado a ele
controle artístico quase total, produzindo doze filmes durante um período de
dezoito meses, notando que estes estão entre os filmes de comédia mais
influentes da história do cinema. Praticamente todos os filmes de Chaplin
produzidos na Mutual são clássicos: Easy Street, One A.M., The Pawnshop e The
Adventurer são provavelmente os mais conhecidos. Edna Purviance continuou sendo
a protagonista, e Chaplin adicionou Eric Campbell, Henry Bergman e Albert
Austin ao seu elenco estático; Campbell, um veterano nas óperas de Gilbert e
Sullivan, interpretou vilões soberbos, e os atores coadjuvantes Bergman e
Austin permaneceram no elenco de Chaplin durante décadas. Chaplin considera o
período em que esteve na Mutual como o mais feliz de sua carreira. Após a
entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, Chaplin tornou-se um
garoto-propaganda para a venda de "bônus da liberdade" junto com Mary
Pickford e seu grande amigo Douglas Fairbanks.[18]
Controle
criativo
Charlie
Chaplin Studios, 1922
Com
o fim do contrato com a Mutual em 1917, Chaplin assinou um contrato com a First
National para produzir oito filmes com duração de duas bobinas. Além de ter
financiado e distribuído estes filmes, a First National deu-lhe total controle
criativo sobre a produção, para que ele pudesse trabalhar em um ritmo mais
relaxado e se concentrar na qualidade. Chaplin construiu seu próprio estúdio em
Hollywood, o qual simbolizava a sua independência. Embora a First National
esperasse receber comédias de curta-metragem, Chaplin foi mais ambicioso e
expandiu alguns de seus projetos em longa-metragens, como Shoulder Arms (1918),
The Pilgrim (1923) e o clássico The Kid (1921), que levou fama a Jackie Coogan,
que foi condecorado até pelo papa, sendo considerado também a primeira
celebridade infantil da história, e também o primeiro filme de comédia
dramática.
Albert
Einstein e Charles Chaplin em 1931.
Em
1919, Chaplin co-fundou a distribuidora United Artists junto com Mary Pickford,
Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, todos tentando escapar da crescente
consolidação de poder dos distribuidores e financiadores de filmes durante o
desenvolvimento de Hollywood. Este movimento, junto com o controle total da
produção de seus filmes no seu próprio estúdio, assegurou a independência de
Chaplin como cineasta. Ele trabalhou na administração da UA até o início da
década de 1950. Todos os filmes de Chaplin distribuídos pela United Artists
foram de longa-metragem, começando com o drama atípico A Woman of Paris (1923),
em que Chaplin fez uma pequena ponta. A Woman of Paris foi seguido pelas
clássicas comédias The Gold Rush (1925) e O Circo (1928).
Apesar
dos filmes "falados" tornarem-se o modelo dominante logo após serem
introduzidos em 1927, Chaplin resistiu a fazer um filme assim durante toda a
década de 1930. Ele considerava o cinema uma arte essencialmente pantomímica.
Ele
disse:
"A
ação é geralmente mais entendida do que palavras. Assim como o simbolismo
chinês, isto vai significar coisas diferentes de acordo com a sua conotação
cênica. Ouça uma descrição de algum objeto estranho — um javali-africano, por
exemplo; depois olhe para uma foto do animal e veja como você fica
surpreso".[19]
Chaplin
interpretando Adenoid Hynkel em O Grande Ditador (1940), numa cena em que
satiriza o estilo de oratória de Adolf Hitler
Durante
o avanço dos filmes sonoros, Chaplin produziu Luzes da Cidade (1931) e Tempos
Modernos (1936) antes de se converter ao cinema "falado". Esses
filmes foram essencialmente mudos, porém possuíam música sincronizada e efeitos
sonoros. Indiscutivelmente, Luzes da Cidade contém o mais perfeito equilíbrio
entre comédia e sentimentalismo. Em relação à última cena, o crítico James Agee
escreveu na revista Life em 1949 que foi a "melhor atuação já registrada
em celulóide". Apesar de Tempos Modernos ser um filme mudo, ele contém
falas — geralmente provenientes de objetos inanimados, como rádios ou monitores
de televisão. Isto foi feito para ajudar o público da década de 1930, que já
estava fora do hábito de assistir a filmes mudos. Além disso, Tempos Modernos
foi o primeiro filme em que a voz de Chaplin é ouvida (no final do filme, a
canção "Smile", composta e cantada pelo próprio Chaplin num dueto com
Paulette Goddard). No entanto, para a maioria dos espectadores, este ainda é
considerado um filme mudo — e o fim de uma era.
