Quando as
urnas selarem a sorte das eleições gerais de 2002, o País estará completando
113 anos de eleições presidenciais diretas desde o levante militar chefiado
pelo marechal Deodoro da Fonseca que, em 15 de novembro de 1889, proclamou a
República brasileira.
Dos 34
presidentes que o País teve desde o início da República - sem contar as duas
juntas militares que cumpriram mandato-tampão nos anos 30 e 60 - somente 15
foram eleitos diretamente pela sociedade. Do pouco mais de um século de vida
republicana, 47 anos transcorreram em regime de exceção política ou sob o
comando de presidentes que, mesmo quando de origem democrática, foram eleitos
por via indireta.
A ordem da
votação em 2002 será:
- Deputado
Federal
- Deputado
Estadual
- Senador
-
Governados
-
Presidente
O que é
eleição?
Eleição é
a forma pela qual as pessoas em uma
sociedade escolhem politicamente candidatos ou partidos por meio do voto. O
uso das eleições no mundo atual tem
origem no século XVII, com o surgimento de governos representativos na Europa e
na América do Norte. Ela é utilizada tanto
para escolher um representante quanto para decidir uma questão. O conceito de eleição implica que os
eleitores sejam contemplados com alternativas e que possam escolher uma entre
várias propostas (ou representantes) designadas para resolver determinados
problemas públicos. A existência de
alternativas torna-se uma condição necessária para que a eleição seja
genuinamente democrática.
Em democracias representativas, eleições
realizadas periodicamente e com calendário definido servem não só para escolher
um líder, mas também para manter no cargo representantes que tenham exercido o
mandato de forma satisfatória para seus eleitores. Durante as vésperas da
eleição, candidatos e partidos expõem suas plataformas políticas, suas
realizações e suas intenções para o futuro. Esse período serve também para que
a sociedade discuta publicamente soluções para seus problemas e permite uma
troca de influência maior entre governo e governados.
Existem vários sistemas de contagem ou totalização
dos votos, desenvolvidos durante o século XX. O meio mais simples de decidir uma eleição é a regra da pluralidade, na
qual um candidato vence uma eleição por ter obtido mais votos que os outros
adversários. Sob a regra da maioria,
o partido ou o candidato que obtiver mais de 50% dos votos obtém o mandato ou
cargo específico. É preciso
totalizar mais votos que todo o conjunto dos adversários. Um problema que
ocorre com freqüência com a regra da maioria é que, em um sistema
multipartidário, a fórmula pode produzir um impasse se o candidato vencedor não
obtiver mais de 50% dos votos. A solução é realizar uma segunda eleição,
geralmente disputada entre os dois mais votados, para desfazer o impasse: o
segundo turno.
O sistema de votação, nas democracias
modernas, é padronizado. O voto secreto é utilizado para desencorajar práticas de pressão ou de influência no eleitorado,
tais como intimidação, coerção, suborno ou punição. O voto secreto é
realizado com o uso de cédulas, fichas
de papel que contém os nomes dos candidatos ou dos partidos que disputam a
eleição.
Urna
moderna - O Brasil passou a utilizar a
urna eletrônica nas eleições de 96. Diferente da eleição de 96, as novas urnas
eletrônicas são menores e apresentam teclas salientes no lugar de uma membrana
de plástico. Símbolos braile facilitarão o voto do eleitor cego.
História
das eleições
Durante o Império, apenas 1% da população tinha
condições de votar. Era necessário ter uma renda anual de 100 mil réis. O
equivalente a possuir 25 quintais (1,5 tonelada) de mandioca. Só podiam eleger
e ser eleitos homens livres, ou seja, além da limitação da renda, estavam
excluídos os escravos e as mulheres.
Durante a República Velha, presidentes foram eleitos
com mais de 90% dos votos. Era comum
a inexistência de votos nulos ou brancos. O pequeno eleitorado e a fraude
constante ajudavam os políticos da situação a bater recordes de
"popularidade". Rodrigues Alves atingiu o ápice: 99% dos votos
apurados na eleição presidencial de 1918. Não se viu coisa parecida nem na
extinta União Soviética. Morde-se de inveja o eterno presidente de Cuba,
Fidel Castro. Como nos regimes comunistas, não havia oposição. E quando havia,
era massacrada nas urnas. As cédulas
podiam ser manuscritas ou impressas em jornais. Ao eleitor bastava recortá-las,
colocá-las em um envelope e depositá-las na urna.
O voto
feminino, que só foi instituído em 1932, era reivindicação antiga, da época do
império. As urnas viram votos de mulheres a partir de 1935, pouco antes de
Getúlio Vargas fechar o Congresso e criar o Estado Novo, quando a eleição foi
abolida do cotidiano dos brasileiros. Um golpe apeou Getúlio do poder.
Ironicamente, Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de Vargas e seu candidato à
eleição presidencial de 46, foi eleito com a maior votação, descontadas as
aberrações da República Velha. Dutra chegou ao poder com 54,2% dos votos,
façanha que ainda não se repetiu.
O maior
período que os brasileiros passaram sem eleger diretamente um presidente foi de
29 anos, de 1960 a 1989. Mais de 70% dos eleitores que participaram da eleição
presidencial de Fernando Collor em 1989 não podiam votar em 1960, quando Jânio
Quadros foi eleito. Desde a eleição de 1989, o Brasil vive um período de
liberdade política jamais visto. A constituição de 1988 aumentou o número de eleitores,
permitindo que jovens entre 16 e 18 anos e analfabetos votassem, se quisessem,
e tornou o voto facultativo para os idosos com mais de 70 anos.
Constituição
- A atual Lei Eleitoral é ainda remanescente do último período ditatorial,
acrescida das modificações instituídas pela Constituição de 1988. Ela ampliou o
quadro de eleitores, permitindo o voto facultativo a jovens entre 16 e 18 anos
e analfabetos. Desde então as eleições se tornaram parte do cotidiano
brasileiro e houve até um impeachment presidencial, sem que a democracia fosse
comprometida por isso.
Saiba mais
em:
http://www.estado.estadao.com.br/edicao/encarte/eleicoes/98/historia.html
http://busca.estadao.com.br/ext/eleicoes2002/historia/
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