Assis
Chateaubriand
Francisco
de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, mais conhecido como Assis
Chateaubriand ou Chatô, (Umbuzeiro, 4 de outubro de 1892 — São
Paulo, 4 de abril de 1968) foi um jornalista, empresário, mecenas e
político destacando-se como um dos homens públicos mais influentes
do Brasil nas décadas de 1940 e 1960.[1] [2] Foi também advogado,
professor de direito,[3] escritor[4] e membro da Academia Brasileira
de Letras.[5]
Chateaubriand
foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos
1930 e início dos anos 1960, dono dos Diários Associados, que foi o
maior conglomerado de mídia da América Latina, que em seu auge
contou com mais de cem jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e
agência telegráfica. Também é conhecido como o co-criador
e fundador, em 1947, do Museu de Arte de São Paulo (MASP), junto
com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada
da televisão ao Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de
TV do país, a TV Tupi. Por seu empenho contra a entrada do
capital estrangeiro no país e seu nacionalismo econômico foi visto
como ameaça pela CIA que financiou Roberto Marinho depois que uma
empresa de SP não lhe fez aliança (talvez por que na altura não
enxergou o impacto que uma capitalização daquele tamanho para sair
do sector impresso para a televisão fosse causar mesmo na história
da geoconcentração midiática no contexto do país).[6] Foi Senador
da República entre 1952 e 1957.[7]
Figura
polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand já foi
chamado de Cidadão Kane brasileiro,[8] [9] e acusado de falta de
ética por supostamente chantagear empresas[10] que não anunciavam
em seus veículos e por insultar empresários com mentiras, como o
industrial Francisco Matarazzo Jr .[11] [12] Seu império teria sido
construído com base em interesses e compromissos políticos,[13]
incluindo uma proximidade tumultuada porém rentosa com o Presidente
Getúlio Vargas.[14]
Biografia
Filho
de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim,
foi batizado Francisco de Assis por ter nascido no dia dedicado ao
santo, a quem a mãe era devota. O nome "Chateaubriand" tem
origem na admiração do pai pelo poeta e pensador francês
François-René de Chateaubriand, a ponto de comprar uma escola em
meados do século XIX, na região de São João do Cariri, dando-lhe
o nome do pensador francês. Logo, Francisco José passou a ser
conhecido na região como "seu José do Chateaubriand",
que, por corruptela, derivou para "José Chateaubriand". O
nome ficou tão vinculado a Francisco José que ele batizou seus
filhos com o sobrenome francês.[15]
último dia da TV Tupi
Chateaubriand
casou-se uma vez apenas, com Maria Henriqueta Barroso do Amaral,
filha do juiz Zózimo Barroso do Amaral. Teve três filhos: Fernando,
Gilberto e Teresa.[16] Em 1934 desquitou-se e uniu-se a uma jovem de
nome Corita, com quem teve uma filha, Teresa, que decidida a deixar
Chatô, levou a filha com ela. Chatô consegue sequestrar a própria
filha, assumindo a paternidade e, com o apoio de Getúlio Vargas,
obtém o pátrio poder.
As
relações de Chatô, especialmente com os filhos, são conturbadas e
repletas de grandes conflitos e separações radicais. [17]
Carreira
Nascido
na Paraíba, formado pela Faculdade de Direito do Recife. A
estreia no jornalismo aconteceu aos quinze anos, na Gazeta do Norte,
escrevendo para o Jornal Pequeno e para o veterano Diário de
Pernambuco. Neste, enfrentou uma situação inusitada: teve que
dormir na redação do jornal, chegando a pegar em armas, para se
defender da multidão que se empoleirava à frente do jornal em
protesto contra a vitória do candidato Francisco de Assis Rosa e
Silva (proprietário do jornal). Em 1917, já no Rio de Janeiro,
colaborou para o Correio da Manhã, em cujas páginas publicaria
impressões da viagem à Europa que realizou em 1920.
