Rajneesh Chandra Mohan Jain (रजनीश चन्द्र मोहन जैन) (Kuchwada, Índia, 11 de Dezembro
de 1931 — Pune, Índia, 19 de Janeiro de 1990) foi líder religioso de uma seita
de tradições dármicas, mestre na arte da meditação e do despertar da
consciência. Apesar de sua formação e docência acadêmica em filosofia, além de
ter sido campeão em debates, ele não se considerava um filósofo, mas sim um
místico, pois seu principal propósito era o desenvolvimento da consciência, o
autoconhecimento, através da meditação. Durante a década de 1970, foi conhecido
pelo nome de Bhagwan Shree Rajneesh e, mais tarde, como Osho.
Foi durante toda a sua vida uma
figura extremamente polêmica, em boa parte, porque ele próprio raramente
procurava apaziguar ou evitar conflitos. Nunca foi um moralista, enfatizando
sempre a consciência individual e a responsabilidade de cada um por si mesmo.
Não considerava o ato sexual como um tabu, tendo uma postura bastante liberal a
esse respeito. Durante sua vida, foi perseguido em diversos países onde esteve,
inclusive em sua terra natal.
Filho mais velho de um modesto
mercador de tecidos, passou os sete primeiros anos de sua infância com seus
avós, que lhe davam absoluta liberdade para fazer o que bem quisesse, apoiando
suas precoces e intensas investigações sobre a verdade da vida. Desde cedo, foi
um espírito rebelde e independente, desafiando os dogmas religiosos, sociais e
políticos, e insistindo em buscar a verdade por si mesmo, ao invés de adquirir
conhecimentos e crenças impingidos por outros.[carece de fontes]
Sua intensa busca espiritual
chegou a afetar sua saúde a ponto de seus pais e amigos recearem que ele não
vivesse por muito tempo. Após a morte do avô, Osho foi viver com seus pais em
Gadawara. Sua avó mudou-se para a mesma cidade, permanecendo como sua mais
dedicada amiga até a morte em 1970, tendo se declarado discípula do
neto.[carece de fontes]
Universidade e discursos públicos
Aos 21 anos de idade, no dia 21 de
março de 1953, Osho alcançou aquilo que afirmava ser a iluminação (estado de
consciência livre, também chamado de samadhi no oriente). Este seria o mesmo
estado em que teriam vivido Jesus, Buda e outros mestres iluminados. Com sua
iluminação, ele disse que sua biografia externa terminara. Nessa oportunidade,
comentou: "Não estou mais buscando, procurando por alguma coisa. A existência
abriu todas as suas portas para mim. Nem ao menos posso dizer que pertenço à
existência, porque sou simplesmente uma parte dela... Quando uma flor
desabrocha, desabrocho com ela. Quando o Sol se levanta, levanto-me com ele. O
ego em mim, o qual mantém as pessoas separadas, não está mais presente. Meu
corpo é parte da natureza, meu ser é parte do todo. Não sou uma entidade
separada."[carece de fontes]
Osho graduou-se em Filosofia na
Universidade de Sagar, com as honras de "primeiro lugar". Na época de
estudante foi campeão nacional de debates na Índia. Em 1966, depois de nove
anos limitado pela função de professor de filosofia na Universidade de
Jabalpur, abandonou o cargo e passou a viajar por todo país, dando palestras,
desafiando líderes religiosos ortodoxos em debates públicos, desconcertando as
crenças tradicionais e chocando o status quo.[carece de fontes]
Em 1968, ainda com seu primeiro
nome espiritual, Bhagwan Shree Rajneesh, estabeleceu-se em Bombaim, onde morou
e ensinou por alguns anos. Organizou regularmente "campos de
meditação", onde introduziu a sua revolucionária Meditação Dinâmica. Em
1974, inaugurou o ashram de Poona, e sua influência já atinge o mundo inteiro.