Charles
Chaplin e Jack Oakie em O Grande Ditador (1940).
O
primeiro filme falado de Chaplin, O Grande Ditador (1940), foi um ato de
rebeldia contra o ditador alemão Adolf Hitler e o nazismo, e foi lançado nos
Estados Unidos um ano antes do país abandonar sua política de neutralidade e
entrar na Segunda Guerra Mundial. Chaplin interpretou o papel de Adenoid
Hynkel, ditador da "Tomânia", claramente baseado em Hitler e, atuando
em um papel duplo, também interpretou um barbeiro judeu perseguido
frequentemente por nazistas, o qual é fisicamente semelhante ao Vagabundo. O
filme também contou com a participação do comediante Jack Oakie no papel de
Benzino Napaloni, ditador da "Bactéria", uma sátira do ditador
italiano Benito Mussolini e do fascismo; e de Paulette Goddard, no papel de uma
mulher no gueto. O filme foi visto como um ato de coragem no ambiente político
da época, tanto pela sua ridicularização do nazismo quanto pela representação
de personagens judeus ostensivos e de sua perseguição. Adicionalmente, O Grande
Ditador foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Chaplin), Melhor
Ator Coadjuvante (Oakie), Melhor Trilha Sonora (Meredith Willson) e Melhor
Roteiro Original (Chaplin).
Técnicas
de filmagem
Charles
Chaplin com Mahatma Gandhi.
Chaplin
nunca explicou detalhadamente seus métodos de filmagem, alegando que tal coisa
seria o mesmo que um mágico revelar seus truques. Na verdade, antes dele
produzir filmes falados, começando com O Grande Ditador em 1940, Chaplin nunca
começou a filmar a partir de um roteiro completo. O método que ele desenvolveu,
visto que seu contrato com o Essanay Studios deu-lhe a liberdade de roteirizar
e dirigir seus filmes, foi a partir de uma vaga premissa - por exemplo,
"Carlitos entra em um spa" ou "Carlitos trabalha em uma loja de
penhores". Chaplin tinha cenários já construídos e trabalhava com seu
elenco estático para improvisar piadas em torno das premissas, quase sempre
pondo as ideias em prática na hora das filmagens. Enquanto algumas ideias eram
aceitas e outras rejeitadas, uma estrutura narrativa começava a emergir, muitas
vezes exigindo que Chaplin refilmasse uma cena já concluída que poderia ir
contra o enredo.[20]
Charles
Chaplin e Jackie Coogan em O Garoto (1921).
Esta
é uma razão pela qual Chaplin levou muito mais tempo para concluir seus filmes
do que outros diretores de sua época. Além disso, Chaplin era um diretor
extremamente exigente, mostrando a seus atores exatamente como eles deveriam
atuar e filmando dezenas de tomadas até conseguir a cena que ele queria. O
animador Chuck Jones, que morava perto do estúdio de Chaplin quando era garoto,
lembra de seu pai dizendo que viu Chaplin filmar uma cena mais de cem vezes até
ficar satisfeito.[21] Esta combinação de improvisação do enredo e
perfeccionismo — que resultou em vários dias de esforço e milhares de metros de
filme desperdiçados, tudo a um enorme custo — quase sempre revelou-se muito
oneroso para Chaplin, que muitas vezes descarregava sua raiva e frustração em
seus atores e sua equipe, mantendo-os esperando parados durante horas ou, em
casos extremos, cancelando completamente a produção.[20] As técnicas de Chaplin
foram descobertas somente após sua morte, quando as raras tomadas de
pré-produção e cenas cortadas de seus filmes foram cuidadosamente analisadas no
documentário britânico Unknown Chaplin, de 1983.