Câmara Aberta -=- Assis Chateaubriand (Chatô) - Ana Leal
Em
1924, assumiu a direção d'O Jornal – denominado "órgão
líder dos Diários Associados" – e, no mesmo ano, consegue
comprá-lo graças a recursos financeiros fornecidos por alguns
"barões do café" liderados por Carlos Leôncio de
Magalhães (Nhonhô Magalhães), e por Percival Farquhar, de quem
Chateaubriand, alegadamente, teria recebido como honorários
advocatícios. Substituiu artigos monótonos por reportagens
instigantes e deu certo. A partir de então, começou a constituir
um império jornalístico, ao qual foi agregando importantes jornais,
como o Diário de Pernambuco, o jornal diário mais antigo da América
Latina, e o Jornal do Comércio, o mais antigo do Rio de Janeiro. No
ano seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite, de São Paulo. À
altura, já possuía os jornais líderes de mercado das principais
capitais brasileiras.
A
ascensão do império jornalístico de Assis Chateaubriand deve ser
entendida no quadro das transformações políticas do Brasil durante
as décadas de 1920 e 1930, quando o consenso político oligárquico
e fechado da República Velha, centrado em torno da elite agrária de
São Paulo, começou a ser contestado por elites burguesas emergentes
da periferia do país; não é uma coincidência que Chateaubriand
tenha apoiado o movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio
Vargas ao poder, assim como, durante toda sua vida, tenha
fanfarroneado a condição de provinciano que chegou ao centro do
poder como uma espécie de bucaneiro político. A ética quase
nunca constava da estratégia empresarial: chantageava as empresas
que não anunciassem em seus veículos, publicava poesias dos maiores
anunciantes nos diários e mentia descaradamente para agredir os
inimigos. Farto de ver o nome na lista de insultos, o
industrial Francisco Matarazzo ameaçou "resolver a questão à
moda napolitana: pé no peito e navalha na garganta".
Chateaubriand devolveu: "Responderei com métodos paraibanos,
usando a peixeira para cortar mais embaixo". Foi também
inimigo declarado de Rui Barbosa e de Rubem Braga. Apesar disso,
Chatô teve relação cordiais (e sempre movidas a interesses
econômicos) com muitas pessoas influentes: Francisco Matarazzo,
Rodrigues Alves, Alexander Mackenzie (presidente do poderoso truste
canadense de utilidades públicas São Paulo Tramway, Light and Power
Company), o empresário americano Percival Farquhar e Getúlio
Vargas.
Durante
o Estado Novo, consegue de Getúlio Vargas a promulgação de um
decreto que lhe dá direito à guarda de uma filha, após a separação
da mulher. Nesse episódio, profere uma frase célebre: "Se a
lei é contra mim, vamos ter que mudar a lei". Em 1952, é
eleito senador pela Paraíba e, em 1955, pelo Maranhão, em duas
eleições escandalosamente fraudulentas.
Caracterizou-se,
muito embora fosse um representante típico da burguesia nacional
emergente da época, pelas posturas pró-capital estrangeiro e
pró-imperialismo, primeiro o britânico, depois o americano: além
de muito ligado aos interesses da City londrina (a escandalosa
embaixada na Inglaterra, na década de 1950, foi a realização de um
velho sonho pessoal), conta a anedota que ele teria uma vez dito que
o Brasil, perante os EUA, estava na condição de uma "mulata
sestrosa" que tinha de aceder às vontades dos seu gigolô. Era
temido pelas campanhas jornalísticas que movia, como a em defesa do
capital estrangeiro e contra a criação da Petrobrás.
Chateaubriand
sempre buscou adquirir novas tecnologias para os Diários Associados.
Foi assim com a máquina Multicolor, a mais moderna máquina rotativa
da época, sendo o grupo de Chateaubriand o primeiro e único a
possuir uma por longo tempo, na América Latina; foi assim também
com os serviços fotográficos da Wide World Photo, que possibilitava
a transmissão de fotos do exterior com uma rapidez muito maior do
que possuía qualquer outro veículo nacional. O mesmo se deu com a
publicidade: grandes contratos de exclusividade para lançamento de
produtos com a General Electric e para o pó achocolatado Toddy,
cujos anúncios estavam sempre nas paginas dos jornais e revistas. A
orientação publicitária de Chateaubriand para seus veículos
começou a funcionar tão bem que os jornais dos Diários Associados
passaram a anunciar os mais diversos produtos e serviços, desde
modess a cheques bancários, algo tido como inédito na década de
1930, no Brasil.