Ao mesmo tempo, sua saúde se fragilizava seriamente.[carece de fontes]
Osho se recolhia cada vez mais à
privacidade de seus aposentos, aparecendo apenas duas vezes por dia em suas
palestras matinais e, à noite, em sessões de aconselhamento e iniciação.[carece
de fontes]
Comunidade no Oregon
Em maio de 1981, Osho parou de
falar e iniciou uma fase de "comunhão silenciosa de
coração-a-coração", enquanto seu corpo, seriamente doente, com graves
problemas de coluna, descansava. Tendo em vista a possibilidade de que fosse
necessária uma cirurgia de emergência, Osho foi levado aos Estados Unidos. Seus
discípulos americanos compraram um rancho no deserto do Oregon e convidaram-no
a ir para lá, onde recuperou-se rapidamente.[carece de fontes]
Uma comuna logo estabeleceu-se ao
seu redor, formando a cidade de Rajneeshpuram. Em outubro de 1984, Osho voltou
a falar a pequenos grupos e, em julho de 1985, reiniciava seus discursos a
milhares de buscadores, todas as manhãs.[carece de fontes]
A partir de 2018, a Netflix passou
a exibir o documentário Wild Wild Country, que conta a história dos seguidores
de Rajneesh no Oregon.[1]
Ataque bioterrorista
Em 1984 o culto entrou em conflito
com os moradores locais e a comissão do condado.[2] Ma Anand Sheela, uma das
líderes da seita de Osho, tentou influenciar a eleição de novembro e ocupar as
duas vagas abertas com seus seguidores[3][4] através da busca de centenas de
moradores de rua de cidades próximas para registra-los como eleitores do
condado. Mais tarde, quando esse esforço fracassou,[5][6] Sheela conspirou, em
1984, para usar "bactérias e outros métodos para deixar as pessoas
doentes" e impedi-las de votar.[7][8] Como resultado, seguidores da seita
infectaram as saladas de dez restaurantes locais com salmonela e cerca de 750
pessoas ficaram doentes.[3][9][10]
Em 13 de setembro, 1985, Sheela
deixou a comunidade e foi para a Europa.[11][12] Alguns dias mais tarde,
Rajneesh a "acusou de incêndio criminoso, escutas telefônicas, tentativa
de homicídio e envenenamento em massa."[11] Ele também afirmou que Sheela
tinha escrito o Livro de Rajneeshism e o publicado em seu nome.[13]
Posteriormente vestes de Sheela e 5 mil exemplares do livro foram queimados em
uma fogueira na comunidade.[13]
Depois que as autoridades
norte-americanas encontraram redes de escuta telefônica e um laboratório de
bioterrorismo na casa de Sheela no Oregon,[11] ela foi presa na Alemanha
Ocidental, em outubro de 1986. Ela foi processada pelo crime de
envenenamento,[14] condenada a 20 anos em prisão federal[15] e multada em 470
mil dólares.[14][16] Rajneesh disse que ordenou a queima de livros para livrar
a seita dos últimos vestígios da influência de Sheela, cujas vestes foram
jogadas na fogueira.[17] O ataque salmonela foi o primeiro caso de terrorismo
químico ou biológico ocorrido nos Estados Unidos.[18]
Prisão
Em 23 de outubro de 1985, um júri
federal indiciou Osho e vários outros discípulos de conspiração para fugir das
leis de imigração.[19] Em 28 de outubro de 1985, Osho e um pequeno número de
sannyasins a acompanhá-lo foram presos a bordo de um Learjet alugado em uma
pista de pouso na Carolina do Norte; de acordo com autoridades federais, o
grupo estava a caminho de Bermuda para evitar processos.[20] Cerca de 58 mil
dólares em dinheiro, além de 35 relógios e pulseiras de 1 milhão de dólares
foram encontrados na aeronave.[21][22]
Depois de inicialmente suplicar
inocência de todas as acusações e ser libertado sob pagamento de fiança Osho, a
conselho de seus advogados, entrou em um tipo de confissão por meio do qual um