Era
McCarthy
O
posicionamento político de Chaplin é controverso, alguns dizem que ele era
secretamente um anarquista.[22] Durante a era de macarthismo, Chaplin foi
acusado de "atividades anti-americanas" como um suposto comunista, e
J. Edgar Hoover, que instruíra o FBI a manter extensos arquivos secretos sobre
ele, tentou acabar com sua residência nos Estados Unidos. A pressão do FBI
sobre Chaplin cresceu após sua campanha para uma segunda frente europeia na
Segunda Guerra Mundial em 1942, e alcançou um nível crítico no final da década
de 1940, quando ele lançou o filme de humor negro Monsieur Verdoux (1947),
considerado uma crítica ao capitalismo. O filme foi mal recebido e boicotado em
várias cidades dos Estados Unidos, obtendo, no entanto, um êxito maior na
Europa, especialmente na França. Naquela época, o Congresso ameaçou chamá-lo
para um interrogatório público. Isso nunca foi feito, provavelmente devido à
possibilidade de Chaplin satirizar os investigadores.[23] Por seu
posicionamento político, Chaplin foi incluído na Lista Negra de Hollywood.
Charlie
Chaplin (a direita) recebendo o Óscar do filme Luzes da Ribalta (1952) de Jack
Lemmon (esquerda) em 1972.
Em
1952, Chaplin deixou os Estados Unidos para o que originalmente pretendia ser
uma breve viagem ao Reino Unido para a estreia do filme Luzes da Ribalta em
Londres. Hoover soube da viagem e negociou com o Serviço de Imigração para
revogar o visto de Chaplin, exilando-o do país. Chaplin decidiu não voltar a
entrar nos Estados Unidos, escrevendo:
"(…)
Desde o fim da última guerra mundial, eu tenho sido alvo de mentiras e
propagandas por poderosos grupos reacionários que, por sua influência e com a
ajuda da imprensa marrom, criaram um ambiente doentio no qual indivíduos de
mente liberal possam ser apontados e perseguidos. Nestas condições, acho que é
praticamente impossível continuar meu trabalho do ramo do cinema e, portanto,
me desfiz de minha residência nos Estados Unidos".[24]
Chaplin
decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar em Vevey, Suíça.
Últimos
trabalhos
Chaplin em 1965
Os
últimos dois filmes de Chaplin foram produzidos em Londres: A King in New York
(1957) no qual ele atuou, escreveu, dirigiu e produziu; e A Countess from Hong
Kong (1967), que ele dirigiu, produziu e escreveu. O último filme foi estrelado
por Sophia Loren e Marlon Brando, e Chaplin fez uma pequena ponta no papel de
mordomo, sendo esta a sua última aparição nas telas. Ele também compôs a trilha
sonora de ambos os filmes, assim como a canção-tema de A Countess from Hong
Kong, "This is My Song", cantada por Petula Clark, chegando a ser a
canção mais popular do Reino Unido na época do lançamento do filme. Chaplin
também produziu The Chaplin Revue, uma compilação de três filmes feitos durante
seu período de parceria com a First National: A Dog's Life (1918), Shoulder
Arms (1918) e The Pilgrim (1923), para os quais ele compôs a trilha sonora e
gravou uma narração introdutória. Adicionalmente, Chaplin escreveu sua
autobiografia entre 1959 e 1963, intitulada Minha Vida, sendo publicada em
1964. Chaplin planejara um filme intitulado The Freak, que seria estrelado por
sua filha, Victoria, no papel de um anjo. Segundo Chaplin, ele havia concluído
o roteiro em 1969 e foram feitos alguns ensaios de pré-produção, mas foram
interrompidos quando Victoria se casou. Além disso, sua saúde declinou
constantemente na década de 1970, prejudicando todas as esperanças do filme ser
produzido.