Publicou
mais de 11870 artigos assinados nos jornais, dando oportunidades a
escritores e artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes
da literatura, do jornalismo e da pintura, como: Graça Aranha,
Millôr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari
e outros.
Presidiu,
entre 1941 e 1943, a Federação Nacional da Imprensa (FENAI -
FAIBRA).
Com
o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e
focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Pioneiro
na transmissão de televisão brasileira, cria a TV Tupi, em 1950. Na
década de 1960, os jornais atolavam-se em dívidas e trocavam as
grandes reportagens por matérias pagas. Dois dos veículos de
comunicação lançados no início da década de 1960 por Assis
Chateaubriand, o jornal Correio Braziliense e a TV Brasília, foram
fundados em 21 de abril, no mesmo dia da fundação de
Brasília.
Trabalha
até o final da vida, mesmo depois de uma trombose ocorrida em 1960,
que o deixa paralisado e capaz de comunicar-se apenas por balbucios e
por uma máquina de escrever adaptada. Em 1968, morria
Chateaubriand, velado ao lado de duas pinturas dos grandes mestres:
um cardeal de Ticiano e um nu de Renoir, simbolizando, segundo o
protegido, o arquiteto italiano e organizador do acervo do MASP
Pietro Maria Bardi, as três coisas que mais amou na vida: O poder, a
arte e a mulher pelada. Morreu também com o império se esfacelando
e com o surgimento do reinado de Roberto Marinho.
Foi
um dos homens mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e de
1950 em vários campos da sociedade brasileira. Assis
Chateaubriand criou e dirigiu a maior cadeia de imprensa do país, os
Diários Associados: 34 jornais, 36 emissoras de rádio, 18 estações
de televisão, uma agência de notícias, uma revista semanal (O
Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias revistas infantis
(iniciada com a publicação da revista em quadrinhos O Guri em
1940), e a editora O Cruzeiro[18] .
Deixou
os Diários Associados para um grupo de vinte e dois funcionários,
atualmente liderados por Álvaro Teixeira da Costa. O Condomínio
Acionário das Emissoras e Diários Associados é, conjuntamente, o
terceiro maior grupo de comunicações do país. Tendo como
carro chefe cinco jornais em grandes cidades do Brasil, líderes em
suas respectivas praças (dos quinze que ainda restam).
Projetos
culturais
Em
1941, promoveu a Campanha nacional da aviação, com o lema "Deem
asas ao Brasil", na qual foi criada a maioria dos atuais
aeroclubes pelo interior do Brasil, juntamente com Joaquim Pedro
Salgado Filho, então Ministro da Guerra do governo Vargas.[19] Com o
suicídio de Getúlio Vargas, assume a cadeira 37 da Academia
Brasileira de Letras.
Funda
o Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 1947, com uma coleção
particular de pinturas de grandes mestres europeus que ele adquiriu a
preços de ocasião na Europa empobrecida do pós-Segunda Guerra
Mundial (em aquisições por vezes financiadas à base de chantagem
de empresários brasileiros), coleção esta que o presidente
Juscelino Kubitschek havia tido o bom senso de, durante seu governo,
colocar sob a gestão de uma fundação, em troca de auxílio
governamental ao pagamento de parte da astronômica dívida do
Condomínio Associado.
Em
10 de agosto de 1967, Assis Chateaubriand entregou ao reitor da
Fundação Universidade Regional do Nordeste (hoje Universidade
Estadual da Paraíba – UEPB), Edvaldo de Souza do Ó, o primeiro
acervo do Museu Regional de Campina Grande, localizado em Campina
Grande, Paraíba. O acervo foi chamado de "Coleção Assis
Chateaubriand", com cento e vinte peças. A partir de então, o
museu passou a ser chamado de "Museu de Artes Assis
Chateaubriand".