suspeito não admite a culpa diretamente, mas admite que há provas suficientes
para condená-lo. A acusação era ter uma intenção oculta de ficar
permanentemente nos Estados Unidos no momento de sua solicitação original de
visto em 1981 e uma acusação de ter conspirado para que seus seguidores
entrassem em casamentos fictícios para adquirir o green card.[21][22] Sob o
acordo de seus advogados fizeram com o Ministério da US foi-lhe dada uma pena
suspensa de 10 anos, com liberdade condicional de cinco anos e uma multa de 400
mil dólares, além de concordar em deixar os Estados Unidos e não retornar por
pelo menos cinco anos sem a permissão do Procurador-Geral dos Estados
Unidos.[22][23][24][25]
Retorno à Índia
Deixando o país no mesmo dia, Osho
voou para a Índia, onde permaneceu em repouso nos Himalaias. Uma semana mais
tarde, a comuna do Oregon resolveu dispersar-se. Nessa época, Osho enfrentou
dificuldades para poder fixar-se num lugar pois, onde quer que tentasse
estabelecer-se, tinha sua permanência negada pelas autoridades, por o que seus
seguidores acreditam ser uma clara influência do governo norte-americano. Ao
todo, 21 países o expulsaram ou negaram o visto de entrada.[carece de fontes]
Os seus discípulos garantem que,
depois de expulso dos Estados Unidos, Osho não conseguiu qualquer visto para
permanência nos países que visitou após o incidente, devido a pressões
norte-americanas. Alegam que nenhuma das acusações feitas tem consistência
objetiva - fruto apenas do temor e ódio das instituições representadas pelo
governo norte-americano, referem os seus discípulos.
epresentando sempre uma ameaça às
tradições religiosas e políticas, foi impedido de entrar em vários países. Foi
expulso da Grécia. Foi impedido preventivamente pelo parlamento Alemão de
entrar nesse país mesmo sem nunca ter pedido visto de entrada e nem demonstrado
interesse nisso. Somente conseguiu aterrisar seu avião na Inglaterra porque seu
piloto alegou ter um doente a bordo.[carece de fontes]
Em julho de 1986, Osho voltou a
Bombaim, na Índia, onde ficou hospedado por seis meses na casa de um amigo
indiano. Na privacidade da casa de seu anfitrião, ele retornou aos seus
discursos diários.[carece de fontes]
Em janeiro de 1987, mudou-se para
o seu ashram em Poona, onde vivera a maior parte dos anos 1970. Imediatamente
após sua chegada, o chefe de polícia de Poona ordenou-lhe que deixasse a
cidade, sob a alegação de que era uma "pessoa controversa" que
poderia "perturbar a tranquilidade da cidade". Tal ordem foi revogada
no mesmo dia pela Suprema Corte de Bombaim.[carece de fontes]
Osho faleceu em 19 de janeiro de
1990. Algumas semanas antes dessa data, foi-lhe perguntado o que aconteceria
com seu trabalho quando ele partisse. Ele disse: "Minha confiança na
existência é absoluta. Se houver alguma verdade naquilo que estou dizendo, isso
irá sobreviver... As pessoas que permanecerem interessadas em meu trabalho irão
simplesmente carregar a tocha, mas sem impor nada a ninguém..."[carece de
fontes]
Filosofia
O pensamento de Rajneesh está
exposto em mais de mil livros que podem elucidar sobre a sua filosofia. Segundo
referem os seus admiradores, Osho não pretendia impor a sua visão pessoal nem
estimular conflitos. Enfatizou, pelo contrário, a importância de se mergulhar
no mais profundo silêncio, pois somente através da meditação se poderia atingir
a verdade e o amor, guiada pela consciência individual, sem intermediários como
sacerdotes, políticos, intelectuais ou ele mesmo. Transmitia, pois, uma
mensagem otimista que apontava para um futuro onde a humanidade deixaria o
plano da inconsciência e, por conseqüência, a destruição, o medo e o desamor,