De
1969 até 1976, juntamente com James Eric, Chaplin compôs músicas originais para
seus filmes mudos e depois os relançou. Compôs a música de seus outros
curta-metragens da First National: The Idle Class em 1971, Pay Day em 1972, A
Day's Pleasure em 1973, Sunnyside em 1974, e dos longa-metragens The Circus em
1969 e The Kid em 1971. O último trabalho de Chaplin foi a trilha sonora para o
filme A Woman of Paris (1923), concluída em 1976, época em que Chaplin estava
extremamente frágil, encontrando até mesmo dificuldades de comunicação.
Prêmios
competitivos
Em
1972, Chaplin ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme Luzes da
Ribalta, de 1952, que também foi um grande sucesso. O filme foi co-estrelado
por Claire Bloom e também contou com a participação de Buster Keaton, sendo
esta a única vez em que os dois grandes comediantes apareceram juntos. Devido
às perseguições políticas contra Chaplin, o filme não chegou a ser exibido
durante uma única semana em Los Angeles quando foi originalmente lançado. Este
critério de nomeação era desconsiderado até 1972.
Chaplin
também foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator em O
Grande Ditador em 1940, e novamente por Melhor Roteiro Original em Monsieur
Verdoux em 1948. Durante seus anos ativos como cineasta, Chaplin expressava
desprezo pelos Oscars; seu filho descreve que ele provocou a ira da Academia ao
deixar seu Oscar de 1929 ao lado da porta, para não deixá-la bater. Isto talvez
explique porque Luzes da Cidade e Tempos Modernos, considerados por várias
enquetes como dois dos melhores filmes de todos os tempos,[25][26] nunca foram
indicados a um único Oscar.
Prêmios
honorários
Na
1ª Entrega dos Prêmios da Academia em 16 de maio de 1929, os procedimentos de
votação da auditoria ainda não tinham sido postos em prática, e as categorias
eram ainda muito fluidas. Chaplin havia sido originalmente indicado ao Oscar de
Melhor Ator e de Melhor Diretor de um Filme de Comédia pelo seu filme O Circo,
mas seu nome foi retirado quando a Academia decidiu dar-lhe um prêmio especial
"pela versatilidade e genialidade em atuar, escrever, dirigir e produzir O
Circo". O outro filme que recebeu um prêmio especial naquele ano foi The
Jazz Singer.
O
segundo Oscar Honorário de Chaplin veio quarenta e quatro anos mais tarde, em
1972, e foi pelo "efeito incalculável que ele teve em tornar os filmes a
forma de arte deste século". Ele saiu de seu exílio para receber esse
prêmio, e recebeu a mais longa ovação em pé da história do Oscar, com uma
duração total de doze minutos.[27] Chaplin também aproveitou seu breve e
triunfante retorno aos Estados Unidos para discutir como seus filmes seriam
relançados e comercializados.
“
Agradeço a todos. Este é um momento de muita emoção para mim, e palavras são
tão insignificantes, tão inúteis. Posso apenas dizer obrigado pelo convite para
estar aqui. Vocês são pessoas adoráveis. ”
— Charles Chaplin em seu breve discurso na
cerimônia de entrega do Oscar Honorário, 11 de abril de 1972.[28].
Relacionamentos
amorosos e casamentos
Charles
Chaplin junto com sua última esposa, Oona O'Neill e seus seis filhos em 1961.
