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domingo, 19 de janeiro de 2014

Anos de cultura heroica - 1820/1830 - Trabalhadores na Inglaterra

“Esses homens encontraram o utilitarismo em suas vidas diárias, e procuraram fazê-lo recuar, não cegamente, mas com inteligência e paixão moral. Lutaram, não contra a máquina, mas contra as relações exploradoras e opressivas intrínsecas ao capitalismo industrial. [...] Assim, esses anos às vezes mostram não um desafio revolucionário, mas um movimento de resistência, onde tanto os românticos como os artesãos radicais se opunham à enunciação do Homem Aquisitivo. No fracasso de se chegar a um ponto de junção entre as duas tradições, algo se perdeu. O quanto foi, não podemos saber com certeza, pois estamos entre os perdedores.

Mas os trabalhadores não devem ser vistos apenas com as miríades de eternidade perdidas. Também nutriam, por cinquenta anos e com incomparável energia, a Árvore da Liberdade. Podemos agradecer-lhes por esses anos de cultura heroica.” 

(THOMPSON, Eduard P. A formação da classe operária inglesa. Parte II - A força dos trabalhadores. 2. ed. 3v. Coleção Oficinas da História. Tradução: Denise Bottmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 440)

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