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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ONU vê contrastes entre negros e progresso do País

Foram constatadas desigualdades na educação, na Justiça, na segurança e até nos meios de comunicação
O Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Afrodescendentes apontou, ao encerrar visita de 10 dias ao Brasil, grande contraste entre a precariedade da situação dos negros e o elevado crescimento econômico do País.
A comitiva esteve em cinco cidades, reuniu-se com autoridades e representantes da sociedade civil, visitou favelas e quilombos. Em comunicado à imprensa, os especialistas da ONU destacaram que, entre negros e brancos, há desigualdades de acesso à educação, à Justiça, à segurança e a serviços públicos.
O grupo identificou também racismo “nas estruturas de poder, nos meios de comunicação e no setor privado”. Segundo os representantes da ONU, apesar de serem metade da população brasileira, os negros estão “subrrepresentados e invisíveis”. “Os afro-brasileiros não serão integralmente considerados cidadãos plenos sem justa distribuição do poder econômico, político e cultural”, disseram a francesa Mireille Fanon-Mendès-France e argelina Maya Sahli, integrantes do Grupo de Trabalho. Elas apresentaram à imprensa conclusões preliminares, que vão compor um relatório com recomendações ao governo brasileiro.

Mireille e Maya reconheceram o esforço do Governo brasileiro para enfrentar o problema, citando a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, aprovado em 2010, depois de 10 anos de tramitação, e a decisão favorável do STF em relação às cotas nas universidades. Outra ação elogiada foi o projeto de lei que reserva vagas para negros no serviço público.
Para as especialistas, no entanto, o caminho para o fim do racismo e da discriminação pela cor de pele no Brasil é longo: “Não é que o Governo não esteja fazendo o suficiente. Ele faz o que é possível. A correlação de forças é que ruim”, afirmou Mireille. No projeto de lei apresentado ao Congresso Nacional, o Governo propõe que 20% das vagas dos concursos públicos sejam reservadas para pretos e pardos. A proposta recebeu emendas de deputados que sugeriram a reserva para 50% das vagas, com objetivo de se aproximar do total de negros na população brasileira, 50,7%, e para o preenchimento de cargos em comissão.
O grupo da ONU, que esteve no Brasil a convite do Governo federal, passou por Brasília, Recife, Salvador e São Paulo. A viagem terminou no Rio de Janeiro e o relatório conclusivo será apresentado no ano que vem. (das agências de notícias)

Fonte: O Povo

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