Em
23 de outubro de 1918, Chaplin casou-se aos 28 anos de idade com Mildred
Harris, que tinha então 16 anos. Tiveram um filho nascido deformado, que morreu
três dias após o nascimento. Divorciaram-se em 1920 por conta de tudo que
sofreram pelo filho.
Mais
tarde, Chaplin namorou por anos Peggy Hopkins Joyce. O relacionamento que teve
com Joyce inspirou Chaplin a fazer o filme Uma mulher de Paris.[29]
Aos
35 e sozinho, apaixonou-se por Lita Grey, que tinha apenas 16 anos, durante as
preparações de The Gold Rush. Mesmo ela sendo muito jovem, casaram-se em 26 de
Novembro de 1924, no México, quando ela ficou grávida. Tiveram dois filhos,
Charles Chaplin Júnior e Sydney. Divorciaram-se em 1926, por causa de brigas.
Nessa época a fortuna de Chaplin chegou a incríveis 825.000 dólares.
Passado
os anos, Chaplin casou-se secretamente aos 47 anos com Paulette Goddard, de 25
anos, em Junho de 1936. Depois de alguns anos felizes, este casamento também
terminou em divórcio, em 1942, devido a problemas conjugais.
Após
a separação, Chaplin namorou Joan Barry, atriz de 22 anos. Esta relação durou
anos e terminou quando Barry começou a perturbá-lo, pois ele não a quis mais e
ela constantemente perseguia-o com ciúmes. Em Maio de 1943, ela informou a
Chaplin que estava grávida e exigiu que ele assumisse a paternidade. Ele tinha
certeza que não era o pai, pois ela teve outros homens durante a separação.
Então, exames comprovaram que Chaplin não era o pai, porém na época, os exames
não eram muito válidos e a lei exigia que, por ele ter sido o último parceiro
com quem ela apareceu em público, a lei entendia que mesmo ele não sendo o pai
biológico, teria que assumir a paternidade, mesmo sem ser no cartório, e ele
foi obrigado a custear as despesas da criança e se viu forçado a pagar 75
dólares por semana até que o filho completasse 21 anos.[30]
Tempos
depois, conheceu Oona O'Neill, filha do dramaturgo Eugene O'Neill. Se
apaixonaram rapidamente e casaram-se em 16 de Junho de 1943. Ele tinha 54 anos
enquanto ela somente 18, mas a enorme diferença de idade não influenciou em
nada o bom relacionamento. Este casamento foi longo e feliz. Oona, mesmo sendo
ainda muito jovem, deu oito filhos a Charlie, o que o deixou em completa
felicidade. O amor era tão grande que Charlie ficou com ela até sua morte, e
Oona cuidou dele no fim de sua vida.
Cavalaria
Chaplin
foi incluído na Lista de Honras do Ano Novo em 1975.[31] No dia 4 de março, com
85 anos, foi nomeado Cavaleiro Comandante do Império Britânico (KBE) pela
Rainha Elizabeth II. A honra foi proposta originalmente em 1931, mas não foi
realizada devido à controvérsia de Chaplin não ter servido na Primeira Guerra
Mundial. O título de cavaleiro foi proposto novamente em 1956, mas foi vetado
pelo então governo conservador com receio de prejudicar sua relação com os
Estados Unidos no auge da Guerra Fria e na invasão de Suez planejada para
aquele ano.
Religião
Apesar
de ser batizado pela Igreja da Inglaterra, Chaplin sempre declarou-se
agnóstico. Entretanto, algumas de suas frases e pensamentos citam
"Deus", embora pelo conceito hermético, admitem-se as citações como
uma metáfora aludindo à potencialidade divina de cada indivíduo – sobretudo por
ter declarado publicamente em diversos momentos não seguir alguma religião.
Morte
Túmulos
de Chaplin (à direita) e Oona O'Neill no Cemitério de Coursier-Sur-Vevey, em
Vaud, Suíça.
