Edward
Palmer Thompson (Oxford, 3 de fevereiro de 1924 — Worcester, 28 de agosto de
1993) foi um historiador britânico da
concepção teórica marxista e é considerado por muitos como o maior
historiador inglês do século XX.
Durante a
Segunda Guerra Mundial luta na Itália contra o governo fascista liderado por
Benito Mussolini. Foi sargento num
regimento de tanques britânicos na Campanha da Itália. Estuda no colégio
Corpus Christi (Cambridge), onde adere
ao Partido Comunista Britânico. Em 1946
formou um grupo de estudos históricos marxistas junto com Christopher Hill,
Eric Hobsbawm, Perry Anderson,Rodney Hilton, Dona Torr, dentre outros.
Lecionou na Universidade de Leeds em cursos não
acadêmicos dirigidos aos trabalhadores. Foi professor da Universidade de Warwick de
1965 a 1971. Nos anos 1970 lecionou esporadicamente em universidades
estadunidenses como a de Pittsburg, Rutgers, Brown e Dartmouth College.
Após as denúncias de Nikita Khrushchev, rompe em
1956 com o Partido Comunista e torna-se contrário às práticas de Stalin. Atuou como pacifista antinuclear nos anos 1980, voltando a lecionar em
1988 no Queen's University de Kingston (Ontário, Canadá), entre 1988 e 1989
na Universidade de Manchester (Inglaterra)
e de 1989 a 1990 na Universidade Rutgers.
Em 1983 se tornou um dos líderes das
manifestações populares contra a instalação de mísseis americanos de média
distância pelos países europeus membros da OTAN. Milhões foram às ruas
clamar por pacifismo num momento que o
presidente americano Ronald Reagan e seus parceiros políticos-ideológicos no
Velho Continente (Margaret Thatcher e Helmut Kohl) davam início a uma das fases
mais tensas da Guerra Fria. Sua experiência
e engajamentos políticos ainda serviriam para formular as teses da Terceira Via,
que acreditou que seria a campeã nas
transformações que ocorriam no Bloco Soviético em 1989, e que, em seguida, poderiam ganhar força no
Ocidente, através dos partidos verdes e da transformação dos Partidos
Comunistas e Socialistas em uma nova esquerda. Sofreu uma grande desilusão com a vitória neoliberal
inclusive no Leste Europeu. A família
não divulgou a causa da morte.
Obras
Boa parte
de sua obra foi vinculada a questões e
discursos dos próprios trabalhadores. Thompson mostrou que essa classe não é construída somente em termos econômicos,
pois se baseia na construção histórica de experiência. Quando se faz uma releitura do passado busca-se a multiplicidade de
experiência, tenta-se revalorizar as perdas e os ganhos desses subalternos, que
tiveram uma grande importância histórica, pois só assim compreendem-se os
conflitos e os processos de transformação.
Thompson descreve a consciência de classe e as
experiências manipuladas dentro dos termos culturais, vendo que grande parte dessa
experiência da classe determinou as relações produtivas dentro das quais os
homens nascem e são inseridos a ela de modo involuntário.
Seus
estudos atenderam às diversas partes da história, principalmente da história
social. Da história do trabalho à história da cultura inspirou pesquisas originais sobre sindicalismo, partidos, movimentos
sociais, escravidão, campesinato, crimes, motins, entre outros.
Thompson interroga o neoliberalismo, os estudos
feministas e o marxismo ortodoxo. Esteve empenhado em recuperar a experiência empírica, fazendo uma
experimentação ligada à análise do contexto. Procurou substituir a base
superestrutura pela análise da consciência da classe operária. Acaba usando do
culturalismo relacionado com as estruturas, no qual discordou dos
estruturalistas, como Lévi-Strauss, Louis Althusser e com os funcionalistas,
fincando suas raízes no que podemos chamar de marxismo culturalista.
Bibliografia
A Formação da Classe Operária Inglesa (3 volumes);
Senhores e
Caçadores;
A Miséria
da Teoria;
Costume em
Comum - estudo sobre cultura popular tradicional;
A Economia
Moral Revisitada;
A Política
e a Teoria.
Além de
outros artigos e obras sobre pacifismo e estudos sobre William Morris e William
Blake
Fonte:
Wikipédia
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