10 de outubro de 2012 • 19h13
Dirigentes dos sindicatos confrontados com o
governo argentino desafiaram a presidente Cristina Kirchner nesta quarta-feira
com uma grande mobilização na frente da sede do Executivo na qual ameaçaram
convocar uma greve geral antes do final de ano.
"Este ano não vai terminar sem que
façamos uma greve nacional na qual não se movimente uma só pluma na
Argentina", advertiu Pablo Micheli, da ala opositora da Central de
Trabalhadores da Argentina (CTA), a segunda maior do país.
O centro de Buenos Aires ficou paralisado pelo
protesto, convocado pela CTA sob o lema "Unidos contra o Ajuste" e
seguido por dezenas de milhares de filiados de distintos sindicatos, que
superaram suas diferenças para ganhar força em seu enfrentamento com o governo.
A iniciativa contou com a adesão do sindicato
de trabalhadores do Estado, que nesta quarta-feira também convocou uma greve
nacional, assim como de setores agropecuários e de grêmios afines a Hugo
Moyano, líder do sindicato de caminhoneiros e chefe da ala opositora da
Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central operária do país.
A mobilização aconteceu menos de um dia depois
que a presidente recebesse na Casa Rosada Antonio Gíria, um dirigente próximo
ao governo que lidera desde a semana passada a facção "governista" da
CGT.
"A representação dos trabalhadores não
está na CGT onde estão os amigos da presidente. Exigimos um canal de
diálogo", advertiu hoje Micheli no ato organizado na Plaza de Mayo, em
frente à sede do Executivo.
Os sindicatos anunciaram, além disso, a
convocação de uma concentração no Congresso no próximo dia 24, em protesto pela
lei de acidentes de trabalho impulsionada pelo governo.
A mobilização de hoje coincide com o protesto
soldados da polícia municipal e de fronteira, as dois principais forças de
segurança do país, que completou seu nono dia depois que o governo anunciou na
terça-feira que rejeita as reivindicações salariais que detonaram o conflito.
EFE
mar/rsd
Fonte: Terra
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