A
saúde de Chaplin começou a declinar lentamente no final da década de 1960, após
a conclusão do filme A Countess from Hong Kong, e mais rapidamente após receber
seu Oscar Honorário em 1972. Por volta de 1977, já tinha dificuldade para
falar, e começou a usar uma cadeira de rodas. Chaplin morreu dormindo aos 88
anos de idade em consequência de um derrame cerebral, no Dia de Natal de 1977
em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça,[32] fez-se um pequeno funeral anglicano
privativo dois dias depois, como era de seus desejos, e foi enterrado no
cemitério comunal.
No
dia 1º de março de 1978, seu cadáver foi roubado da sepultura, com caixão e
tudo, por dois imigrantes desempregados - o polonês Roman Wardas e o búlgaro
Gantcho Ganev - na tentativa de extorquir dinheiro de sua viúva Oona
O'Neill.[33] Dois meses depois, uma grande operação policial capturou os dois
criminosos, o caixão foi encontrado enterrado num campo em Noville, um vilarejo
próximo, perto do Lago Léman, e novamente enterrado em Corsier-sur-Vevey, mas
desta vez a família mandou fazer um tampão de concreto de 6 pés (1,80 metro) de
espessura protegendo o caixão do cineasta, para evitar novos problemas. No
mesmo cemitério, há uma estátua de Chaplin em sua homenagem.
Em
1991, sua quarta e última esposa, Oona O'Neill, faleceu e foi sepultada ao lado
do cineasta.
Outras
controvérsias
Durante
a Primeira Guerra Mundial, Chaplin foi criticado pela imprensa britânica por
não ter se alistado ao exército. Na verdade, ele se apresentou ao serviço
militar, mas foi recusado por estar abaixo da altura e peso exigidos para
alistamento. Chaplin levantou fundos substanciais durante a época de venda de
bônus de guerra, não só discursando publicamente em comícios, mas também ao
produzir, com seu próprio orçamento, The Bond, um filme-propaganda de comédia
usado em 1918. A persistente controvérsia provavelmente impediu Chaplin de
receber o título de cavaleiro em 1930.
Durante
toda a carreira de Chaplin, alguns níveis de controvérsia existiram a respeito
de sua suposta ascendência judaica. Propagandas nazistas das décadas de 1930 e
1940 retratavam-no como judeu (chamado-o de "Karl Tonstein[34]" ou
"Israel Thonstein[35]"), com base em artigos publicados pela imprensa
dos Estados Unidos,[36] e as investigações do FBI no final da década de 1940
também se concentraram nas origens étnicas de Chaplin. Não há documentos que
comprovam a ascendência judaica de Chaplin. Durante sua vida pública, ele
recusou-se ferozmente em contestar ou negar as afirmações de que ele era judeu,
dizendo que sempre iria "jogar diretamente nas mãos dos
anti-semitas."[37] Embora Chaplin tenha sido batizado na Igreja da
Inglaterra, creditou-se durante a maior parte de sua vida como um
agnóstico.[38]
O
fato de Chaplin sentir atração por mulheres mais jovens continua a ser outra
fonte de interesse para alguns. Seus biógrafos atribuem isto a uma paixão
adolescente com Hetty Kelly, que conhecera no Reino Unido durante suas
apresentações no music hall, e que possivelmente definiu o seu ideal feminino.
Chaplin gostava de descobrir jovens atrizes e orientá-las de perto; com exceção
de Mildred Harris, todos os seus casamentos e a maioria dos seus principais
relacionamentos amorosos começaram desta maneira.
