“Sei que
nessa minha passagem pelo STJ cometi erros, e nem poderia ser diferente, mas
tenho a consciência tranquila, porque sei também que trabalhei para não errar.”
A afirmação foi feita pelo ministro Teori Albino Zavascki ao participar de sua
última sessão na Corte Especial, após mais de nove anos de judicatura exercidos
no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na próxima quinta-feira (29), ele tomará
posse no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Mesmo quando
partimos rumo a um destino aspirado, as despedidas põem a nu, com a clareza do
sol e a crueza da verdade mais verdadeira, um insuperável paradoxo da vivência
humana: ela tem, lado a lado, a coluna dos ganhos e a coluna das perdas”,
compartilhou Zavascki, emocionado.
Homenagens
Na sessão
desta quarta-feira (21), Teori Zavascki foi homenageado pelo ministro Ari
Pargendler, em nome de todos os integrantes da Corte, pelo subprocurador-geral
da República Wagner Natal Batista, representante do Ministério Público Federal,
e pelo advogado e amigo Luiz Carlos Lopes Madeira, representante da Ordem dos
Advogados do Brasil.
“O Superior
Tribunal de Justiça se orgulha de contar na sua história com um juiz desse
quilate”, afirmou Ari Pargendler (leia aqui a íntegra do discurso). Segundo
ele, Zavascki tem uma capacidade nata de identificar o que realmente é
importante para o justo desfecho do litígio. Além disso, é um juiz íntegro e
confiável, “que não sacrifica a qualidade dos seus julgamentos no altar das
estatísticas”.
Pargendler
também integrou o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde foi colega de
Zavascki. “Desde então, tenho sido testemunha dessa jornada que, em resumo, é o
encontro de uma vida com uma vocação”, mencionou o decano.
Obra de
artista
Segundo
Pargendler, Teori Zavascki tornou-se um dos maiores juízes do país: “Ao invés
do processo industrial que se contenta em padronizar as decisões judiciais, ao
invés de um trabalho burocrático, uma obra de artista, individualizada, atenta
às circunstâncias e detalhes do caso concreto, ao ponto de que até a parte
vencida experimenta um efeito colateral positivo: o de ter sido ouvida.”
O advogado
Luiz Carlos Lopes Madeira recordou a época em que conheceu o ministro, na
década de 60, quando Teori Zavascki ainda era estudante universitário, e os
momentos que compartilharam.
“Teori
incorporou-se àquilo que no tempo era mais sensível e expressivo: a confiança.
Confiança bem maior do que aquela que normalmente se exige num escritório de
advocacia, confiança intensa, confiança plena”, disse.
Zavascki
agradeceu pelas homenagens e devolveu os elogios aos dois amigos: “Pelas mãos
do doutor Madeira, eu dei os primeiros passos nessa jornada do direito que, de
uma maneira ou outra, nos envolve até hoje, a todos nós. Quanto ao ministro
Ari, velho companheiro de muitos anos, dele aprendi como é que se é um bom
juiz. O ministro Ari sempre foi para todos nós e continua sendo um juiz de
referência.”
“Não há
tristeza na minha despedida, há apenas emoção que me toca profundamente.
Passam-me na memória as vivências felizes que aqui tive com colegas eminentes,
confraternais companheiros, com os servidores dedicados e leais, a quem nunca
canso de reiterar profundos agradecimentos”, afirmou.
Fonte: STJ
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