“Esses
homens encontraram o utilitarismo em suas vidas diárias, e procuraram fazê-lo
recuar, não cegamente, mas com inteligência e paixão moral. Lutaram, não contra
a máquina, mas contra as relações exploradoras e opressivas intrínsecas ao
capitalismo industrial. [...] Assim, esses anos às vezes mostram não um desafio
revolucionário, mas um movimento de resistência, onde tanto os românticos como
os artesãos radicais se opunham à enunciação do Homem Aquisitivo. No fracasso
de se chegar a um ponto de junção entre as duas tradições, algo se perdeu. O
quanto foi, não podemos saber com certeza, pois estamos entre os perdedores.
Mas os
trabalhadores não devem ser vistos apenas com as miríades de eternidade
perdidas. Também nutriam, por cinquenta anos e com incomparável energia, a
Árvore da Liberdade. Podemos agradecer-lhes por esses anos de cultura heroica.”
(THOMPSON, Eduard P. A
formação da classe operária inglesa. Parte II - A força dos trabalhadores.
2. ed. 3v. Coleção Oficinas da História. Tradução: Denise Bottmann. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 440)
Nenhum comentário:
Postar um comentário