Assis
Chateaubriand morreu em 4 de abril de 1968, em São Paulo, depois
de uma pertinaz doença a que ele resistiu por longos anos,
continuando, mesmo paraplégico e impossibilitado de falar, a
escrever seus artigos. Era denominado DD nos primeiros 15 dias de
encubamento. Está sepultado no Cemitério do Araçá.
Representações
na cultura
Assis
Chateaubriand já foi retratado como personagem no cinema e na
televisão, interpretado por Luiz Ramalho no filme "Chateaubriand,
Cabeça de Paraíba"(2000) e por Antonio Calloni em trecho da
minissérie "Um Só Coração" (2004).
Filmes
Chatô,
o Rei do Brasil
Guilherme
Fontes adquiriu os direitos de adaptação para o cinema do livro
Chatô, o Rei do Brasil, de Fernando Morais. O projeto começou a ser
produzido em 1995, foi interrompido em 1999. O filme Chatô, o Rei do
Brasil, lançado em 2015, tem Marco Ricca no papel de Chateaubriand.
Em 2006, Fontes foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU)
a devolver 15 milhões de reais pela não-entrega da série de 36
documentários 500 Anos de História do Brasil. O tribunal julgou
irregulares as contas da Guilherme Fontes Filmes Ltda. Embora treze
episódios tenham sido produzidos e até mesmo exibidos no canal a
cabo GNT, a série, um subproduto do projeto Chatô, não havia sido
concluída.
Chateaubriand
– Cabeça de Paraíba
Marcos
Manhães Marins escreveu, dirigiu e concluiu o filme Chateaubriand –
Cabeça de Paraíba, em 2000, tendo sido selecionado para quinze
festivais e mostras no Brasil e no exterior, sendo uma na Bélgica e
outra na França. Foi exibido na TVE e na TV Cultura, na TV Senado,
Canal Brasil, TV O Norte na Paraíba, entre outras.
Enredos
de escola de samba
No
carnaval de 1999, o Acadêmicos do Grande Rio homenageou com o enredo
Ei, ei, ei, Chateau é o nosso rei! obtendo o 6.º lugar entre as
escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A Inocentes de
Belford Roxo também homenageou com o enredo Chatô – a fanfarra do
homem sério mais engraçado do Brasil, terminando em 2.º lugar
entre as escolas de samba do Grupo de Acesso B, quase perto de subir
para o Grupo de Acesso A.
Referências
Ir
para cima ↑ UOL Educação (biografias) – Assis Chateaubriand
Ir
para cima ↑ E-biografias.net – Francisco Chateaubriand
Ir
para cima ↑ Itaú Cultural – Enciclopédia – Assis
Chateaubriand
Ir
para cima ↑ Estante Virtual – livros escritos por Chateaubriand
Ir
para cima ↑ ABL – Biografia de Assis Chateaubriand
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para cima ↑ Netsaber (biografias) – Assis Chateaubriand
Ir
para cima ↑ Senado Federal – Senador Assis Chateaubriand
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para cima ↑ PDFlink sem parâmetros PDF Assis Chateaubriand e
Sílvio Santos: patrimônios da imprensa nacional – LIMA, Ana Paula
Pereira. Faculdade de Comunicação (Facom) da UFJF (Univ. Federal de
Juiz de Fora), 2001. (ver pág. 8)
Ir
para cima ↑ Diários Associados (Memória) – Assis Chateaubriand
(2008)
Ir
para cima ↑ http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u774.jhtm
UOL Educação (op.cit.)
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para cima ↑ Revista Isto É – "O brasileiro do século"
(categoria Comunicação, 2º lugar)
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para cima ↑ Revista Dinheiro Online – Jagunço da notícia: Assis
Chateaubriand Edição 122, 29 dez. 1999.
Ir
para cima ↑ Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) –
biografias – Chateaubriand
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para cima ↑
http://www.terra.com.br/dinheironaweb/122/assis_chateaubriand.htm
Revista Dinheiro (op.cit.)