já que cada um seria o buda de si próprio, recordando aquilo que a consciência
imediata esqueceu. Segundo esta visão, a humanidade parece-se a um conjunto de
cegos guiados por outros cegos (imagem que também faz parte do ideário cristão,
com algumas diferenças).[carece de fontes]
Os seus seguidores reconhecem-no
como uma das figuras mais importantes da história da humanidade, sendo
injustiçado pela humanidade ignorante. No seu trabalho, Osho falou praticamente
sobre todos os aspectos do desenvolvimento da consciência humana. Seus
discursos para discípulos e buscadores de todo o mundo foram publicados em mais
de 650 títulos e traduzidos para mais de trinta línguas.[carece de fontes]
Todo o trabalho de Osho é de
desconstrução e silêncio. Desconstrução de dogmas arcaicos e amarras
psicológicas que aprisionam e limitam o ser humano. Segundo Osho, todo o
planeta (com raras exceções) está doente. Mas é uma doença autoimposta.
Liberdade seria, em sua visão, o fundamento de um homem auto-realizado e digno.
O silêncio, por sua vez seria a comunhão da criatura com sua essência divina e
pura, sendo reencontrado pela meditação, onde o homem experimenta seu
verdadeiro ser.[carece de fontes]
De Sigmund Freud a Chuang Tzu, de
George Gurdjieff a Buda, de Jesus Cristo a Rabindranath Tagore, Osho extraiu,
de cada um, o que seria a essência do que acreditava ser significativo na busca
espiritual do homem, baseando-se não apenas na compreensão intelectual, mas na
sua própria experiência existencial.[carece de fontes]
Ao dizer, por exemplo, que "o
orgasmo sexual oferece o primeiro vislumbre da meditação porque, nele, a mente
para, o tempo para", a mídia o apelidou de "guru do sexo".
Quando se descobriu a causa da aids, Osho determinou que seus discípulos
fizessem o teste de HIV. Pioneiro, recomendou usar camisinha e luvas de látex
na hora do sexo, coisas ridicularizadas na época. Para A. Racily, que conviveu
com Osho, o guru queria apenas que o sexo não fosse renegado. Ela diz que nunca
houve orgias na comunidade e que esses boatos vinham de quem queria se
aproveitar da liberdade sexual.[26]
Legado
Para os seus discípulos, seus
ensinamentos levam à realização da liberdade pessoal, através da percepção
individual das amarras aprisionadoras das tradições e das autoridades
estabelecidas. Embora Osho nunca tenha escrito nenhum livro, 650 títulos em 57
idiomas foram criados e têm sido publicados a partir de transcrições de seus
discursos e palestras.[carece de fontes]
Os livros baseados em suas
palavras até hoje fazem muito sucesso em muitos países, inclusive no Brasil,
país que possui um ativo grupo de discípulos e de simpatizantes, espalhados em
muitos dos grandes centros e em algumas comunidades mais afastadas. Alguns dos
discípulos exercem algum tipo de atividade terapêutica alternativa e divulgam
suas principais meditações, como a chamada Osho Meditação Dinâmica e a Osho
Meditação Kundalini, que são marcas registradas, protegidas por direitos
autorais. Alguns leigos dizem tratar-se de um exercício aeróbico que promove
embriaguez por hiperventilação. Pessoas que já tiveram experiência pessoal
nessas técnicas, no entanto, afirmam que a hiperventilação, a catarse
consciente e os movimentos intensos e danças lúdicas presentes nas mesmas não
causam nenhuma embriaguez, mas somente oxigênio em maior quantidade e liberação
emocional consciente que traziam disposição física durante para cuidar das
atividades da vida.[carece de fontes]
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Fonte: Wikipédia
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