Proposta do
governo foi apresenta em assembleia nesta terça (10).
Maior parte
da tropa ficou insatisfeita com acordo sobre promoções.
Entidades
que representam policiais militares e bombeiros de Pernambuco descartaram, nesta terça-feira (10), uma paralisação
durante o carnaval. A proposta apresentada pelo governo estadual sobre a quantidade de promoções de cargos e
reajustes no vale-refeição e na gratificação dos motoristas foi aceita por
representantes de associações, mas gerou insatisfação entre a categoria.
Durante assembleia no Centro de Convenções, em Olinda, nesta tarde, a maioria
da tropa vaiou o discurso dos líderes que tentavam demonstrar avanço nas
negociações.
A proposta
do governo foi apresentada na segunda-feira passada (10), na terceira rodada de
negociação entre as entidades e as secretarias de Administração e Defesa
Social. Ao todo, subirão de graduação de posto 5.485 militares. A ideia inicial
do governo era promover 1.550 soldados para cabos e 810 cabos para sargentos,
enquanto os trabalhadores pediam 3.500 e 3.800 promoções, respectivamente.
O projeto de lei que irá tratar das promoções
será enviado à Assembleia Legislativa em regime de urgência para que as
mudanças das graduações de soldado para cabo ocorram de 10 de março a 21 de
abril, e as de sargento de 16 de março a 30 de junho, em turmas divididas. Da
Polícia Militar, 2.284 soldados, com mais de 10 anos na corporação, e 1.346
cabos com mais de 20 anos, farão curso de promoção para cabo e terceiro
sargento, respectivamente. Já no Corpo de Bombeiros, serão 415 para cabo e 409
para terceiro sargento.
Com relação
aos demais, as promoções serão imediatas
na Polícia Militar, sendo 636 para segundo sargento; 176 para primeiro sargento
e 42 para subtenente, totalizando 4.484. Já no Corpo de Bombeiros, serão 103
para segundo sargento; 68 para primeiro sargento e seis para subtenente,
fechando em 1.001. Ainda segundo a proposta do governo, a partir de março, o
vale-refeição será reajustado em 60%, passando para R$ 246,40. Já a
gratificação de motorista terá um aumento de 82,52%, ficando em R$ 160.
Os termos do
projeto de lei foram apresentados durante a assembleia da categoria e gerou
indignação na tropa, que em menos de uma hora de reunião começou a deixar o
Centro de Convenções. "Essa é uma proposta irrisória, só contempla uma
minoria, não leva em conta, por exemplo, militares reformados como eu. Também
não falaram em nenhum momento de reajuste salarial. Isso é imoral", disse
o cabo Armando Lopes. "Eu passei quase 23 anos para passar de soldado para
cabo porque o nosso Plano de Cargos e Carreira não funciona", complementou
o também cabo Luciano Alves.
Clima de
tensão
O clima da
assembleia ficou bastante tenso e até uma passeata até a sede do governo
estadual começou a ser articulada, mas a ideia foi abafada. Mesmo com a clara
rejeição à proposta do Executivo por parte da tropa, as entidades
representativas garantiram que não haverá greve durante o carnaval. "Nós
achamos normal a tropa dar as costas em uma assembleia, pois sabemos que não é
fácil satisfazer a vontade de todos. Uma boa quantidade de policiais e
bombeiros será promovida. É um avanço inicial e o próprio governo se comprometeu
a voltar a conversar, em maio, sobre a questão salarial", explicou o
presidente da Associação de Praças (Aspra-PE), José Roberto Vieira.
"Em
respeito à sociedade, nós conseguimos hoje conversar com a tropa e mostrar que
este não é o momento de sequer falar em greve, pois defendemos a negociação
constante. Já foi dado um passo e vamos continuar apresentando ao governo o que
ainda insatisfaz a tropa, que influencia inclusive o Pacto pela Vida, como o
PCCV [Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos] e remuneração melhor",
disse o presidente da Associação Pernambucana de Cabos e Soldados (ACS-PE),
Alberisson Carlos.
Cobranças
desde janeiro
Centenas de
policiais militares se reuniram, no último dia 21 de janeiro, no Centro de
Convenções, para discutir a pauta de reivindicações que seria encaminhada ao
governo estadual. O clima era tenso e chegou a circular a possibilidade de
declaração de greve, mas, durante a assembleia, o deputado estadual Joel da
Harpa (PROS), um dos organizadores do evento, anunciou que recebeu uma ligação
do Poder Executivo, informando que a Secretaria de Administração (SAD)
aguardava uma comissão para negociação. Assim, a greve foi descartada.
A comissão
foi formada e seguiu para o encontro com o governo. Enquanto isso, militares que
participaram da assembleia fizeram uma passeata simbólica, no Centro do Recife,
em homenagem ao sargento Carlos Silveira do Carmo, 44 anos, morto durante
rebelião no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, no último
dia 19 de janeiro. A morte do militar foi mais um fator que provocou a
insatisfação na categoria.
Em maio do
ano passado, a categoria fez uma paralisação de três dias que provocou até a
interveção da Força Nacional de Segurança no estado. Durante este período,
centenas de pessoas foram detidas, houve registros de saques, assaltos,
arrastões e depredações em vários bairros do Grande Recife. Lojas, bancos,
shoppings, agências dos Correios e outros serviços fecharam as portas e
universidades suspenderam as aulas.
Fonte:
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/02/entidades-de-pms-descartam-greve-durante-carnaval-em-pernambuco.html
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