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para cima ↑ Morais, p. 30-1
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para cima ↑ Chateaubriand:casamento
Ir
para cima ↑ Biografia
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para cima ↑ Gonçalo Junior Editora Companhia das Letras, A guerra
dos gibis: a formação do mercado editorial brasileiro e a censura
aos quadrinhos, 1933-1964, 2004. ISBN 8535905820
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para cima ↑ http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u774.jhtm
Bibliografia
MORAIS,
Fernando. Chatô - O Rei do Brasil. Cia das Letras: São Paulo, 1994,
13.ª edição
ROMERO,
Aberlado. Chatô – A Verdade como Anedota. Editora Image. Rio de
Janeiro, 1969.
MELLO,
Philippe Bandeira de; TROTTA, Fredimio B.; CHATEAUBRIAND, Fernando
Henrique. Chatô Resgatado.
Fonte:
Wikipédia
A
SAMEAC foi criada na década de 1960, a partir de uma campanha
popular idealizada pelos Diários e Rádios Associados do Ceará,
para a construção da Maternidade Popular (Escola) Assis
Chateaubriand. Os trabalhos de construção da obra foram realizados
com a supervisão e o controle da Sociedade Pró-Construção da
Maternidade Escola de Fortaleza, então constituída com aquela
finalidade. Em dezembro de 1964, quando encerrada a construção da
Maternidade Escola, a Sociedade não dispunha de recursos para
mantê-la em perfeito funcionamento.
Assim,
transferiu para a Universidade Federal do Ceará -UFC, mediante
doação, o imóvel mencionado. Naquela ocasião, o hospital passou a
ser denominado de Maternidade Escola Assis Chateaubriand, em
homenagem ao fundador dos Diários e Rádios Associados. Quando os
objetivos da Sociedade Pró-Construção da Maternidade Escola de
Fortaleza foram encerrados, a mesma foi transformada, por deliberação
de seus associados, em Sociedade de Assistência a Maternidade Escola
Assis Chateaubriand (SAMEAC).
Na
mesma ocasião ficou estabelecido que a SAMEAC seria dirigida por um
Conselho Administrativo. Diante da necessidade de colocar a
Maternidade Escola Assis Chateaubriand em funcionamento, em janeiro
de 1965 foi celebrado o primeiro Convênio entre a UFC e a SAMEAC,
que estabelecia que a Sociedade assumiria a responsabilidade de
administrar a Maternidade, devendo a UFC pagar um valor certo que
cobririam as despesas com o corpo médico e administrativo, além da
manutenção de outros serviços. Este Convênio vigorou até 15 de
maio de 1973.
Em
16 de maio de 1973, celebrou-se um novo Convênio entre a UFC e a
SAMEAC, desta vez com um pacto acessório de comodato. No ano de 1974
a SAMEAC passou a assistir também ao Hospital Universitário Walter
Cantídio da UFC (HUWC), nos mesmos termos com os quais administrava
a MEAC.
Em
09 de abril de 1974 o Presidente do Conselho Nacional de Serviço
Social emitiu o Certificado de Fins Filantrópicos para a SAMEAC. Nos
anos seguintes o Governo do Estado do Ceará cedeu a UFC, a título
de comodato, o prédio onde funciona o Centro de Hematologia e
Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), com todo o material e equipamentos
nele contidos.
Passou
o HEMOCE a ser, também, administrado pela SAMEAC durante vários
anos, sendo que atualmente possui um Convênio para desenvolver
atividades técnico-operacionais, visando a disponibilização de
recursos humanos, treinamentos e cursos de capacitação. Em 1975 foi
firmado o Convênio de Prestação de Serviços entre a SAMEAC e o
Instituto de Previdência Social (INPS) com anuência da UFC, e em
1976 foi firmado novo Convênio, com aditamento posterior, ocorrido
em 1980, que perdurou até dezembro de 2002.
Na
data de 01 de janeiro de 2003, a UFC e a SAMEAC firmaram um Contrato
de Prestação de Serviços sendo obrigação da SAMEAC prestar
serviços de apoio complementar à manutenção e custeio do hospital
no que se refere a prestação de serviços assistenciais e de ações
básicas de saúde à população carente admitida para atendimento
na Maternidade Escola Assis Chateaubriand e no Hospital Universitário
Walter Cantídio. No decorrer dos últimos anos novos contratos têm
sido firmados entre a Universidade Federal do Ceará e a SAMEAC.