Comparação
com outros comediantes da época
Desde
a década de 1960, os filmes de Chaplin têm sido comparados com os de Buster
Keaton e Harold Lloyd, os outros dois grandes comediantes do cinema mudo. Os
três tinham estilos diferentes: Chaplin tinha uma forte afinidade com
sentimentalismo e pathos, Lloyd era conhecido pelo seu "personagem
comum" e seu otimismo típico da década de 1920 e Keaton sempre demonstrava
estoicismo com um tom cínico. Historicamente, Chaplin foi pioneiro na comédia
cinematográfica, e ambos os jovens Keaton e Lloyd inspiraram-se em seu
trabalho. Na verdade, os primeiros personagens de Lloyd, "Willie
Work" e "Lonesome Luke", eram óbvias imitações de Chaplin, algo
que Lloyd reconhecia e se esforçou para afastar. O período de experimentação de
Chaplin terminou após sua estadia na Mutual, pouco antes de Keaton ingressar no
ramo do cinema.
Comercialmente,
Chaplin produziu alguns dos filmes de maior bilheteria da era do cinema mudo;
The Gold Rush é o quinto com 4,25 milhões de dólares, e O Circo é o sétimo com
3,8 milhões. No entanto, os filmes de Chaplin juntos arrecadaram
aproximadamente 10,5 milhões de dólares, enquanto Harold Lloyd arrecadou 15,7
milhões, visto que Lloyd foi muito mais prolífico, lançando doze
longas-metragens na década de 1920, enquanto Chaplin lançou apenas três. Os
filmes de Buster Keaton não foram tão bem sucedidos comercialmente como os de
Chaplin ou Lloyd, mesmo no auge de sua popularidade, e só começou a receber
elogios da crítica no final das décadas de 1950 e 1960.
Além
de uma saudável rivalidade profissional, Chaplin e Keaton pensavam muito um no
outro. Keaton afirmou em sua autobiografia que Chaplin foi o maior comediante
que já viveu, e o maior diretor de filmes de comédia. Chaplin também admirava
Keaton, tanto que o recebeu de braços abertos na United Artists em 1925,
aconselhou-o contra sua mudança desastrosa para a Metro-Goldwyn-Mayer em 1928
e, em seu último filme norte-americano, Limelight, escreveu uma parte
especialmente para Keaton como seu primeiro parceiro de comédia desde 1915.
Legado
Estátua
de bronze em Waterville, Condado de Kerry.
O
Vagabundo é provavelmente o personagem mais imitado em todos os níveis de
entretenimento.
De
1917 a 1918, o ator de cinema mudo Billy West fez mais de 20 filmes imitando
meticulosamente O Vagabundo, com maquiagem e figurino.[39]
No
filme indiano Punnagai Mannan, Kamal Haasan inspirou-se em Chaplin para
construir o personagem "Chaplin Chellappa".[40]
Em
1985, Chaplin foi homenageado com sua imagem em um selo postal do Reino Unido,
e em 1994 ele apareceu em um selo dos Estados Unidos, desenhado por
caricaturista Al Hirschfeld.
Na
década de 1980, a IBM produziu uma série de comerciais com um imitador de
Chaplin para divulgação de seus computadores.
John
Woo dirigiu uma paródia do filme The Kid, intitulado Hua ji shi dai (1981),
também conhecido como Laughing Times.
O
asteróide 3623 Chaplin, descoberto pela astrônoma soviética Lyudmila Georgievna
Karachkina em 1981, foi batizado em homenagem a Chaplin.[41]
Em
1992, foi feito um filme sobre a vida de Charlie Chaplin, intitulado Chaplin,
dirigido por Richard Attenborough e estrelado por Robert Downey Jr. e Geraldine
Chaplin, a filha de Chaplin na vida real, interpretando sua própria avó. O
filme foi indicado ao Oscar de Melhor Ator (Downey Jr.), Melhor Direção de Arte
e Melhor Trilha Sonora.
Em
2001, o comediante britânico Eddie Izzard interpretou Chaplin no filme The
Cat's Meow, de Peter Bogdanovich, que especula sobre o caso ainda não resolvido
da morte do produtor cinematográfico Thomas Ince durante uma festa em um iate
bancada por William Randolph Hearst, na qual Chaplin era um dos convidados.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin
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