Apesar dos
dados, pesquisa revela que de 2001 a 2012, a taxa no Estado caiu de 24,8% para
16,3%
Embora com
um registro de trajetória de queda em um período de 11 anos, a taxa de
analfabetismo no Estado do Ceará ainda apresenta números preocupantes, com 1,08
milhão de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler ou escrever. É o que
aponta o levantamento do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
(Ipece), divulgado ontem, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) de 2012.
Redução do
analfabetismo no Ceará é superior em 4,4 pontos ao do País e 6,1 pontos acima
da registrada na Região Nordeste (28,3%)
Entre o
período analisado, 2001 e 2012, a taxa de analfabetismo no Estado caiu de 24,8%
para 16,3%, um declínio de 34,4%, redução essa superior em 4,4 pontos
percentuais à registrada no País (30%) e 6,1 pontos acima da registrada na
Região Nordeste (28,3%). Com esse resultado, o Ceará fica na 7ª posição
nacional do indicador.
Em relação
à distribuição geográfica, no entanto, existe, ainda, uma desigualdade, de
acordo com o levantamento. Os dados apontam que, em 2012, 75% dos analfabetos
do Estado moravam em municípios do Interior. A taxa de analfabetismo para essas
localidades é de 21,9%, índice bem acima do apresentado pelos municípios da
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), de apenas 9,2%.
Zona rural
A situação
se confirma quando é observado o comportamento do perfil por zona censitária. O
levantamento revela que cerca de 26,9% das pessoas residentes no campo são
analfabetas. Já na zona urbana, a taxa registrada é bem menor, de 12,6%.
Predominam nessa situação pessoas do sexo masculino, que se declararam na cor
negra ou parda, e acima de 35 anos de idade.
A pesquisa
aponta, ainda, que houve declínio do analfabetismo em todos os grupos etários.
As melhores taxas estão nas camadas mais jovens da população. No ano de 2012,
entre pessoas de 15 a 19 anos, o percentual era inferior a 1,5%. Entre os que
tinha entre 20 e 24 anos, era de 3% . Já entre os mais velhos, com idade
superior a 65 anos, mesmo com significativa redução em 11 anos, a taxa de
analfabetismo está em 44,4%.
A
coordenadora de Avaliação e Acompanhamento da Educação da Secretaria de
Educação do Ceará (Seduc), Betânia Gomes Raquel, afirma que reduzir a taxa de
analfabetismo em adultos é o grande desafio para o País. Segundo ela, o adulto
acima de 35 anos da zona rural geralmente é chefe de família, e encontra
dificuldades para priorizar a presença na escola, causando evasão das turmas de
Educação de Jovens e Adultos.
"Apesar
dessas dificuldades, o País vem investindo na Alfabetização de Adultos, através
do Programa Brasil Alfabetizado, do MEC, realizado em parceria com os
municípios. E do ponto de vista da política estadual, a Seduc é forte incentivadora
da adesão dos municípios a esse Programa. Atualmente, apoia a cooperação com os
municípios e a execução", diz.
RENATO
BEZERRA
REPÓRTER
Fonte:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1330938
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