E
se tal situação tem se perpetuado, tem como motivo a qualidade dos
serviços prestados pela SAMEAC, bem como pela excelente execução
das atividades de seus profissionais. Outros contratos e convênios
foram firmados tendo a SAMEAC como parte.
A
SAMEAC se qualificou, tornando-se referência no que diz respeito a
prestação dos serviços executados nas entidades hospitalares da
UFC. É hoje celeiro de profissionais idôneos, de reconhecidas
qualidades, A SAMEAC jamais desvirtuou-se de sua missão precípua
que é apoiar na realização, na manutenção e no custeio da MEAC e
do HUWC, mantendo sempre profissionais com experiência singular na
área hospitalar, capazes de assegurar a boa execução dos serviços,
de forma a engrandecer o nome das entidades hospitalares da UFC.
Como
pode se observar até agora, a SAMEAC SEMPRE trabalhou no sentido de
assegurar às condições indispensáveis a prestação de serviços
assistenciais e de ações básicas de SAÚDE, para os cidadãos
menos favorecidos. Dada a natureza jurídica da sua prestação de
serviços, a SAMEAC obteve o Título de Utilidade Pública Federal
amparado no Decreto de 20 de agosto de 1969. Pelas mesmas razões,
manteve o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social
a partir do ano de 1971.
Conforme
amplamente explanado, a Sociedade de Assistência à Maternidade
Escola Assis Chateaubriand - SAMEAC, historicamente, vem prestando
serviços em saúde na Cidade de Fortaleza, beneficiando não apenas
os habitantes desta Capital, mas de municípios do interior do Estado
e, inclusive, de fora deste, tendo realizado suas atividades em
parceria, num conjunto de ações integradas, com a Maternidade
Escola Assis Chateaubriand, bem como com as demais Unidades
Hospitalares da Universidade Federal do Ceará.
Ressalte-se
que a história de atuação da SAMEAC pode ser confirmada pela
demonstração dos vários convênios celebrados com o poder público
no sentido de atender toda a demanda que busca assistência pela
Recorrente e suas unidades filiais.
Fonte:
SAMEAC
SOLIDARIEDADE AOS 700 TRABALHADORES(AS) DO HOSPITAL E MATERNIDADE DA UFC AMEAÇADOS DE DEMISSÃO.
ResponderExcluirREUNIÃO NESTA QUARTA. VAMOS LÁ, GALERA!
Companheiros(as)
Nesta quarta-feira, 03.01, às 16 horas, na Faculdade de Arquitetura da UFC, haverá uma reunião com várias entidades, integrantes de movimentos sociais e demais pessoas interessadas com o objetivo de discutir uma ampla campanha contra as demissões de cerca de 700 trabalhadores(as) do Hospital das Clínicas e Maternidade Escola da UFC, bem como de solidariedade aos 111 funcionários que, por decisão da reitoria, estão sem receber salários desde outubro, assim como o 13º, vales-transporte e vales-refeição.
Durante Audiência de Conciliação realizada no dia 27/01 na Justiça do Trabalho a UFC negou a possibilidade de um acordo amigável para prorrogar os contratos. O reitor não pensa em entendimento. Ele quer mais demissão. E a data está marcada: 18 de fevereiro. O Juiz da 7ª Vara da Justiça do Trabalho, Dr. Antônio Fortuna, marcou uma nova audiência para o dia 30 de março. (ver ata da audiência enviada em e-mail anterior).
A reunião objetiva também abrir uma discussão mais ampla sobre o questionamento ao papel da EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares no que se refere à Autonomia Universitária e aos Hospitais Universitários como unidades de Ensino, Pesquisa e Extensão.
A principal proposta é a convocação de uma Assembleia Geral da Comunidade Universitária para uma tomada de posição contrária à decisão do reitor de demitir os trabalhadores do Complexo Hospitalar. Outras propostas serão apresentadas na oportunidade.
Confiantes de contarmos com essa solidariedade, subscrevemo-nos.
Atenciosamente,
MDTS – Movimento em Defesa dos Trabalhadores da Saúde (SAMEAC/UFC)
Crítica Radical
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