Depois de
muita pressão do movimento feminista, o vereador paulistano Alfredinho (PT)
retirou nesta quinta-feira(23) o projeto de lei que propunha a criação de
ônibus e vagões de trens exclusivos para o transporte de mulheres, em pelo
menos metade da frota, nos horários de pico dos dias úteis. A ideia, segundo o
vereador, era proteger o público feminino do assédio sexual no transporte
público.
Os
movimentos organizados de mulheres, no entanto, consideraram o projeto
segregacionista e superficial, uma vez que não apresentava proposta educativa
ou de punição aos homens pela prática do assédio.
No lugar
do projeto, batizado de “ônibus rosa”, será criada uma comissão para discutir
políticas públicas contra o assédio sexual e a violência sofridos no transporte
público. Entre os integrantes dessa comissão estão a CUT São Paulo, a Marcha
Mundial de Mulheres e a Marcha das Vadias, entre outras organizações. Também
participarão as secretarias municipais de Transportes e de Políticas para
Mulheres.
“A mulher,
que tem dupla jornada e volta tarde para casa, não pode ficar nas ruas
esperando por um ônibus rosa”, criticou Sonia Auxiliadora, secretária da Mulher
Trabalhadora da CUT/SP, durante a sessão da Câmara de ontem.
Representando
a Marcha das Vadias de São Paulo, Gabriela Alves disse que o PL reforça a
cultura de responsabilização das vítimas.
“A
liberdade de ir e vir deveria ser comum a todos e todas, sem jamais pensar que
é preciso segregar mulheres, gays ou lésbicas. O transporte que se diz público
tem que ter, sim, aparato de segurança para evitar esse e outros tipos de
violência”.
O vereador
Alfredinho reconheceu que faltou diálogo antes da elaboração do projeto.
“Precisamos construir coletivamente outro PL que venha a apontar um caminho
eficiente e urgente”, disse.
Com
informações da CUT SP.
Escrito por: Rede Brasil Atual
Fonte:
CUT/CE
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