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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Professores estaduais em São Paulo mantêm greve e pedem dissídio

Sindicato diz que procurou a Justiça para julgamento do reajuste salarial.
Governo move ação e pede multa contra Apeoesp por bloqueio de estrada.
Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram em assembleia nesta quinta-feira (30), manter a greve declarada em 13 de março. A concentração para o protesto ocorreu no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.
Segundo a PM, 2 mil professores participaram da manifestação. A assessoria do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) afirma que 50 mil participaram do ato.
Os professores caminharam até a Praça da República, no Centro, e jogaram sacos de sal perto do prédio da Secretaria Estadual da Educação. É uma referência à época em que os salários eram pagos com punhados de sal.
Nesta tarde, o Apeoesp informou que entrou com pedido de dissídio coletivo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Uma audiência de conciliação foi agendada para a próxima quinta-feira (7), de acordo com o sindicato.

Em nota, a Secretaria da Educação diz que "cinco dos seis sindicatos que representam os professores, funcionários, supervisores e diretores da Educação de São Paulo não estão em greve porque entenderam o compromisso do Governo do Estado de manter a mesma política de valorização que garantiu aos funcionários da rede, desde 2011, aumento real de 21% (45% de aumento nominal)".
A secretaria diz que "lamenta a decisão da Apeoesp de manter uma greve nitidamente contaminada por interesses incompatíveis com o momento econômico atual, que conflita com a harmonia que pauta o diálogo entre governo e professores e visa prejudicar o cotidiano de quatro milhões de alunos e de seus pais".
Pedidos e propostas
Os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Os professores também pedem melhores condições de trabalho.
A Secretaria de Estado da Educação diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos.  A secretaria diz que apresentou três propostas em reunião em 23 de abril, entre elas manutenção de uma "política salarial pelos próximos quatro anos com data base em 1º de julho". Entretanto, o governo não deu números e não detalhou qual seria a proposta de reajuste para o dissídio.
As outras duas propostas citadas pela gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a reunião estão contidas em uma proposta de projeto de lei que ainda precisa ser enviado para a Assembleia.
O projeto de lei prevê a inclusão dos professores temporários na rede de atendimento do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e estabelece a redução da exigência de 200 dias de intervalo a partir do terceiro contrato destes docentes (duzentena).
Greve e protesto
A continuidade da greve foi aprovada por unanimidade nesta tarde. Já o trajeto da passeata foi alvo de polêmica. Após a continuidade da greve ser declarada, a maioria dos professores decidiu seguir para a Rua da Consolação e protestar em frente à sede da Secretaria da Educação, na Praça da República.
Entretanto, um grupo dissidente queria ir até a Marginal Pinheiros e impediu os dois caminhões de som de deixarem o Masp (vídeo abaixo). Após nova deliberação, eles decidiram seguir a maioria e protestar no Centro.
Ação do governo do estado
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou com pedido na Justiça para que o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) seja multado em R$ 100 mil bloquear totalmente uma rodovia durante um protesto. A solicitação foi protocolada na quarta-feira (29), segundo a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes.
A PGE alega que uma decisão judicial de 22 de abril, em caráter liminar, proibia a Apeoesp de fechar total ou parcialmente rodovias de São Paulo.
Na manhã de quarta-feira, no entanto, professores da rede estadual de ensino interditaram um trecho da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), que liga Campinas (SP) a Monte Mor (SP), durante um protesto.
Cerca de 100 a 150 professores participaram da manifestação na SP-101, de acordo com a subsede de Sumaré (SP) da Apeoesp. Outro grupo de manifestantes ocupou o km 281 da Rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo, no sentido Curitiba, por volta das 17h de quarta-feira, segundo a concessionária da via.
Mais cedo, às 8h15, dois protestos aconteceram, simultaneamente, na Zona Sul e na Zona Oeste da capital. Cerca de 100 pessoas fecharam o acesso do Rodoanel a Perus, segundo a concessionária CCR Rodoanel. A manifestação causou 2 km de congestionamento na via, e complicou o trânsito nas vias do entorno, como a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães.
Anexo ao pedido de multa na Justiça, a PGE incluiu imagens cedidas pela concessionária  responsável pela rodovia e reportagens que comprovam o fechamento da via.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/04/professores-estaduais-em-sao-paulo-mantem-greve-e-pedem-dissidio.html

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