[...] Pois estou convencido de que não podemos entender a classe a menos que a vejamos como uma formação
social e cultural, surgindo de processos que só podem ser estudados quando eles
mesmos operam durante um considerável período histórico. Nos anos de 1780 e
1832 os trabalhadores ingleses em sua maioria vieram a sentir uma identidade de
interesses entre si, e contra seus dirigentes e empregadores. Essa classe dirigente
estava, ela própria, muito dividida, e de fato só conseguiu maior coesão nesses
mesmos anos porque certos antagonismos se dissolveram (ou se tornaram
relativamente insignificantes) frente a uma classe operária insurgente.
Portanto, a presença operária foi, em 1832, o fator mais significativo da vida
política britânica.
(THOMPSON, Eduard P. A formação da classe operária inglesa. Parte
I - A árvore da liberdade. 3v. Coleção Oficinas da História. Tradução:
Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 09-14)
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